quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Quem não tem dinheiro não tem vícios!

Nem mesmo de propósito, hoje que é Dia Mundial da Poupança recebi esta "carta" (para uma melhor leitura clicar em cima da imagem) que não resisto em partilhar aqui no 4R. Não fosse o estado de saúde a que chegou a nossa depauperada "poupança" e as "espertezas" montadas para ir enganando tudo e todos, a carta até poderia ter uma certa graça! Infelizmente a situação não é para graças, mas antes motivo de grande preocupação.
É caso para dizer: Quem não tem dinheiro não tem vícios! Devia ser assim, mas a máxima "Quem não tem cão caça com gato" parece estar a ganhar adeptos!

14 comentários:

  1. Cara Margarida,

    É FABULOSO!!! LOL :))

    Lindo! Já chorei de tanto rir.

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  2. Mesmo que não seja verdade é um achado.

    A melhor da semana!

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  3. Caro Rui Faustino
    Seja bem vindo.
    Sou sensível e preocupam-me, em particular, os vínculos contratuais precários de trabalho duradouro.
    A sua intervenção leva-me a fazer um breve comentário, mas num registo muito pragmático. A mentira é um comportamento que está banalizado na política. É uma arma demagógica usada, entre outras coisas, para fazer promessas insusceptíveis de serem cumpridas. É uma verdade que todos, uns mais do que outros, vamos conhecendo. O BE faz parte desta realidade e para ela contribui. Não é uma excepção.

    Caro Anthrax
    Não consegui chorar. Mas é angustiante e muito preocupante!

    Caro Rui Fonseca
    A verdade é que a carta conta muitas das verdades deste pobre País. É um excelente retrato de muita coisa. Por isso, concordo que é "A melhor da semana"!

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  4. Apesar do caracter tuga da carta, ela revela também uma grande verdade - escesso de endividamento é um problema do devedor mas é maior para o credor.

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  5. Cara Margarida,

    Partindo do princípio que a carta representa uma situação real e excluindo os elementos entre-linhas, que naturalmente reflectem uma situação preocupante, é preciso ter um grande sentido humor e uma grande presença de espirito para escrever aquilo.

    Haviam de ler a carta que me pediram para escrever aos moços dos impostos! À sua maneira, também é muito divertida e é, mais ou menos, dentro do mesmo género.

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  6. Cara Margarida
    E digam lá que não somos um povo criativo em manobras baixas e de tal forma, que conseguimos sempre articular com mérito total, o despudor com o humor e para cúmulo, ai do credor, no caso vertente, é de ficar estarrecido, que exagerar na pressão para receber algum crédito,pois arrisca-se a que a " justiça de Castela" se volte contra ele, depauperando-o dos seus direitos,em benefício do caloteiro. É gastar meus senhores, que a desvergonha em que mergulhou este país, tudo permite. E cuidadinho porque senão!...
    A falta de princípios e de moralidade entre nós, é de estarrecer, até porque a lei é permissiva e protege descaradamente os arranjistas.

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  7. Cara Margarida.
    É verdadeiramente preocupante o estado de endividamento a que muitas famílias chegaram. Lembro-me perfeitamente que este fenómeno ha 30 anos ainda não se fazia sentir. Mas, num espaço curto de tempo, a forma de as pessoas compreenderem o crédito e de o utilizarem, alterou-se. Um factor determinante para que esta alteração ocorresse, foram as doses massivas de publicidade, anunciando a facilidade cada vez maior para atribuição de crédito. Aquando do governo de Cavaco Silva, verificou-se uma estabilidade económica e de emprego, que permitiu ao quadro médio aspirar à compra de casa e carro, recorrendo ao crédito bancário. Depois, com o agravar da situação económica do país, a subida dos juros e a precaridade de empregos, chegou-se À situação actual em que muitíssimas famílias não têm condições para satisfazer os créditos que exageradamente contraíram. Como diz a cara Margarida esta situação dramática, que à partida é devida à falta de capacidade do devedor para avaliar a sua situação económica, põe em risco a estabilidade das famílias endividadas, não sendo de esperar que seja o estado a resolver-lhes problema. Porém, é um problema volumoso que tem de ter obrigatoriamente uma solução, que no meu ponto de vista terá obrigatóriamente de passar por um control de dívidas, pela reavaliação individual dos créditos, da situação económica do devedor e da renegociação dos mesmos, em simultâneo, é necessário que seja adoptada uma política séria de contenção e control rigoroso das condições e montantes dos créditos solicitados e a atribuir.

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  8. Caro Tonibler
    Assinala muito bem que o problema do endividamento envolve duas partes; perante uma situação de rotura financeira ambas podem estar com a “corda na garganta”. Mas há situações em que uma das partes sofre bem mais do que a outra. Basta lembrarmos a dramática situação financeira em que muitas empresas se encontram porque o Estado não lhes paga pelos serviços que lhe prestaram na qualidade de fornecedores, sem contudo o mesmo Estado lhes exigir o cumprimento pontual das suas obrigações fiscais, seja o IVA, seja o IRC, conduzindo muitas delas à única saída, a falência!


    Caro Anthrax
    É claro que a imaginação, e os portugueses nisso são exímios, não tem limites; no caso em apreço se é verdade que a história contada retrata no essencial uma realidade, já o sentido de humor e a grande presença de espírito que o Caro Anthrax refere são fruto de uma admirável imaginação. Por mim, tinha nota de 20 valores!

    Caro antoniodasiscas
    Tem toda a razão, somos um povo criativo, mas sobretudo cheio de manhas. Ai daquele, com excepção do Estado, que tenha o azar de se tornar credor porque com o lento funcionamento dos tribunais terá que aguentar, claro está se conseguir. Porque muitas vezes a “justiça” vem tarde de mais.

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  9. Caro Bartolomeu
    Oportuna memória que aqui nos trouxe.
    É com efeito preocupante o estado de endividamento a que muitas famílias chegaram, mas é também motivo de preocupação a utilização progressiva de campanhas publicitárias aliciantes e sedutoras a que muitas famílias não resistem.
    A oferta de produtos financeiros é apresentada com um rótulo do tipo "bola de cristal", como solução para os problemas do endividamento dos clientes ou para satisfazer um leque cada vez mais alargado de exigências. O endividamento das famílias tem conduzido ao aparecimento de soluções de crédito que apostam na reconversão das dívidas, possibilitando no imediato um "balão de oxigénio", não deixando, contudo, de comprometer o futuro. Em muitos casos, estamos perante "bolas de neve"!
    A falta de informação e de educação financeira têm contribuído para que as famílias recorram ao crédito sem fazerem uma avaliação das incertezas do futuro (novas despesas, subida das taxas de juro, instabilidade do emprego ou actividade económica, etc.).
    Segundo dados da DECO, são poucas as famílias portuguesas que elaboram um orçamento mensal! Por aqui se vê, a dimensão do problema...

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  11. Caro Rui Faustino, o BE e os seus militantes estão a perceber que uma coisa é andar aos gritos na oposição a dizer que os outros devem mudar o mundo, outra bem diferente é quando são eles a exercer o poder. É a dura realidade para o BE.
    Cara Margarida, ainda que um pouco atrasada (este 4r é muito dinâmico!) não resisto a perguntar como é que uma família pode fazer um orçamento, ainda que por alto, e ele ter alguma utilidade. Se pensar que quem comprou casa há poucos anos se viu entretanto com os vencimentos congelados (caso mantenha o emprego na função pública, que é a perspectiva mais estável em que se baseava o investimento), viu aumentado o IVA, viu agravado o IRS, viu reduzidos os benefícios fiscais, viu aumentar os básicos a uma taxa superior à inflação oficial e viu aumentar anualmente as taxas de juro...Só se tivesse pintado o quadro mais negro é que se teria deixado ficar em casa dos pais!Há muita gente tola, que se endivida para ir de férias para o Brasil, ou coisa parecida, mas desses tenho pouca pena. Mas há muitas famílias que viram invertidas as suas expectativas mais baixas, sendo que há poucos anos ainda era considerado errado não aproveitar as baixas taxas de juro para comprar uma casita nos subúrbios, até porque não havia arrendamento. Não podemos esquecer estes casos,que devem ser a maioria.Depois, ainda há campanhas para eles terem filhos...Houve uma inversão drástica de expectativas, enganosa ou não, mas houve.

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  12. Suzana
    Um pouco fora de horas – ir um fim-de-semana para fora sem ligação à internet passou a constituir um risco – não resisto a perguntar se as famílias portuguesas têm efectivamente uma situação financeira suficientemente estável que lhe permita adquirir a segunda habitação, a tal "casita nos subúrbios"!? É que embora não tenha aqui os números, lembro-me de há uns bons anos o INE ter divulgado que mais de 50% das famílias (ou portugueses, já não me lembro?) têm segunda habitação. Sempre achei um excesso!
    Ora a decisão de compra de uma "casita nos subúrbios" não pode, a meu ver, estar dependente do movimento das taxas de juro. Trata-se de saber se o orçamento é suficientemente estável, e a estabilidade depende de vários factores, para que uma tal decisão não se transforme numa aventura infeliz ou mesmo num pesadelo!

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  13. Margarida, o que eu quis dizer (também estive fora no fim de semana)foi que não é justo atribuir agora as culpas à inconsciência das famílias portuguesas, as pessoas acreditaram, porque lhes foi dito e redito, que fazia sentido comprarem a casa (falo da habitação própria, a outra já é outra questão, vende-se a acabou-se, mesmo com prejuízzo, mas não gera aflições de monta)e além disso não havia grande alternativa, não havia arrendamentos nenhuns. Se hoje é um problema social, não resulta de uma súbita fúria consumista, mas de perspectivas bem fundadas de estabilidade e progresso que se goraram e atingiram em cheio as classes mais vulneráveis economicamente. Não contesto que o problema existe, mas sim a origem dele, com a dimensão que atingiu.

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  14. Suzana
    Julgo que percebi o que quis dizer. Mas aproveito para acrescentar mais uma nota. A euforia consumista inicia-se após a adesão do escudo ao euro, com a redução das taxas de juro, a melhoria de acessibilidade ao crédito, o aumento da concessão do crédito, inclusive o crédito ao consumo. Este ambiente favoreceu o acesso mais fácil das famílias ao endividamento bancário, possibilitando-lhes a aquisição de bens tão importantes como a habitação e o acesso a pacotes de crédito ao consumo para satisfazer um leque vasto de necessidades e de desejos que foi longe de mais. Segundo dados do Banco de Portugal o endividamento das famílias situava-se em 2004 em 118% do rendimento disponível, número que terá sofrido, entretanto, agravamento. Esta situação atinge não só as classes mais vulneráveis mas também a classe média.
    Se outras justificações não existissem, a febre consumista e a fragilidade económica do País e a grave situação das finanças públicas explicam o dramatismo da situação.

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