Um turista italiano, de 24 anos, lembrou-se de cometer suicídio na Austrália ingerindo uma grande quantidade de etilenoglicol o aditivo utilizado nos radiadores dos automóveis. Sendo habitualmente fatal, lesando os rins, os médicos queriam utilizar como antídoto álcool farmacêutico. Mas não havia álcool suficiente no hospital! Foi então que se socorreram de vodka enfiando-a través de sonda nasogástrica ao ritmo de três doses por hora durante três dias. Salvaram-no. Uma “bebedeira” de três dias! Gostava de saber qual a marca de vodka utilizada. Habitualmente tem uma graduação de 40º, mas há pelo menos uma, vodka Rasputine, que só tem 75º! E eu que diga os seus efeitos quando um colega azerbaijanês me fez beber um cálice da dita à minha saúde. Ia ficando sem ela. Tive que aguentar quase dois dias para a minha mucosa bucal recuperar completamente.
Fosse qual fosse a marca, a conta da caixa de garrafas de vodka foi paga sem regatear pela direcção do hospital australiano.
Não sei se em Portugal as direcções dos hospitais – com tantas restrições orçamentais - autorizariam tamanha despesa. Em tempos o vinho do Porto fez parte do “formulário hospitalar”. Quantas vezes prescrevi uns copos bem cheios a doentes com delirium tremens. No dia seguinte, de manhã, o chefe dos enfermeiros dizia-me para requisitar mais uma garrafita, porque a noite tinha sido agitada!
Talvez não fosse má ideia, a partir deste exemplo, ter uma reservazita de Vodka nos hospitais, sempre servia como antídoto em casos semelhantes e, até, para comemorar as “belas iniciativas” que o ministério da saúde tem andado a promover por aí...
Na zdorovia!
Fosse qual fosse a marca, a conta da caixa de garrafas de vodka foi paga sem regatear pela direcção do hospital australiano.
Não sei se em Portugal as direcções dos hospitais – com tantas restrições orçamentais - autorizariam tamanha despesa. Em tempos o vinho do Porto fez parte do “formulário hospitalar”. Quantas vezes prescrevi uns copos bem cheios a doentes com delirium tremens. No dia seguinte, de manhã, o chefe dos enfermeiros dizia-me para requisitar mais uma garrafita, porque a noite tinha sido agitada!
Talvez não fosse má ideia, a partir deste exemplo, ter uma reservazita de Vodka nos hospitais, sempre servia como antídoto em casos semelhantes e, até, para comemorar as “belas iniciativas” que o ministério da saúde tem andado a promover por aí...
Na zdorovia!
Não sei se ainda existe, mas a Moskovskaya deslizava como água...
ResponderEliminarAfinal confirma-se, o número "3" é mágico. 3 dozes por hora, durante 3 dias, falta saber se o suicida foi tratado por 3 médicos e se o caso ocorreu no dia 3 de Março de 2003, às 3 horas da manhã.
ResponderEliminarEm Portugal? Por cá temos antíduto muito melhor, caro professor M C. Temos a branquinha de medronho, a deliciosa do minho, feita a partir do bagaço do verdinho e ainda a alentejana, que tb é de "estalo".
Confesso, não aprecio agua-ardente, ou qualquer outra bebida espirituosa, aprecio somente o Porto, o Moscatel e o malte. Ha uns anos estava de fim de semana numa aldeia do Concelho de Nisa, Aldeia de Chão da Velha, quando ainda em jejum me dirigi ao largo da aldeia para esperar o padeiro. Encontrei naquele largo um grupo de homens que procediam à matança do porco. Apesar de não constituir espectáculo agradável, fiquei para ver, para saber contar como é. ;)
mal parei veio ter comigo um dos homens, empunhando um garrafão e um copo do feitio de um copo de galão, só que ligeiramente mais pequeno e com um sorriso franco, cumprimentou-me enquanto enchia o copo de agua ardente, que de imediato me estendeu. Recusei gentilmente, com um sorriso também, porém o homem não recuou e insistiu que aceitasse o copo. Enveredei pela graçola e respondi-lhe _ Oh meu amigo, ainda estou em jejum, se bebesse essa copaneira, aterrava já aqui todo junto. O homem riu-se de novo e insistiu -Beba lá isso que é remédio, mata-lhe o bicho. Voltei a recorrer à graçola e respondi-lhe - Olhe lá, então eu já ando a alimentar o bicho ha tantos anos e agora ia mata-lo assim sem aviso? Você não vê que isto já é um bicho de estimação? Mas o bom homem não desarmou e empurrou-me o copo para a frente. Entretanto já mais dois se tinham chegado mais para junto de nós e olhavam curiosos. Decidi pegar no copo, com o propósito de o despejar, mal o homem virasse costas. Porém o "fulano" foi mais fino que eu e ficou de garrafão na mão ao meu lado, esperando que bebesse o líquido. Então resolvi tomar uma atitude decisiva. Estendi-lhe de novo o copo e disse-lhe - Não vale a pena meu amigo, eu não vou beber isto. Você não vê que eu sou menino copo-de-leite da cidade e se bebesse já nunca mais era gente na vida? O homem, com um sorriso já menos aberto, olhou-me de frente e insistiu. - Beba isso que não lhe faz mal nenhum, até podia beber 2 ou 3. Caramba, decidi então optar por uma estratégia, meter um gole na boca para distrair o homem e depois deitar fora o resto. E assim foi, só que, quando coloquei o gole de agua ardente na boca, senti um sabor agradável, semi-adocicado e sem a agressividade habitual da água-ardente. Engoli e gostei, o homem, sem deixar de olhar para mim, rematou logo, -Tá a ver, não lhe disse que era boa? E acabei por beber o restante, mas sempre com a ideia firme que aquilio me iria fazer mal. Entretanto chega o padeiro e compro 3 pães alentejanos. Volto para casa, sempre atento a qualquer possível sintoma provocado pela ingestão da água-ardente, mas... nada. O meu pequeno almoço, constou de um queijo fresco de 1 kg, menos 1/3 sensívelmente, que foi o que a minha mulher e os meus filhos ainda pequenos, comeram, 1/2 pão alentejano e uma caneca de café. Fiquei que nem um abade. Nessa manhã íamos a Alter-do-Chão, à Real Cudelaria, assistir ao tradicional leilão de cavalos, que se realiza todos os anos no dia 25 de Abril. (coisa de contestação monárquica... digo eu ) Por volta das 13 horas fomos almoçar e o bom do Bartolomeu, já com o estômago a "roncar" (perdoem a expressão) bateu-se com uma dose de um belo cabrito assado no forno, com batatinhas e grêlos, um pitéu. A verdade é que por volta das 16 horas, já sentia novamente vontade de comer, o que me leva a concluir que a tal água-ardente era efectivamente um remédio que, ao matar o bicho, deixou espaço para o cabrito.
;)))
Deliciosa história caro Bartolomeu.
ResponderEliminarJá agora, só por curiosidade, nunca mais matou o bicho, pois não?!
Duvido que depois do tratamento que aquele bicho recebeu, outros que viessem ficariam desencorajados a residir neste inóspito edifício.
ResponderEliminarahahahahahaha
Um bom tinto, moderadamente mastigado, um fresco moscatel, um velhíssimo porto, ou malte, encontram agasalho por aqui. De resto, qualquer outra bebida é rejeitada.
Senhor Professor Massano Cardoso.
ResponderEliminarAcabou de dar uma boa sugestão ao Senhor Ministro da Saúde. Com tantas medidas economicistas que anda a tomar, vai com certeza aproveitar a ideia e instruir o Infarmed a regulamentar o uso deste novo analgésico: o vinho do porto. Tem a vantagem de ser dois em um: é produto natural e nacional. Nada melhor para "colmatar" a crise!
Quanto à ingestão indevida do generoso, há que vigiar o pessoal de enfermagem, não vá rezarem muitas missas durante a noite...
Permita-me este comentário: 'cometer suicidio' é a tradução 'à letra' da expressão em inglês.
ResponderEliminarIrritantemente os jornalistas utilizarem, esta e outras expressões, por se limitarem a 'transcrever ' do formato original das agencias noticiosas internacionais.
Para mim, o rapaz ou se suicidou ou tentou suicidar-se
Cumprimentos
Caro Do Fastio.
ResponderEliminarTouché!
Tem toda a razão.
Caro Prof. Massano, que prognóstico reservou o meu amigo para esse fígado assim recuperado a garrafões de vodka para "derreter" o aditivo de radiadores? Não deve ter sobrado grande coisa,ou então o homem resistia a tudo! E olhe que a sua sugestão de generalizar a receita é bem capaz de ir para a frente, mas o vodka corre o risco de saber a limonada, como aconteceu ao caro Bartolomeu, e abrir o apetite dos doentes...Lá se ia o orçamento!
ResponderEliminar