terça-feira, 21 de agosto de 2007

Pérolas - II

Hoje é, definitivamente, o dia das pérolas.
Segundo o Dr. Menezes Leitão, candidato a bastonário da Ordem dos Advogados "não é aceitável que, em pleno século XXI, se negue a uma classe profissional - a dos advogados, mormente os que exercem em prática isolada - o direito a férias que é reconhecido a toda a restante população".
Eu, que sou advogado há mais duas décadas, e nalguns desses passados anos em prática isolada, sempre - felizmente - vivi a intranquilidade provocada pelos processos preparados nas férias grandes e pequenas. Nunca me preocupou ter de interrompê-las para acorrer às necessidades de um cliente ou praticar acto ou diligência em processo urgente, desses que correm, e desde sempre correram, em férias. Nunca me incomodaram as horas tiradas ao sono afastado recorrentemente pela preocupação e pelo peso da responsabilidade perante aqueles que nas minhas mãos confiaram a defesa dos seus direitos e dos seus interesses.
Fiz a opção de não ser como a "restante população". Escolhi ser um profissional liberal, sem horário nem calendário. Sem submissões que não fossem as ditadas pela necessidade de saber mais e desempenhar melhor.
Bom, pelos vistos temos advogados que não se sentem bem nesse estatuto e preferem o regime dos assalariados. Um deles é, pelos vistos, candidato a bastonário da Ordem dos Advogados. Resta-me desejar que os seus pares não o contratem.

3 comentários:

  1. Parabéns pelo postal, excelente frase:
    "Fiz a opção de não ser como a "restante população". Escolhi ser um profissional liberal, sem horário nem calendário. Sem submissões que não fossem as ditadas pela necessidade de saber mais e desempenhar melhor."

    Está lá tudo, não sou advogado mas revejo-me nela.

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  2. Muito bem, é assim mesmo, nessa profissão liberal ou noutras em que as pessoas se dedicam de alma e coração, sem estar a medir os tempos de acção ou de descanso pela rigidez do calendário. Além disso o direito a férias não é um privilégio, como parece resultar das palavras desse candidato, resulta de uma forma de organização do trabalho que implica necessariamente pausas para descansar, tendo em vista exactamente o resultado, por isso depende do tipo de função, do grupo, da actividade, etc. Se ele esquece isso, é porque não compreendeu nada, não distingue a natureza das funções, nem objectivos. Dá um mau exemplo com essa pretensa vitimização.
    Excelente post, gostei de ler, como sempre.

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  3. Anónimo20:39

    Amo muito Portugual.
    ja recebi um chamado de viajar para pregar para todo povo de portugual
    mas sou muito criança para viajar so tenho onze anos.
    bejão para todos.
    y love yul Portugual

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