Só agora tive a paz de espírito, que estas coisas exigem, para verdadeiramente apreciar o pequeno e rápido deslumbramento com que hoje o Tejo brindou os lisboetas que à hora certa lhe estavam próximos.
Hoje, pela manhãzinha, bem cedo, a frente ribeirinha oriental estava linda. Experimentei uma sensação especial de frescura e de doçura que não resisto a tentar passar para uma folha de papel, com a certeza de que infelizmente, por inabilidade minha, a descrição não permitirá a quem lá não esteve ver e sentir a beleza encontrada. É uma tentativa de repartir. Sempre admirei muito, e confesso que com alguma pena, a capacidade daqueles que, para além de um domínio técnico literário superior, sabem exactamente a impressão que a sua exposição causa no leitor.
Era uma frente ribeirinha a despertar, mas de forma invulgar por estas paragens, para dar lugar a mais um dia de verão. Uma paisagem singular de conjugação de cores, cheiros, sons, sabores e movimentos. Repousava em cima do rio Tejo uma cortina muito fina de um nevoeiro de tonalidade cor de rosa, suficientemente espessa para se fazer notar e permanecer algum tempo antes de se dissipar, salpicada aqui e ali com as cores dos azuis da água e do céu e com o amarelo já brilhante do sol a despontar. Estas cores estavam rodeadas de uma fragrância muito fresca de maresia e de uma leve brisa que corria suavemente, complementadas pelo canto das gaivotas que por ali esvoaçavam. Não fosse o apito de um ou outro barco que àquela hora navegava pelo rio fora e o quadro seria apenas pintado pela natureza.
Como gostaria de me ter detido para admirar todos aqueles minutos de encanto do Tejo, mas àquela hora não me era possível. Pode ser que amanhã…
Apreciar este quadro natural em Lisboa é uma preciosidade. Telas como esta repetem-se por muitos lugares bonitos por esse mundo fora, mas num contexto, normalmente, menos urbano.
A natureza é realmente maravilhosa. Não admira que quem com ela convive no seu estado puro tenha uma vida mais serena…
Hoje, pela manhãzinha, bem cedo, a frente ribeirinha oriental estava linda. Experimentei uma sensação especial de frescura e de doçura que não resisto a tentar passar para uma folha de papel, com a certeza de que infelizmente, por inabilidade minha, a descrição não permitirá a quem lá não esteve ver e sentir a beleza encontrada. É uma tentativa de repartir. Sempre admirei muito, e confesso que com alguma pena, a capacidade daqueles que, para além de um domínio técnico literário superior, sabem exactamente a impressão que a sua exposição causa no leitor.
Era uma frente ribeirinha a despertar, mas de forma invulgar por estas paragens, para dar lugar a mais um dia de verão. Uma paisagem singular de conjugação de cores, cheiros, sons, sabores e movimentos. Repousava em cima do rio Tejo uma cortina muito fina de um nevoeiro de tonalidade cor de rosa, suficientemente espessa para se fazer notar e permanecer algum tempo antes de se dissipar, salpicada aqui e ali com as cores dos azuis da água e do céu e com o amarelo já brilhante do sol a despontar. Estas cores estavam rodeadas de uma fragrância muito fresca de maresia e de uma leve brisa que corria suavemente, complementadas pelo canto das gaivotas que por ali esvoaçavam. Não fosse o apito de um ou outro barco que àquela hora navegava pelo rio fora e o quadro seria apenas pintado pela natureza.
Como gostaria de me ter detido para admirar todos aqueles minutos de encanto do Tejo, mas àquela hora não me era possível. Pode ser que amanhã…
Apreciar este quadro natural em Lisboa é uma preciosidade. Telas como esta repetem-se por muitos lugares bonitos por esse mundo fora, mas num contexto, normalmente, menos urbano.
A natureza é realmente maravilhosa. Não admira que quem com ela convive no seu estado puro tenha uma vida mais serena…
Querida Margarida.
ResponderEliminarA senhora revela uma verdadeira "Escrita Impressionista". Foi capaz de pintar com cores, cheiros e amor um belo quadro, partilhando-o com os seus admiradores.
Oh Margarida! Continue a "pintar" os seus quadros...
Amen à opinião do caro Prof. M.C.
ResponderEliminarCara Margarida, se por mais não fosse, merecia o meu maior agradecimento a sua vontade altruísta de partilhar o seu tesouro.
Durante alguns anos tive o privilégio de viver em estreita união com este encantador rio Tejo.
A sua descrição, relembrou-me essa vivência e as múltiplas sensações extraordinárias que com ele tive oportunidade de experimentar.
A sua, foi usufruída da margem, suponho, mas, garanto-lhe Margarida, se tiver oportunidade de passear calmamente no rio, de preferência pela manhã muito cedo, ou ao final do dia, garanto-lhe que irá sentir-se transportada para uma dimensão intemporal.
Obrigado pela partilha, é desnecessário aferir a sua superior qualidade de escrita.
Cara Margarida
ResponderEliminarLisboa sempre foi considerada uma das cidades mais bonitas do mundo, embora evidenciando muito infelizmente, os contínuos desmandos a que tem estado sujeita pelos nossos estimados governantes. Oxalá que comesta vereação,com competência muito duvidosa,mas com uma apetência ilimitada para as "boas" coisas, não provoque estragos irremediáveis.
Caro Professor Massano Cardoso
ResponderEliminarSimpatia sua. Mas vou continuar a "caprichar", para poder retribuir as belas histórias a que já nos habituou...
Caro Bartolomeu
Para além de muitas outras coisas boas, este espaço 4R e os seus Comentadores impelem-nos a partilhar e a recordar experiências. É uma extraordinária fonte de aprendizagem e saber.
Já tenho feito alguns passeios ao final da tarde junto ao rio. E gosto muito. Somos realmente transportados para algo sobrenatural! Bonita sensibilidade a sua e excelente conselho o seu!
Caro antoniodasiscas
Lisboa continua a ser uma cidade muito bonita, apesar dos desmandos a que se refere, que não são poucos. Se tivermos que fazer um balanço entre o que de bom e o que de mau se fez o saldo é negativo. Um dos problemas é que há muito para fazer, sobretudo no domínio da preservação do património e da revitalização dos espaços. Já é tempo de parar com a política do "betão armado" que é sempre uma grande tentação...
Vai-nos valendo o enquadramento geográfico e o clima que, apesar das alterações climáticas, sempre nos vai alimentando a alma...