Há momentos em que sentimos necessidade de bocejar. Interpretamos muitas vezes este acto como sendo um sinal de sono ou de aborrecimento. Afinal, tudo aponta para que o bocejo seja uma forma de nos manter acordados, “refrescando” o cérebro e colocando-o em alerta.
O problema mais complicado e, até agora, não devidamente explicado, tem a ver com o carácter “infeccioso” do bocejar. Há quem aponte para qualquer vantagem selectiva, tipo sinal de mudança de actividade. Deste modo, o grupo manter-se-ia mais vigilante.
Em pequeno, via a minha avó fazer, vezes sem conta, o sinal da cruz com o polegar na boca escancarada, enquanto bocejava. E fazia-o muitas vezes, porque os seus bocejos eram particularmente prolongados e contagiosos, ao ponto de passar também a bocejar. Um dia, perguntei-lhe porque é fazia o sinal da cruz na boca. Disse-me que tinha que ser para evitar que o diabo entrasse no corpo e ficasse a habitá-lo. - E se não fizer o sinal? Perguntei-lhe. – Tens que por a mão em frente da boca e assim ele já não entra. Aí pensei duas vezes e concluí que já devia estar tramado, não tapava a boca e nem fazia o sinal da cruz, logo o diabo já cá cantava. Como diziam que tinha o diabo no corpo, encontrei a explicação para muitos acidentes e asneiras. Fiquei perturbado com esta explicação e só passado algum tempo é que senti um alivio, quando um priminho bebé, de poucos meses, começou a bocejar e não lhe fizeram o sinal da cruz, nem lhe taparam a boca. Pus-me à frente dele e esperei que o diabo passasse a morar nele. Mas depois pensei que devia ser mais uma balela. Será que havia tantos diabos à solta? Para que é que ele queria morar nas pessoas? E quando estávamos a comer ou a falar também não abríamos a boca? E quando íamos ao maldito dentista não tínhamos que a escancelar durante um tempo infernal? Afinal, eram muitas as circunstâncias em que o diabo poderia entrar no corpo. Foram estas interrogações que eu coloquei e para as quais não obtive resposta satisfatória. Ganhei o debate e mandei o diabo para o inferno.
De qualquer modo, mantive o hábito social e cortês de colocar a mão à frente da boca, evitando bocejar, o que nem sempre é fácil, como todos já devem ter verificado.
No estudo que despertou esta lembrança, vários estudantes viram o “filme dos bocejos”. Os autores concluíram que o grupo dos que respiraram só pelo nariz nunca bocejou, ao passo que os que respiraram normalmente ou só pela boca bocejaram. Parece que respirar pelo nariz ou colocar um objecto frio na testa refresca o cérebro estimulando-o.
Aqui estão algumas conclusões interessantes: se quisermos evitar que as pessoas bocejem, então, tape-se-lhes a boca, o que não é muito difícil, hoje em dia. Em contrapartida, o uso de uma borrachinha de água fria, umas pedras de gelo, ou um pacote frio aplicado na testa faz com que o cérebro funcione melhor, e mais rapidamente, evitando asneiras ou más decisões.... Uma boa terapêutica!
Hum! Podem começar a bocejar! Eu já comecei...
O problema mais complicado e, até agora, não devidamente explicado, tem a ver com o carácter “infeccioso” do bocejar. Há quem aponte para qualquer vantagem selectiva, tipo sinal de mudança de actividade. Deste modo, o grupo manter-se-ia mais vigilante.
Em pequeno, via a minha avó fazer, vezes sem conta, o sinal da cruz com o polegar na boca escancarada, enquanto bocejava. E fazia-o muitas vezes, porque os seus bocejos eram particularmente prolongados e contagiosos, ao ponto de passar também a bocejar. Um dia, perguntei-lhe porque é fazia o sinal da cruz na boca. Disse-me que tinha que ser para evitar que o diabo entrasse no corpo e ficasse a habitá-lo. - E se não fizer o sinal? Perguntei-lhe. – Tens que por a mão em frente da boca e assim ele já não entra. Aí pensei duas vezes e concluí que já devia estar tramado, não tapava a boca e nem fazia o sinal da cruz, logo o diabo já cá cantava. Como diziam que tinha o diabo no corpo, encontrei a explicação para muitos acidentes e asneiras. Fiquei perturbado com esta explicação e só passado algum tempo é que senti um alivio, quando um priminho bebé, de poucos meses, começou a bocejar e não lhe fizeram o sinal da cruz, nem lhe taparam a boca. Pus-me à frente dele e esperei que o diabo passasse a morar nele. Mas depois pensei que devia ser mais uma balela. Será que havia tantos diabos à solta? Para que é que ele queria morar nas pessoas? E quando estávamos a comer ou a falar também não abríamos a boca? E quando íamos ao maldito dentista não tínhamos que a escancelar durante um tempo infernal? Afinal, eram muitas as circunstâncias em que o diabo poderia entrar no corpo. Foram estas interrogações que eu coloquei e para as quais não obtive resposta satisfatória. Ganhei o debate e mandei o diabo para o inferno.
De qualquer modo, mantive o hábito social e cortês de colocar a mão à frente da boca, evitando bocejar, o que nem sempre é fácil, como todos já devem ter verificado.
No estudo que despertou esta lembrança, vários estudantes viram o “filme dos bocejos”. Os autores concluíram que o grupo dos que respiraram só pelo nariz nunca bocejou, ao passo que os que respiraram normalmente ou só pela boca bocejaram. Parece que respirar pelo nariz ou colocar um objecto frio na testa refresca o cérebro estimulando-o.
Aqui estão algumas conclusões interessantes: se quisermos evitar que as pessoas bocejem, então, tape-se-lhes a boca, o que não é muito difícil, hoje em dia. Em contrapartida, o uso de uma borrachinha de água fria, umas pedras de gelo, ou um pacote frio aplicado na testa faz com que o cérebro funcione melhor, e mais rapidamente, evitando asneiras ou más decisões.... Uma boa terapêutica!
Hum! Podem começar a bocejar! Eu já comecei...
Caro Professor Massano Cardoso
ResponderEliminarA melhor decisão foi mesmo mandar o diabo para o inferno. Porque de lá é que essa "criatura" nunca deveria ter saído!
Com ou sem diabo à solta acho que devemos bocejar quando é necessário, desde que com a mão à "frente da boca", não vá uma mosca mais atrevida procurar refúgio...
A minha avó também fazia precisamente o sinal da cruz, várias vezes, em frente à boca sempre que bocejava. A minha mãe, ensinou-me de criancinha a colocar a mão frente à boca sempre que sentisse necessidade de bocejar, foi um gesto que entrou na rotina e se tornou um habito natural.
ResponderEliminarTenho por princípio que tudo aquilo que existe, mesmo que só na tradição, ou na superstição, tem fundamento e é real. Por vezes não nos incomodamos a aprofundar uma reflexão acerca do porquê de determinados gestos, assim como do seu fundamento. Se encontrássemos forma de relacionar o presente post, com aquele do Dr. J M F A , concluiríamos certamente que aqueles 12 candidatos, deveriam ter sido aconselhados a bocejar, profunda e prolongadamente, de forma a oxigenarem convenientemente as ideias, assim como a colocar uma "borrachinha com gelo na testa, de modo a manter a cachola fria, sem esquecer o protector sinal da cruz, frente àquelas sacras boquinhas, pois ao que parece, entrou-lhes uma diabeira no corpo que é obra.
Caro professor:
ResponderEliminarPor isso se diz: juízo e cabeça fria!...
Caro professor o diabo faz parte de nós, afinal comemos a maçã e a partir desse dia temos um pouco o diabo no corpo, temos é também o dom de o poder controlar.
ResponderEliminarBocejar, pelo que entendi não é claro a sua origem e utilidade. Estranho se pensarmos que já pisamos a Lua, visitamos as fossas oceânicas e dividimos o átomo!
Bem mas algo é certo que se pegam, pegam ... só de ler este post comecei a bocejar =)