Bem sei que o tema é recorrente. Mas nunca é demais assumirmos os erros e omissões do passado e pensarmos em fazer as coisas bem feitas no futuro. Refiro-me à qualidade das nossas empresas.
A qualidade das empresas é o espelho, entre outros factores, da qualidade da sua liderança, isto é, das competências e capacidades dos gestores que se ocupam dos seus destinos, responsáveis pela estratégia e mudança, pela organização, inovação e marketing, pelo investimento na formação e motivação dos trabalhadores.
Não é surpresa para ninguém, aliás é uma evidência recorrente, que é, em média, fraca e inadequada a formação dos nossos gestores, em particular, das PME. São estas estruturas que constituem a malha principal do nosso tecido empresarial. É aqui que está o (potencial) coração do investimento, do emprego e da criação de riqueza do País.
A formação da gestão reflecte-se naturalmente nas práticas da gestão, desde o desempenho e gestão por objectivos, passando pela gestão dos talentos, até a operação de eliminação do desperdício e, também, nas práticas organizacionais, designadamente ao nível da autonomia de decisão e do modelo de estrutura hierárquica.
Um estudo recente realizado pela Mckinsey junto de quatro mil empresas nos EUA, Ásia e Europa, recentemente divulgado, vem confirmar tudo aquilo que já sabemos. Atesta as consequências das desastrosas políticas de fraca aposta na qualificação dos portugueses, fosse pela via do ensino, fosse pela via da formação profissional, que se perpetuaram de forma cega nas últimas décadas. Portugal regista um défice grave educativo que prejudica o desempenho das empresas.
Segundo o estudo, Portugal está no fim da tabela no indicador "Média de trabalhadores com licenciatura" com 3,5% e no quartil inferior no indicador "Média de gestores com licenciatura" com 51,9%.
A melhoria da produtividade e competitividade do País está também dependente do aumento da qualidade de gestão nas empresas. Sem bons gestores dificilmente conseguiremos progredir... Com facilitismos na educação não iremos longe. E a exigência começa nos bancos da escola, em que os baixos níveis de aproveitamento das disciplinas da matemática e do português não deixam, no contexto descrito, de ser indicadores muito preocupantes!
A qualidade das empresas é o espelho, entre outros factores, da qualidade da sua liderança, isto é, das competências e capacidades dos gestores que se ocupam dos seus destinos, responsáveis pela estratégia e mudança, pela organização, inovação e marketing, pelo investimento na formação e motivação dos trabalhadores.
Não é surpresa para ninguém, aliás é uma evidência recorrente, que é, em média, fraca e inadequada a formação dos nossos gestores, em particular, das PME. São estas estruturas que constituem a malha principal do nosso tecido empresarial. É aqui que está o (potencial) coração do investimento, do emprego e da criação de riqueza do País.
A formação da gestão reflecte-se naturalmente nas práticas da gestão, desde o desempenho e gestão por objectivos, passando pela gestão dos talentos, até a operação de eliminação do desperdício e, também, nas práticas organizacionais, designadamente ao nível da autonomia de decisão e do modelo de estrutura hierárquica.
Um estudo recente realizado pela Mckinsey junto de quatro mil empresas nos EUA, Ásia e Europa, recentemente divulgado, vem confirmar tudo aquilo que já sabemos. Atesta as consequências das desastrosas políticas de fraca aposta na qualificação dos portugueses, fosse pela via do ensino, fosse pela via da formação profissional, que se perpetuaram de forma cega nas últimas décadas. Portugal regista um défice grave educativo que prejudica o desempenho das empresas.
Segundo o estudo, Portugal está no fim da tabela no indicador "Média de trabalhadores com licenciatura" com 3,5% e no quartil inferior no indicador "Média de gestores com licenciatura" com 51,9%.
A melhoria da produtividade e competitividade do País está também dependente do aumento da qualidade de gestão nas empresas. Sem bons gestores dificilmente conseguiremos progredir... Com facilitismos na educação não iremos longe. E a exigência começa nos bancos da escola, em que os baixos níveis de aproveitamento das disciplinas da matemática e do português não deixam, no contexto descrito, de ser indicadores muito preocupantes!
Cara Margarida
ResponderEliminarPara mim é surpresa. Aliás, nem percebo como se pode dizer que a formação dos gestores das PME é inadequada. Se me estiver a falar dos gestores dos mega-monopólios estilo PT e EDP onde qualquer semi-analfabeto chega a administrador, ainda compreendo, agora de gestores que têm que viver o dia-a-dia no pêlo do cão, com clientes que não pagam, num mercado onde os seus impostos são surrupiados para entregar o negócio ao seu concorrente que financiou um partido qualquer? Tem que me explicar bem de que evidência recorrente é que está a falar, porque só vejo evidências do contrário, de gente semi-analfabeta que ocupa lugares de gestão em mega-empresas e cujo único mérito é pagarem aos tipos da McKinsey para lhes dizerem o que hão de fazer.
E não esqueçamos da Caixa Geral de Depósitos... Só gestores de topo... A começar no Armando Vara... Passando pela Celeste Cardona... e acabando... enfim...
ResponderEliminarSó gestores qualificados para gerir...
Bom... agora desculpem-me lá mas eu que só sou de gestão e direito europeu tenho que ir ali construir uma ponte e um viaduto... :)
Caro Tonibler
ResponderEliminarNão creio que se possa generalizar que as grandes empresas, sejam ou não monopólios, são geridas por analfabetos! Poderei concordar consigo, se me disser que de vez em quando há umas pessoas que sem saberem nem ler nem escrever vão a administradores. Um escandâlo, é certo! Tal acontece cada vez menos porque o número de empresas em que o Estado detém interesses accionistas tem, felizmente para a nossa economia, vindo a diminuir. E as grandes empresas que operam no mercado concorrencial e no mercado global? Nacionais e estrangeiras? Não me diga que a regra é da incompetência!?
Fico espantada quando refuta que a qualidade de gestão das pequenas e médias empresas é, em geral, insatisfatória!? A qualidade de gestão das empresas reflecte necessariamente a qualidade educativa e formativa dos gestores, dos quadros e dos trabalhadores em geral. Ora essa qualidade está necessariamente em linha com o nível educacional do País. E isto é válido não apenas para o sector empresarial!
Não me diga que não é evidente o défice educativo!?
Não tenho razões para duvidar da qualidade do estudo mundial realizado pela empresa indicada, cuja identificação citei por razões de total transparência.
Caro Virus
ResponderEliminarAvise-me do local de construção da ponte e do viaduto, para me desviar do caminho...
CAra Margarida,
ResponderEliminarAquilo que contesto é que se possa dizer que alguém que faz sobreviver uma empresa num mercado em que as relações económicas são destruídas pela corrupção, onde a justiça triplica o risco dos negócios, sem acesso ao crédito sem garantias pessoais, onde a legislação laboral faz adiar até à última qualquer contratação, não tem qualidade de gestão. Um gestor nestas condições não tem oportunidade para não ter qualidade. Se tem educação formal ou não, o facto é que a empresa dele sobrevive, cria riqueza e o resto dos milhares de licenciados cheios de educação andam a mendigar um emprego.
Não temos licenciados suficientes para substituir todos os gestores desqualificados? Então, porque é que a economia não os substitui já? A razão, cara Margarida, é que a economia mostra bem quem é que tem e quem não tem qualificação para gerir uma empresa no pêlo do cão. Não é a McKinsey
Agora, gerir uma empresa com 500 milhões de facturação, com acesso quase ilimitado ao crédito, com milhares de empregados, centenas a entrar e centenas a sair cujo resultado maravilha é dar dividendos com um spread 5% acima das OT's? Não querendo generalizar, que não generalizei, mas qualquer semi-analfabeto o faz.
Já não é a primeira vez que se fala na má qualidade dos gestores ou directores, no défice de lidrança devido à má preparação dos quadros dirigentes das empresas e dos organismos. A última vez que vi este assunto tratado até comparavam também os níveis salariais, para concluir que, neste ponto, o gap é muito menor do que o do nível de desmepenho. Já dizia Camões que o "fraco rei torna fracas as fortes gentes", talvez seja altura, como diz a Margarida, de começar a olhar com muita atenção a formação dos dirigentes e gestores, lembrando Camões.
ResponderEliminarCara Margarida Corrêa de Aguiar,
ResponderEliminarSe me permite, gostaria que visse esta questão de uma outra perspectiva. Porque, sem querer contestar grande parte do que afirma, penso que é importante perceber porque é que essas coisas acontecem.
Porque se referiu primordialmente às PME, é sobre a qualidade da gestão delas que vou comentar.
Fui consultor de empresas durante vários anos, e gestor durante muitos mais.
Da minha vivência, tanto como consultor como gestor, apercebi-me de uma razão fundamental para as insuficências que V. refere.
A maior parte dos pequenos e médios empresários deste país são empresários à força. Explico-me melhor:
Neste país, se os pais tinham meios para assegurar uma carreira académica aos filhos, eles licenciavam-se e tornavam-se profissionais liberais ou funcionários públicos.
Se ficavam pelo ensino secundário tornavam-se empregados por conta de outrém (bancários, por exemplo)e funcionários públicos.
Se não tinham tido oportunidade para estudar tornavam-se pedreiros e, alguns, tornaram-se empresários na construção civil.
Outros foram trabalhar para fábricas metalo-mecânicas e, alguns tornaram-se empresários no ramo.
Se foram para empregados de balcão, alguns tornaram-se empresários no comércio.
Se foram para fábricas de confeções, alguns tornaram-se empresários no sector.
Etc. et. etc.
Em conclusão : Em Portugal, o empreendorismo nasceu muitas vezes da falta de oportunidades e de meios.
Não foi a ausência de formação que tornou este país um país de empreendedores sem formação. Foi a formação que tornou este país um país de burocratas.
Suponho que V., sendo empresária, teve a oportunidade de obter a formação mais adequada, e é uma excepção à regra, ou não vive no mundo das PME.
O governo podia ser melhor, os políticos podiam ser melhores, os eleitores podiam ser melhores, os trabalhadores podiam ser melhores, porque é que muitos (nuance: "muitos" em vez de "os") empresários não podiam ser melhores? Quanto à presunção que a baixa formação (inicial ou ao longo da vida, formal ou informal) limita toda a pessoa, é um axioma. E quando se aponta a baixa formação como um factor limitador da qualidade de muitos empresários não se está a negar o que o Tonibler escreve sobre a influência maléfica do governo. P.S. Até muitos físicos podiam ser melhores, por exemplo os que estão no GAVE a fazer os exames.
ResponderEliminarEh lá!
ResponderEliminarParece-me que acabaram de descobrir que há um problema na (des)educação!
Fazendo minhas as sábias palavras do Crackdown (embora num outro contexto mas, igualmente, educativo); "Nos pisos superiores do ME, no pasa nada"!
Caro Tonibler
ResponderEliminarNão há quaisquer dúvidas que o excessivo peso de Estado na economia, a elevada carga "regulatória" que o Estado impõe ao investimento e à vida das empresas e o pesado "imposto" de uma justiça que não funciona são factores que penalizam fortemente as empresas. Também sabemos que a corrupção e a fuga e evasão fiscais são factores que distorcem a concorrência, penalizando as empresas cumpridoras em detrimento daquelas que vivem de expedientes e que de outra forma a economia se encarregaria de eliminar.
E também sabemos que a rigidez do mercado de trabalho português dificulta a criação de emprego e a contratação dos trabalhadores com melhores competências.
E neste mar de problemas há empresários e gestores verdadeiros "heróis" e exemplos de qualidade de gestão, mas há também gente de fraca qualidade, começando pelos corruptos e por aqueles que fogem aos impostos!
Agora, nada disto põe em causa o "estado da arte" da qualidade de gestão nas empresas, reflexo, como referi no meu texto, de um grave défice educativo que prejudica o desempenho das empresas.
Não cometemos nenhum erro se generalizarmos que a melhoria da produtividade e competitividade do País está também dependente do aumento da qualidade dos gestores.
Afirmar que dispomos de uma confortável qualidade de gestão é, salvo melhor opinião, “atirar areia para os olhos”.
E já agora um dado interessante sobre, justamente, a "regulação" laboral. Segundo o estudo, que neste aspecto não apresenta novidade, a rigidez do mercado de trabalho prejudica a qualidade das práticas de gestão. É apontada uma correlação entre a flexibilidade do mercado de trabalho e o resultado das práticas de gestão. Portugal está, no referido estudo, em penúltimo lugar na tabela.
Só por curiosidade...
ResponderEliminarQUEM É O ÚLTIMO DA TABELA?
PS-O que eu acho piada, e o Tonibler pelos vistos tambem, é que isso já nós andamos por aqui a dizer há n tempo mas ninguém nos liga... Vem a McKinsey com um estudo e parece que se descobriu a LUZ e é a verdade absoluta...
Excluindo as empresas que vivem no limbo do mercado protegido dos bens não transaccionáveis. Só há uma entidade com autoridade para classificar uma gestão, ou uma empresa, como boa ou má: o mercado.
ResponderEliminarSe o mercado é distorcido pela acção dos governos...
Cara Margarida,
ResponderEliminarEstou perfeitamente de acordo com o que escreve no seu post. No entanto, digo-lhe uma coisa, no estado em que as coisas estão para as PME em Portugal, a Margarida pode contratar o supra-sumo dos gestores e ainda assim a empresa vai para o buraco (e calhando até vai mais depressa visto que essas pessoas fazem-se pagar bem).
Uma coisa é aquilo que desejávamos que a realidade fosse, outra coisa é a realidade tal como ela é. A realidade tal como ela é, é como o Tonibler e o Virus a estão a descrever. Estamos a falar de pequenas empresas (porque a parte do "média" já se foi há algum tempo), cujo objectivo é sobreviver e esperar que no final do mês haja dinheiro para pagar aos empregados.
O Vírus, por exemplo, é efectivamente, gestor. Tem as suas empresas, tem empregados que dependem dele e não tem tempo, nem dinheiro, para aplicar todas aquelas brilhantes teorias aprendidas durante o curso de gestão porque está entalado entre o "chulo-Estado" e o "chulo-Banca" e aqui não há curso que lhe valha, nem qualidade que o sustente.
A maior parte das PME em Portugal não têm dinheiro para contratar licenciados, a não ser que estes estejam dispostos a ganhar 500,00 € por mês (brutos)e já estou a ser bastante generoso.
Sinceramente, eu "curto bué" ver aquelas conferências sobre as PME em que o pessoal aparece todo de fatinho, todos aprumadinhos e acabados de sair da lavandaria. São os nossos empresários de sucesso, empenhados até ás orelhas, sem possibilidade de pagar a vivalma, mas são de sucesso.
Assim, minha cara Margarida, tem toda razão. Isto é mesmo uma questão transversal de Educação, a mesma com que andam a brincar há 30 anos.
Caro Anthrax,
ResponderEliminarLicenciados a 300 euros por mês também se arranja. Pessoas com conhecimento é que não.
Cara Margarida,
Não vamos concordar. Ou melhor, a qualidade da gestão não tem a influência que tem a qualidade da engenharia do processo ou da engenharia do produto ou da fraca capacidade intelectual dos nossos governantes que, por acaso, os piores até são doutorados. E tomara que as grandes consigam, um dia, chegar à produtividade de uma PME.
Estarei a perceber? Portugal está tão mal que não pode haver muitas PME decentes. Ponto final porque chegados a este beco sem saída é irrelevante discutir a capacidade dos empresários. É isto?
ResponderEliminarCaro Virus
ResponderEliminarO último da tabela é a Grécia. Curiosidade?
Os resultados do estudo não trazem nada de novo. As conclusões são recorrentes. É que andamos a falar sobre a necessidade de investir na educação e formação há muitos, muitos anos!
Falámos mais do que fizemos e o défice de qualidade está bem à vista!
Evidentemente que são muito interessantes as abordagens aqui deixadas pelos diversos Comentadores, que de certa maneira chamam a atenção para outros factores que se juntam ao défice de qualidade dos recursos humanos para explicar que temos muito a fazer para convergirmos com a média da produtividade europeia!
Caro Tonibler
Não temos necessariamente de concordar em tudo. A diversidade de pontos de vista ou de perspectivas é sempre rica. Mas deixe-me dizer-lhe que os chamados "custos do contexto" que enunciou são uma realidade com a qual não nos devemos conformar. Afinal estamos todos à procura de um futuro melhor, à procura de resolver os problemas que constituem sérias dificuldades à criação de riqueza!
Cara Margarida.
ResponderEliminarMais um texto cuja matéria é fatalmente objecto de acesa polémica, até porque, independentemente das razões ténicas e empresariais que defendem este ou aquele ponto de vista, está em jogo, na minha opinião, a própria formação política de cada um dos comentadores, todas elas muito respeitáveis, mas cujas diferenças não se podem escamotear.
Depois, as vertentes que foram abordadas nos diferentes comentários, não lhes retirando de forma alguma, a sua valência e a sua importância, como contributo no encontro das melhores soluções, tudo isto em ordem a se atingirem melhores performances num desempenho económico, essas vertentes, dizia, encontram-se extremamente embricadas, dependendo umas das outras para a obtenção de um desejável sucesso. Em todo o caso,permita-me cara Margarida, afirmar que pessoalmente julgo que o ensino actual,seja a que nível for, em que a indisciplina social e académica são patentes, em que a categoria de alguns mestres deixa muito a desejar e em que a formação ministrada poderá não acompanhar devidamente o avanço tecnológico actual, estou-me a referir especialmente aos cursos na área das economias e das engenharias, julgo que o ensino actual, afirmava, causa grandes preocupações,por falta de horizonte empresarial. Ai se nós tivessemos mais Católicas e menos Independentes!
Li com redobrado interesse o comentário avançado por Rui Fonseca
que quanto a mim teceu judiciosas observações a propósito do que se observa em largos casos na perspectiva em questão. Tenho uma trajectória profissional parecida,muito ligada à formação profissional, pelo que posso confirmar aquilo que é acentuado, lembrando ate o facto de se verificar uma acentuada propensão e vocação próprias nalguns casos na condução da gestão de empresas .
Uma palavra sobre o que se observa nas empresas do chamado sector empresarial do estado, "escorreito e aumentado" através das mais variadas formas,associadas, etc,
onde os armandos varas e quejandos, dominam e se comportam como grandes senhores. É a via do compadrio, da partidarite e da antiguidade democrática. E neste contexto alucinante, já agora, não esquecer as e os "internacionais da gestão" , distintos comerciantes da nossa praça, sempre com as suas "soluções milagreiras".
São estas e outras ocorrências que
explicam e estão na base daquilo que afinal somos!.
Caro Rui Fonseca
ResponderEliminarExtremamente interessante a sua perspectiva. Uma retrospectiva econ�mica e social bem elucidativa do retrato actual.
� verdade que a maior parte dos pequenos e m�dios empres�rios s�o empres�rios � for�a pelas raz�es que t�o bem explica. S�o pessoas com muito valor, mas que n�o estavam preparadas e n�o se conseguiram adaptar aos novos tempos. Esta constata�o � v�lida para o Pa�s como um todo, embora alguns sectores da nossa economia tenham apresentado elevados crescimentos em termos de produtividade e competitividade, como aconteceu com a distribui�o e os servi�os financeiros.
Caro antoniodasiscas
Quando refere que "...a forma�o ministrada poder� n�o acompanhar devidamente o avan�o tecnol�gico actual..." est� tamb�m a tocar num ponto muito importante.
Diversos estudos econ�micos sugerem que se � verdade que o gap tecnol�gico se tem vido a reduzir, � fundamental a aposta na educa�o e no "investimento social". Estes dois �ltimos factores apresentaram, em per�odos recentes, uma contribui�o negativa para a converg�ncia real da economia portuguesa com a dos pa�ses da OCDE!
Caro Anthrax
ResponderEliminarEm todos os sectores de actividades económicas Portugal tem casos de sucesso, de empresários e gestores que souberam inovar e cooperar. O problema que identifico no meu texto não é um falso problema, como muito bem concorda, mas vamos tendo felizmente cada vez mais empresários e gestores empreendedores com preparação para fazer das suas empresas excelentes referências. É a prova "provada" que a qualidade dos recursos humanos associada a uma vontade de empreender, de correr riscos, pode fazer uma grande diferença.
Caro CCz
O funcionamento dos mercados é importantíssimo, mas o seu desenvolvimento deve ser enquadrado por políticas de "regulação" adequadas! Aqui, como refere, o Estado tem grandes responsabilidades!
Caro Arnaldo Madureira
ResponderEliminarHá muitas coisas que estão longe de estar resolvidas, mas não vamos agora "fechar a porta” porque não há nada a fazer. Temos que continuar a fazer mudanças.
A educação é, salvo melhor opinião, uma prioridade. Como qualquer investimento bem feito, a aposta na educação acabará por produzir bons resultados. Vamos ter que trabalhar muito…
Suzana
A qualidade das lideranças é determinante no desempenho. Não apenas nas empresas, mas também, por exemplo, na política.
Camões está sempre bem vivo: "fraco rei torna fracas as fortes gentes". Os portugueses não são melhores nem piores do que os outros. Basta olhar para o seu desempenho no estrangeiro!
O surgimento de empresas e empresários está ligado a dois factores à volta da qual tudo vai girar.
ResponderEliminar- Necessidade do futuro empresário;
- Espaço, entenda-se espaço criado ou diminuído pelo contexto legislativo e politico da sociedade;
A necessidade em Portugal tem conduzido aos chamados empresários da quarta classe, os outros não precisam tem empregos directa ou indirectamente no Estado. No Estado os empregados com formação, os tais desejáveis para empresários, vão aprender as regras da política e da manutenção do emprego, vão tornar-se dependentes e já mais terão a audácia de dar lugar aos seus instintos empreendedores. Nas grandes empresas deste país, empresas que vivem à sombra do Estado, os gestores com formação foram um pouco mais ambiciosos e igualmente desejados para empresários, mas têm bons ordenados e rapidamente se apercebem do alto risco da passagem a empresários. Não têm a tal necessidade, factor absolutamente decisivo para o espírito empreendedor dar o passo em frente.
Penso que ficam claras as razões para os gestores/empresários que temos:
– o estado anula a necessidade para os desejáveis empresários avançarem;
- no contexto politico que temos avançam os indivíduos sem formação;
Não vejo portanto qualquer necessidade de mais formação. Até porque formação a quem? As tais políticas activas de emprego ou formação que nunca atingem o target? E que como demonstrei acabam por ser perniciosas.
"O funcionamento dos mercados é importantíssimo, mas o seu desenvolvimento deve ser enquadrado por políticas de "regulação" adequadas"
ResponderEliminarE é o estado, que tem a informação suficiente para saber o que está a contecer? Que decisões pode tomar e quais as consequências dessas decisões?
E quem define o que é adequado?
Quando o estado interefere desencadeia sempre uma espiral de mensagens erradas. Pôe viticultores a produzir milhões de litros vinho para destilar; pôe milhares de desempregados sustentados pelos activos, a não quererem voltar ao trabalho; torna tão pesado o jugo dos impostos que desaconselha a aposta no país.
Basta pegar no orçamento do ministério da educação, dividi-lo pelo nº de alunos inscritos e constatar que, se não houvesse ensino público, o estado poderia dar a cada família, por cada filho, para pagar os estudos, cerca de 600 euros por mês... como eu me lembrei desta cena, quando levei os meus filhos a ver o último Harry Potter, a professora Minerva escandalizada com a interferência do ministério na escola!!!
Caro Anjo da Guarda
ResponderEliminarO seu diagnóstico e a sua receita conduzem, portanto, à conclusão que nos devemos contentar com o que temos!? Devemos, portanto, estar satisfeitos com a qualidade dos nossos recursos humanos? Devemos estar satisfeitos com nível do empreendedorismo? Devemos estar satisfeitos com o peso do Estado na economia? Vamos ficar de braços cruzados?
Caro CCz
As políticas "regulatórias" a que me refiro, que abrangem domínios como o regime do licenciamento, a legislação laboral, o funcionamento da justiça, o modo de relacionamento entre o Estado e os cidadãos e as empresas, o regime do acesso ao ensino e a sua prestação, o regime do acesso à saúde e a sua prestação, são cruciais para a economia, porque têm impactos no funcionamento dos mercados.
A qualidade destas políticas influência o ambiente do negócio.
Como referi no meu comentário o Estado tem aqui grandes responsabilidades. Aliás, o Estado deverá orientar-se cada vez mais para ser um regulador e um fiscalizador e deixar à iniciativa privada a função investimento em ambiente de mercado.
Cara Margarida,
ResponderEliminarPerante os problemas consensualmente diagnosticados o que fazer?
Em primeiro lugar, excesso de voluntarismos para dar novo rumo �� for�a� aos acontecimentos n�o serve de nada, ou por outra serve para baralhar, dar novo e trazer muita desilus�o.
Para a qualidade dos recursos humanos precisamos que as escolas funcionem e chega, nada de escolas especiais para alunos especiais. Nada de ir � pressa e � for�a dar forma�o aos gestores da quarta classe;
Com o peso do estado na economia, a� sim � quanto menos o estado fizer melhor o mesmo ser� dizer ficar de bra�os cruzados poder� ser ben�fico;
Como o n�vel de empreendedorismo, mais uma vez n�o podemos ir � pressa e � for�a fazer empres�rios, e o mesmo ser� dizer criar planos e esquemas para que apare�am empres�rios; o esp�rito de empreendedor n�o se fabrica, � inato. Sobre as condi�es para que estas voca�es apare�am e vinguem � preciso que exista necessidade e espa�o. Necessidade prende-se com a inexist�ncia de esquemas alternativos ao trabalho como forma de ganhar o p�o. Espa�o para que os empres�rios n�o se sintam perseguidos pela burocracia, espartilhados pelas regras.