domingo, 5 de agosto de 2007

“Correia de Campos”…

Hoje, li uma entrevista do Senhor Ministro da Saúde, Correia de Campos. Apesar das críticas que lhe tenho feito ao longo dos últimos tempos, tenho de reconhecer que a medida anunciada, em termos de financiamento da reprodução medicamente assistida, é um sinal muito positivo. A comparticipação a 50% é um primeiro passo e, mesmo assim, acredito que fará todos os possíveis para aumentá-la. Estou perfeitamente convicto de que tudo fará para que as seguradoras assumem, igualmente, o ónus de comparticipar esta técnica, possibilitando a centenas de milhares de casais portugueses, desejosos em manifestarem a paternidade e maternidade na sua total plenitude, que desfrutem de uma felicidade, a que têm direito, além de contribuírem para minimizar a reduzida taxa de fertilidade verificada entre nós.
Também apreciei o facto de responsabilizar os parlamentares para a alteração verificada na lei do “tabaco”, já que teria desejado que a sua proposta tivesse sido aprovada na íntegra.
Quanto ao caso de “Vieira do Minho”, não me convenceu muito! De qualquer modo, é justo que se realce, também, aspectos positivos de um ministro muito controverso. Faço-o por vários motivos, reconhecimento quando deve ser reconhecido, além de uma velha amizade…

Conflito de interesses: Apesar de ser Vice-presidente do Conselho Nacional da Procriação Medicamente Assistida, o comentário que acabo de fazer é a título meramente pessoal.

5 comentários:

  1. O meu amigo Salvador deveria abster-se de elogiar o ministro Campos. Os erros e a desatrosa política da saude do ministro assim o impunha. Esta "oposição" nunca mais aprende.Não vê que um acidente de percurso não deve ser levado a registo.

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  2. Caro Professor Massano Cardoso
    O governo anunciou muito recentemente uma pseudo reforma de estímulo à natalidade, sem que tivesse sido proferida uma palavra sobre a infertilidade que atinge milhares de casais que desejam ter filhos e que procuram realizar esse direito recorrendo à procriação medicamente assistida (PMA).
    Vem agora o Senhor Ministro da Saúde falar no financiamento público da PMA. Mais vale tarde do que nunca. Trata-se de uma medida da mais elementar justiça, mas que não pode nem deve descurar a necessidade de adopção de medidas que permitam reduzir os longos tempos de espera com que os casais se confrontam no seu desejo e na sua luta de quererem ter um filho.
    Creio que o governo está em falta com a regulamentação da lei sobre PMA, publicada há mais de um ano.
    O que se exige é uma actuação coerente do governo nesta matéria tão delicada e tão querida para tantos casais. Pode ser que a entrevista do Senhor Ministro da Saúde seja o prenúncio de que o governo vai finalmente levar este assunto a sério, regulamentando rápida e decentemente o acesso à PMA e a comparticipação pública dos seus elevados custos.

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  3. Anónimo15:06

    Tem razão, meu caro Professor. Boas medidas, finalmente, numa área onde tardavam sinais claros. Em especial no que respeita aos apoios aos casais que não vêem alternativa à procriação arificial.
    Hilariante a resposta à questão de saber se ele, Correia de Campos, não se incomodava com o facto de ser o ministro mais impopular. A resposta de que o preocuparia ser o mais popular porque isso significaria que não estaria a fazer nada, não deve ter agradado mesmo nada ao seu colega MNE, que imagino seja o ministro com melhor cotação.
    Nesta parte sim, o Ministro a que nos habituámos!

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  4. Caro Ruy

    O facto de não concordar com as políticas de Correia de Campos, não impede que “elogie um acidente de percurso”. Pode não ser a melhor “oposição”, de facto, a um ministro, mas atendendo à situação particularmente difícil que se vive entre nós – estou a falar da problemática da infertilidade – uma notícia deste jaez tem que ser considerada como bem-vinda e um sinal de esperança para muitos casais portugueses. Dificilmente me absteria.
    Como o ministro está para durar, pelos vistos, sabe o que é que lhe desejo? Que tenha muitos e muitos “acidentes de percurso”, idênticos a este!

    Cara Margarida
    É difícil imaginar o desespero de casais que se encontram nesta situação, pelo que têm de ser tomadas as medidas destinadas a concretizar os seus sonhos. E qual a maior felicidade que um casal pode alcançar? Filhos amados e desejados…

    Caro Ferreira de Almeida
    A tirada final do Correia de Campos é a sua verdadeira assinatura. Se não lesse algo de parecido, ficaria desconfiado da autenticidade da entrevista!

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  5. Essa da comparticipação a 50% é uma patetice, desculpe lá Caro SM Cardoso. Ou bem que é um acto de saúde(que é!), ou bem que não é. Ele que despeça dois ou três administradores que já consegue comparticipar decentemente.

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