Durante a última semana, assistimos a um comportamento paradoxal dos mercados de títulos, mais acentuado nos mercados americanos: à medida que eram publicadas notícias desfavoráveis sobre o comportamento da economia, os preços das acções subiam, tendo os 3 principais índices – Dow Jones, Nasdaq, Standard & Poor’s – encerrado a semana com variações positivas.
Os aspectos mais desfavoráveis da economia consistem na forte quebra dos indicadores de vendas de casa, novas ou usadas, o maior pessimismo dos consumidores e as expectativas de um crescimento económico muito mais moderado nos dois últimos trimestres do corrente ano podendo estender-se para 2008.
Este fenómeno paradoxal tem uma explicação - o mau desempenho da economia reforça as expectativas de novas descidas de taxas pelo FED e tanto basta para animar os investidores em activos financeiros.
Parece que esta “psicose” de descida de taxas está hoje a contagiar os mercados europeus, que começam a acreditar numa descida das taxas do BCE.
Curiosamente, esta mudança de expectativas ocorre num momento em que a inflação da zona Euro, em Setembro e pela primeira vez em 11 meses, ultrapassou o limiar dos 2% (2,1%) o que para o BCE é um novo pesadelo...
É claro que estes paradoxos não podem durar sempre.
Se começar a verificar-se, por exemplo, que as descidas das taxas de juro do FED tardam em reanimar a economia, que esta não reage a tais estímulos, não sei o que poderá acontecer ao mercado de acções...
Significa isto que o investimento em acções se mostra agora mais arriscado, pois os ganhos futuros ficam dependentes da verificação em cadeia de dois factores, ambos incertos: (i) a continuação da descida das taxas do FED e (ii) a reacção positiva da economia, em especial do consumo privado, a essa descida.
Se esta conjugação não se verificar, ainda vamos passar algumas dores de cabeça.
O poder mágico do FED pode não durar sempre...
Quanto ao BCE, esperemos para ver, embora não me pareça nada provável qq mexida das taxas este mês.
"Quo vadis" PSD?
ResponderEliminarRegionalização
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Quo vadis País (bem mais importante)?
ResponderEliminarO mercado americano reagiu bem À descida das taxas por parte do FED, no entanto não foi tão influente quanto se esperava.
ResponderEliminarJá no que diz respeito ao BCE, apesar da inflação ter atingido os 2,1%, seria um total disparate subir as taxas de juro. O asfixiamento da taxa de juro poderia reflectir-se nas exportações.
Vi no outro dia um documentário interessante. A Wall-MArt, mexe mais na inflação que o FED, ou seja, uma subida dos preços na Wall-mart tem mais impacto que uma descida de juros por parte do FED.
Saudações Republicanas
Caro André, será que a influência da Wall-Mart deriva do facto de Hillary Clinton ter sido colaboradora da empresa (maior retalhista do mundo)?
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