Quem não tem presente esta canção de um dos mais famosos albuns dos Beatles (Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band), letra de Paul McCartney creio, que esta semana cumpre o 40º aniversário de lançamento?
O mesmo Paul NcCartney – agora Sir Paul McCartney, pai de um infante de 3 anos - que, volvidos 40 anos se prepara para lançar um novo álbum, intitulado Memory Almost Full.
Sir Paul que, agora com 64 anos, é utilizado como exemplo pelo colunista do Financial Times, John Gapper, em artigo do último fim de semana, para ilustrar uma alteração de comportamento nos “jovens” com mais de 60 anos ocorrida sobretudo nas 2 últimas décadas.
Essa alteração de comportamento - de que o Pinho Cardão, Alan Greespan e eu próprio fornecemos outros bons exemplos além de Sir Paul - é revelada num estudo da área de seguros do Hong Kong & Shangai Bank (HSBC) e traduz-se num aumento significativo dos que, tendo mais de 60 anos, continuam profissionalmente activos.
Nos anos 1970 e 80, a % dos mais velhos que se mantinham profissionalmente activos baixou drasticamente, em resposta a uma vaga de reformas antecipadas que varreu os países mais industrializados, a qual é explicada por um forte aumento do desemprego que terá estimulado a substituição de trabalhadores mais velhos por gente mais nova.
Assim, tomando os EUA como exemplo, enquanto que em 1967 cerca de 30% dos que tinham entre 65 e 70 anos se mantinham activos, em 1985 essa relação baixava para 18%.
A partir do final dos anos 80 essa tendência inverteu-se, constatando-se que nos EUA a % dos activos naquele escalão etário voltou para o nível de 1967.
Ainda nos EUA e também no Reino Unido, segundo o mesmo estudo do HSBC, cerca de 19% dos que têm mais de 70 anos mantêm-se profissionalmente activos actualmente.
Esta tendência dos últimos 20 anos terá a ver com factores como (i) o menor desgaste físico de quem trabalha no sector dos serviços, que como se sabe é hoje predominante nas economias avançadas e (ii) o alongamento da esperança média de vida resultante do maior acesso aos cuidados de saúde.
Se a tendência revelada neste estudo prosseguir nos próximos anos, poderá trazer algum alívio para os sistemas de segurança social, pois ao previsto agravamento do rácio de dependência (relação entre os que têm mais de 65 anos e os que têm entre 15 e 65) pode não corresponder um agravamento tão elevado no peso das pensões de reforma.
Se um número crescente de “jovens” com mais de 60 anos continuar a trabalhar e passar à reforma mais tarde – aos 70 por exemplo – assim poderá acontecer.
Admito que a revelação destes estudos seja “música celestial” para os reformadores da segurança social, entre nós e noutros países. Sentir-se-ão encorajados a aumentar ainda mais as idades de reforma.
Para o Pinho Cardão e para mim estas notícias são também encorajadoras, pois sabemos que não estamos isolados no nosso ingente esforço de continuar a contribuir para o crescimento do PIB e também para o equilíbrio das contas públicas mesmo depois dos 60 e sem qualquer prebenda no sector público.
Só é lamentável que o Ministro Manuel Pinho não reconheça o nosso esforço e não se tenha lembrado de nos propor uma condecoração - ao menos a de “Mérito Bloguístico”, a mais recente criação do Conselho das Ordens Honoríficas.
Livra! Era só o que nos faltava atirarem-nos com uma comenda!
ResponderEliminarPara lá dos estudos e das estatísticas há também factores de inerência que explicam a maior ou menor longevidade no trabalho. Conheço colegas que, com pouco mais de 40 anos, deram tudo o que tinham a dar à sociedade e à profissão. Seria um bem reformarem-se. Para eles e para os que dependem deles.
Conheço outros casos em que a passagem à situação de reforma atirou para a situação de quase inactividade gente extremamente activa, contribuindo para um desgaste acelerado, físico e intelectual.
Caros amigos, sei que não é o local próprio, mas vejam esta verdadeira pérola:
ResponderEliminarhttp://www.dgci.min-financas.pt/pt/quem_somos/faqs/beneficios_fiscais/FAQ_Primeira_Faq.html
Ora nem mais!
Pessoas como o Dr T.Moreira e o Dr P. Cardão we will need...always!
ResponderEliminarCaríssima Clara,
ResponderEliminarMas que generosidade a sua, sem surpresa!
Já ficaria contente, na parte que me toca, com um "for a little while"; agora com o "always" ficom estado de exaltação patriótica...