quinta-feira, 5 de julho de 2007

A praça pública e a praça política

Segundo a SIC, o Juiz de Instrução Criminal decidiu não levar a julgamento o ex-Vice-Presidente da Câmara de Lisboa, Fontão de Carvalho, a antiga Vereadora Eduarda Napoleão e outros três administradores da empresa municipal, acusados de peculato. Em causa estavam os prémios pagos à administração da EPUL.
Pelo que li das informações dispersas pelos jornais, aquando da acusação do Ministério Público, fiquei convencido de duas coisas: ou de que a acusação, nos termos veiculados, não apresentava qualquer consistência e o “réus” seriam obviamente inocentados, ou que, para a acusação ter consistência, haveria argumentos não divulgados.
De facto, os elementos não eram, evidentemente, consistentes e o caso foi arquivado.
Entretanto, houve “réus” e julgamento foi feito na praça pública e, mais do que na praça pública, na própria Assembleia da República!...Mesmo dizendo-se, com suprema hipocrisia, que se esperava o veredicto dos Tribunais!...
E o caso foi o ponto de partida para a dissolução da Câmara de Lisboa, que todas as forças políticas pediam a uma só voz!...
A praça pública e a praça política estão cada vez mais iguais. E as elites políticas cada vez mais ao nível da praça!...

6 comentários:

  1. ...e ainda estamos à espera das conclusões da Casa Pia. Quando este acabar, libertando uma carrada de gente com a vida completamente destruída eu, enquanto cidadão, quero ver responsabilidades individuais apuradas sejam elas de juízes ou não.
    A facilidade com que a vida de uma pessoa é destruída por um amanuense qualquer é uma vergonha!

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  2. Anónimo16:20

    Pois é. Como já aqui escrevi, este é um dos cancros mais gravosos da nossa vida colectiva. O desprezo pelo princípio da presunção da inocência, destrói vidas, destrói carreiras a troco de vantagens económicas dos vendedores de publicidade nos jornais e nas televisões.
    Os julgamentos públicos, sumários, sem garantias minimas de defesa e concluídos por condenações de preceito, são hoje a regra. Mas a moir das injustiças é ver neles participar os responsáveis políticos, que, como o Pinho Cardão bem assinala, não se coibem de em pleno Parlamento condenarem ao mesmo tempo que cínica e hipocritamente batem no peito, protestando pelo respeito aos direitos e às liberdades.
    Um cancro!

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  3. Pois... já era o que eu dizia quando o caso se levantou!

    Lá que se questione a ética e moral de quem paga "prémios" a si próprio por gerir uma empresa que nem sequer devia existir no mercado é uma coisa, daí a acusar pessoas de crimes de forma leviana só à uma pequena linha de separação... e cada vez mais parece que não existe.

    No meio de tudo isto eu responsabilizo essencialmente, e unicamente, o Clube Disney e os seus Patetas (PSD) que fizeram cair a CML para arranjar um pseudo-candidato, que nem sabe o que é a EPAL a EPUL e o IPPAR (eu esperava isso de um varredor, agora de um candidato?!), que já perdeu a CML para o PS...

    ...PARABÉNS PSD E M&M...GRANDES ESTRATEGAS...

    Se o D.Afonso Henriques tivesse sido assim hoje eramos espanhóis... era tão bom não era?

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  4. Caro Vírus:
    Nem sequer era o caso de Fontão de Carvalho ser gestor da tal empresa, que não era. O "crime" dele foi ter "ratificado", enquanto vereador, a decisão de atribuir bónus!...O homem nem recebeu um tostão!...
    E que recebesse, se era legal receber?

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  5. Uma precisão:

    Eu referia-me a todos os arguidos do caso levantado pela paranóica, e desiquilibrada mental, da Exma.Sra. que está à frente do DIAP...

    ...é o que acontece quando se dá uma posição daquelas a uma fanática de extrema esquerda!

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  6. Anónimo14:52

    E depois deste incidente fabricado pelo PSD ou qualquer outro, temos mais umas eleições. Roda e volta a dar.
    Quando e qual será o fim para tudo isto?
    E já agora, houve dinheiro para pagar o mês de Junho aos funcionáros?, uns miseros 20.000.000€
    O que nos vale é este sol lindo que está lá fora.

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