sexta-feira, 4 de maio de 2007

Transparência

Após a assembleia-geral da Media Capital que investiu o Sr. Dr. Pina Moura na presidência do grupo, a PRISA, pela voz de Manuel Polanco, não teve qualquer rebuço em confessar que a escolha de Pina Moura se ficou a dever ao facto de este se mover «bem no mundo da alta finança e da alta política» e que «foram os seus contactos» nestas áreas e «a sua maneira de ver o mundo» que levaram ao convite.
O próprio Pina Moura já tinha revelado que na sua nomeação para presidir ao grupo pesou esse poder de influência que lhe advém do seu estatuto de ilustre e considerado (ex-?)cardeal socialista.
Louvo esta transparência, coeva do conhecido pragmatismo socialista.
Se é para controlar, para que é que andamos com maneirismos retóricos e explicações para justificar uma independência da comunicação social em que já ninguém acredita?
E se homem se relaciona bem com a «alta política», dependendo esta cada vez mais dos media, porque não assumir?
E tendo os órgãos de comunicação detidos pela PRISA uma orientação partidariamente marcada e a ninguém afligindo esse facto - a começar pelos próprios jornalistas que a isso estão habituados e praticam -, não seria espantoso que a escolha não fosse assim assumida?
Liberdade de opinião? Neutralidade da informação? Independência da comunicação social?
Pragmaticamente, que interessam nesta democracia de grupos?

3 comentários:

  1. Lisboa, 4 de maio de 2007.
    Exmo.Senhor
    Presidente dos Serviços de Investigação dos Delatores Anónimos.

    Relato o seguinte:

    É impressionante!
    Quem observa este homem (Pina Moura), facilmente conclui que, quando muito, seria um bom sacristão de uma qualquer seita de remelados. Como é que este homem, de ar sebáceo, chega a ministro das finanças de Portugal, e a seguir torna-se afilhado da alta finança internacional!?...Será que tem o costado esquerdo espanhol? Olé Olé !!!
    Para bem da investigação, se necesário envio mais molho
    A bem da delação.
    O delator borrabotas

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  2. Acho que nos estamos a preocupar muito com a independência de um grupo media e a preocupar muito pouco com a dependência do PS. Será que é o PS que ganhou uma televisão ou é a Prisa que tem um partido?

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  3. É desta que caímos de vez sobre o controlo dos espanhóis.

    O económico é o que se sabe, o hidrológico é o que se vê, o político está já ao virar da esquina... umas centenas de anos depois finalmente estão a conseguir... e sem derramar sangue nem violências!

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