Tudo cada vez mais como dantes.
A Directora do Museu Nacional de Arte Antiga, Dalila Rodrigues, foi demitida, não sei se bem, se mal, embora me pareça que muito mal, face às provas dadas e até aos elogios recebidos dos seus superiores, mas não é isso que vem agora ao caso.
O que é de relevar é a suprema indignação de dezasseis directores de museus nacionais, que subscreveram um abaixo-assinado em que põem em causa declarações e posições de Dalila Rodrigues. Com argumentos irrespodíveis, como esse que sublinhava que Dalila Rodrigues era directora «apenas há três anos»!...
De facto três anos é um prazo perfeitamente irrisório para pretender fazer parte activa de qualquer classe, nomeadamente daquela que os dezasseis designam por "classe museológica", para cuja entrada, pelos vistos, só eles podem facultar, em exclusivo, o direito de admissão.
Para além da prosápia, duas coisas são certas.
A primeira é que, pelo acto, já asseguraram a recondução nos seus lugares.
A segunda, é que voltaram em força os abaixo-assinados para desagravar os chefes.
Tudo cada vez mais como dantes. A bem da Nação!...
Trabalho exemplar de Dalila Rodrigues (in Jornal Expresso)
ResponderEliminar“Durante a sua gestão, iniciada em Setembro de 2004, o Museu Nacional de Arte Antiga duplicou o número de visitantes. Em 2003 passaram pelo museu das Janelas Verdes 71.973, em 2006 os visitantes foram 192.452. Pela mesma ordem de comparação, antes e depois da sua direcção, as receitas da instituição passaram de 250 mil euros, em 2003, para um milhão e 109 mil euros, em 2006.”
Gostaria de conhecer melhor e de poder comparar o trabalho desses 16 “magníficos” directores de Museus Nacionais com o notável desempenho de Dalila Rodrigues. Suspeito que o brilho da directora do Museu de Arte Antiga os estivesse a ofuscar... O abaixo-assinado não é mais do que uma pública manifestação de alívio e fraqueza: “finalmente sós, sem desalinhamentos ideológicos”. Para pertencer à “classe museológica” deve ser necessário fazer de mono, algures entre a letargia e o estado de moribundo. Quem mexer um neurónio ou manifestar alguma actividade na junção sináptica sujeita-se ao exílio secular e republicano.
Se eu fosse Ministro da Cultura demitia-os a todos na primeira oportunidade, com o fundamento da falta de coluna vertebral.
Assim vai a avaliação do mérito em Portugal, com o PRACE a servir de “bíblia” socrática.
Porque é necessário repudiar a discricionariedade política e profissional, que afecta a qualidade da nossa democracia, sugiro que o 4R divulgue esta petição a favor de Dalila Rodrigues:
http://www.petitiononline.com/Dalila/petition.html
Devem ser os 17 todos umas lindas prendas. A Dalila e os outros, produtos dessa escola de talentos que é a função pública portuguesa...
ResponderEliminarMeus caros,
ResponderEliminaros 16 não pertencem à classe museológica. Os 16 SÃO a classe museológica, isto é, eles SÃO peças de museu (sobretudo no que à sua gestão dizem respeito) e como tal deveriam estar no "Museu das Reliquias"!
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarO abaixo-assinado dos 16 é um NOJO, é repugnante!
16 cartoonistas (cartão partidário, entenda-se) juntam-se contra uma Senhora, só uma Senhora?
Não houve um único entre eles que quisesse vir à luta sozinho?
Presumo tratar-se de gente da mais bafienta que por aí anda, esmolando favores carreiristas pela via da obediência cega a seus superiores - se é que é gente...
Serão directores de museu ou peças de museu - Pinho Cardão verificou bem?
A observação feita pelo PR, a propósito deste caso, foi demolidora. Não é comum o PR falar especificamente de um caso pessoal. Mas fez. Ainda bem, porque deu a "entender" que não percebe que uma pessoa que deu provas de competência seja dispensada! Não percebe, mas a "rapaziada" do 4-R explica-lhe: "estamos perante pessoas que tratam dos lugares de estado como "proprietários" dos mesmos. NÃO SÃO DONOS DO ESTADO! DEVIAM SERVIR O POVO!
ResponderEliminarOs "16" são banais lacaios que tudo fazem para agradar aos donos. "O Esplendor da Excelência Nacional"!
Espero que o Senhor Presidente da República inicie a "faladura aberta" de forma a fazer-se ouvir, aconselhando o Primeiro de modo a que este mande calar, obrigue a estar quietos ou exija que alguns ministros façam a sesta antes de tomarem decisões.
Se esta rapaziada se mantiver durante mais uma legislatura, e tudo aponta para que sim, vai ser o bom e o bonito!
Caro Professor:
ResponderEliminarDe facto, o Presidente deixou de lado a linguagem diplomática, e foi clarinho, clarinho, para o pessoal entender...
Conhecem o ditado "casa onde não há pão todos ralham e não têm razão"? Em Portugal é ao contrário - as receitas do museu cresceram muito e isso cria logo problemas, muitos problemas.
ResponderEliminarOs outros directores são postos em cheque pelos fracos resultados comparativos; o aumento de receitas gera cobiças - o organismo central quer ficar com elas, a directora quer ficar com elas...
No dia em que a RDP conseguiu gastar menos que a receita das taxas foi o dia em que a RTP a "absorveu". Acto de gestão? nada disso...
Pergunta:
ResponderEliminarDe que sarcófago sairam essas 16 múmias?