Desconfiaram da sua independência e cedo se frustou a hipótese - apesar de tudo testada - de vir a ser nomeado Procurador-Geral da República em substituição do Senhor Conselheiro Souto Moura.
À falta de melhor, lá o puseram a estudar as linhas da melhor política criminal a verter nos códigos, num desses limbos que são as estruturas de missão.
Fizeram-no juiz do Tribunal Constitucional, mas roeram-lhe a corda e falhou a eleição como vice-presidente que lhe dava o passe para, daqui as uns anitos, presidir áquele órgão.
À míngua de melhor sorte, condenou-se a passar uns tempos de beca envergada, mergulhado em processos.
Tanta dedicação merecia melhor compensação do poder a que sempre dedicadamente serviu. Ainda por cima a esperançosa e sempre adiada saída do Ministro da Justiça também nunca mais acontecia.
Mas eis que a queda da Câmara de Lisboa abriu a porta ao justo! Necessitado de uma vitória relevante, o PS sacrifica o Ministro de Estado e da Administração Interna, o nº2 do Governo. Ficou finalmente vago um lugar que não dependia senão do chefe. E Rui Pereira sentiu finalmente o inebriante perfume da rosa. Foi feito ministro!
Para quem foi tão dedicado, a justiça tardou mas foi feita.
Fico satisfeito. Não gosto de ingratidões.
Há pouca gente de quem eu tenha uma opinião tão negativa. E veio dessa reforma do código penal, dotada de verdadeiras revoluções de mentalidade como a redução de 4,5 anos para 4 anos o limite da prisão preventiva. Estive quase a vender os serviços de uma equipa que estudasse a redução para 3 anos, 11 meses e 15 dias úteis, mas parece que a missão era muito complicada...
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarVi que ficou satisfeito!... Mas olhe que o homem ficou muito mais, embora passe a apresentar um semblante mais triste e mais carregado, se possível, como se suportasse todo opeso do mundo!...
Aquela expressão é só mesmo flatulência...do poder, claro. Passa com o tempo.
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