Logo pela manhã, aberta a televisão, o Serviço Meteorológico, jornalisticamente interpretado, anunciava-me frio. Apesar de enteder melhor a informação do estado do tempo quando directamente prestada, sem mediação jornalística, confesso que consegui perceber a mensagem. Seria um dia frio, nomeadamente em vários distritos.
Mas nem tive tempo de saborear tal feito de compreender que estaria frio. É que, logo de seguida, um outro serviço, que dá pelo pomposo nome de Protecção Civil, veio clarificar a situação. Seria um dia frio!... E, para que ninguém deixasse de perceber que estava frio, estabeleceu mesmo um mapa de alertas, que chamou amarelos. Fiquei a novamente a saber que estava frio e que o frio era amarelo; só não compreendi bem foi a razão da cor, mas também não se pode entender tudo!...
Quando, pelas 13 horas, me deslocava no carro para almoçar num restaurante, o dito Serviço atacou de novo. E avisou-me que estava frio. Mas, para além disso, disponibilizou uma reputadíssima técnica para, através da RDP, me aconselhar em tão difícil e delicado transe. E que disse a técnica? Muitas coisas de enormíssimo alcance!...Por exemplo, aconselhou-me, em tal penoso momento, a acumular roupa sobre roupa, como vestir um casaco, quando saísse de casa. E explicou a vantagem: é porque, quando regressar, tiro o casaco e fico logo confortável no doce sossego do lar!...
Perante tão sábios e argutos conselhos, abençoei os impostos que pago para sustentar o trabalho de quem assim dedicadamente me serve!...
Pois como é que eu iria sentir frio sem o alertazinha amarelo e, sobretudo, me ia lembrar de vestir o casaco quando está frio?
Mas nem tive tempo de saborear tal feito de compreender que estaria frio. É que, logo de seguida, um outro serviço, que dá pelo pomposo nome de Protecção Civil, veio clarificar a situação. Seria um dia frio!... E, para que ninguém deixasse de perceber que estava frio, estabeleceu mesmo um mapa de alertas, que chamou amarelos. Fiquei a novamente a saber que estava frio e que o frio era amarelo; só não compreendi bem foi a razão da cor, mas também não se pode entender tudo!...
Quando, pelas 13 horas, me deslocava no carro para almoçar num restaurante, o dito Serviço atacou de novo. E avisou-me que estava frio. Mas, para além disso, disponibilizou uma reputadíssima técnica para, através da RDP, me aconselhar em tão difícil e delicado transe. E que disse a técnica? Muitas coisas de enormíssimo alcance!...Por exemplo, aconselhou-me, em tal penoso momento, a acumular roupa sobre roupa, como vestir um casaco, quando saísse de casa. E explicou a vantagem: é porque, quando regressar, tiro o casaco e fico logo confortável no doce sossego do lar!...
Perante tão sábios e argutos conselhos, abençoei os impostos que pago para sustentar o trabalho de quem assim dedicadamente me serve!...
Pois como é que eu iria sentir frio sem o alertazinha amarelo e, sobretudo, me ia lembrar de vestir o casaco quando está frio?
E tenho andado eu a pedir menos Estado e menos despesa pública!...
algo me diz que hoje, acordou mesmo mal disposto !!!
ResponderEliminarSerá do frio ...?
ahahahah ...:-)))))
Expondo um pouco da minha privacidade, ... tenho uma filha, estudante universitária, portanto, com idade e informação mais que suficientes, para saber comportar-se perante o frio ....
Mas não, Caro Pinho Cardão, para mal dos meus pecados, usa casaquinhos, curtinhos e justinhos, com blusinhas, que em nada contribuem para a protecção do frio.
Resultado: está doente e de CAMA !
E eu estou aqui, de serviço internista. Mãe sofre ...
O Caro Pinho Cardão sabe que se deve proteger, mas há muitas pessoas que não sabem.
A minha filha por exº !
cumprimentos
Cara Pèzinhos:
ResponderEliminarOlhe que sabe!...Só que não quer!...
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarO que revela são apenas ideias "quentes" do Serviço de Protecção Civil...
Quanto à filha da Pézinhos n´Areia não fico admirado. Olhe que no sítio onde estou até vi uma raparigona com o raio do friso abdominal à vista! Fiquei arrepiado!
Eu declarava já alerta vermelho...
O problema está na forma amaricada como a coisa é feita. "Ai, que está tanto frio que está amarelo..." é uma forma amaricada de dizer as coisas e as pessoas não levam a sério. Eu lembro-me de várias formas alternativas de o dizer, recorrendo a algum vernáculo, capazes de transmitir a mensagem de modo bastante mais assertivo....
ResponderEliminarQuando tinha os meus 25 aninhos, deu-me na louca de ir fazer a passagem de ano à Serra da Estrela. Até aqui, tudo normal, não fosse ter decidido ir de mota. Naquele tempo ainda não estavam na moda as informações meteorológicas de qualquer côr. Chegado a Coimbra pela nacional 1 já não sabia se tinha back-side e como estava na hora, dirigi-me a um restaurante para almoçar e esperançado que recuperaria. A recuperação foi de pouca dura, mas a estrada da beira, revelou-se duríssima. No dia seguinte, pela manhã decidi subir à Lagoa Comprida, do Sabugueiro para cima, comecei a ter a sensação de estar a viver uma situação de 5ª dimensão, coisa ao jeito de Hitchcock, mas, como não conheço o significado da palavra desistir, prosegui até à Lagoa. Chegado ao destino, um ventinho de partir rocha soprava agreste e as mãos, a boca, o narize os pézinhos (os meus), só sabia que existiam porque os olhos não tinham congelado. Desmonto da mota e na tentativa de aquecer, bati com as mãozinhas nos braços, esfreguei com força nas pernas, dei pulinhos, fiz trinta por uma linha, mas a coisa estava difícil, até que me lembrei de colocar as mãos no motor, ajudou. Coloquei-me à revessa do vento, junto à muralha da lagoa e sem deixar de me esfregar e dar pulinhos, fui recuperando a temperatura corporal. Recuperada a consciência (inconsciente) e de novo a coragem, dei início à viagem de regresso, debaixo de um nevoeiro denso e gelado. Rápidamente voltei a deixar de sentir as mãos e os pés, mas desta vez, com mais intensidade. Confesso, por variadíssimas vezes tive vontade de parar para tentar aquecer-me, mas o vento forte e o nevoeiro gelados, dissuadiram-me. O percurso até ao Sabugueiro, demorou uma eternidade. Chegado ali, quase congelado entrei num café e pedi um galão, ou, julguei que pedi, porque o senhor que me atendeu, não "pescou" nada do que disse, é que até a voz tinha congelado. Depois de ingerir o tal galão, deu-se uma reação terrível, o corpo parecia que estáva a arder por dentro, precisei de sair à pressa do café, para poder refrescar. Depois, andei por ali um bocado a convencer-me a terminar a viagem até Seia. Estive alguns minutos indeciso entre voltar para o café, ou continuar, mas a teimosia venceu e lá fui de novo montado na mota, serra abaixo a congelar, chegado a Seia, voltei a entrar num café "O Camelo" (um camelo a entrar noutro camelo)fui direito À casa de banho e esperei recuperar um bocadinho antes de voltar para pedir de novo um galão.
ResponderEliminarEt voilá, assim decorreu uma das muitas aventuras do Bartolomeu.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarSalvo melhor opinião há neste teu "post" dois assuntos que convém analisar separadamente:
. a informação estatizada, aquela que chega até nós veiculada por empresas detidas pelo Estado;
. a rejeição do paternalismo informativo em geral.
Quanto ao primeiro ponto, o que podemos discutir é o interesse( e de quem)em suportar o OGE empresas de comunicação social (RTP e RDD, agora sob a mesma alçada orgânica- empresarial)
Eu sou voto pela privatização recorrendo o Governo à compra de espaço para efeitos de serviço público, se for entendido na AR que este deve existir e sob que forma. Pena é que nenhum partido da Oposição assuma esta posição. Parecem estar todos do lado do Estado em todo o lado.
Quanto ao segundo ponto, e partindo do princípio que não concordas que, por exemplo, o Público te dê conselhos acerca da tua obesidade (ou da falta dela, questão que parece preocupar Helena Matos e João Miranda, se fores espreitar o Blasfémias) tens uma boa saída: deixas de ler o Público.
Ou não lês as páginas onde te querem dar conselhos.
Penso é que, no fim de contas, acabarás por não ler os jornais.
Porque informação é tudo o que lemos e ouvimos e também acerca do frio que faz ou vai fazer se os meteorologistas não se enganarem.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarSó para informar que o 4R tem um Pelourinho em Ouro para ir buscar lá na minha Praça.
Um abraço para todos vós.
Caro Tonibler:
ResponderEliminarSairia bom vernáculo pela certa!...
E cheio de propriedade!...
Caro Bartolomeu:
Acredito que no Camelo não se ficou apenas pelo almoço!...
Parece-me que o restaurante já não existe, ou está diferente, o que é uma lástima!...
Caro Rui:
Tens muita razão. De facto, ando a pagar muito serviço público para me chamarem de imbecil!...
Caro Nikonman:
Pois muito obrigado pela distinção, atribuível certamente a solidariedade republicana!... Ainda ontem visitei a sua Praça da República, coisa que aliás faço com enorme prazer!...
Os agradecimentos da Quarta!...
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarPara evitar juízos precipitados, apresso-me a precisar o meu comentário. quando referi que no Camelo não se terá ficado apenas pelo almoço, queria dizer não terá ficado só pelo galão...
Efectivamente, Dr. Pinho Cardão, o Camelo de ha 25 anos, não existe, existem o hotel e a pousada, onde já me hospedei e de onde saí antecipadamente, simplesmente porque quando me registei, asseguraram-me que só tinham vagos os quartos da ala nova e na manhã seguinte ao passar pela recepção assisti a um casal a fazer o registo e a solicitar o quarto da ala "nobre" e o funcionario solicitamente a concordar.
ResponderEliminarMas o incrível é que após manifestar o motivo da minha desistência, o funcionário e o gerente, limitaram-se a esboçar um sorriso inócuo... como referia a nossa cara Margarida num post anterior, a forma de atendimento "estragou-se". Mas ha dois anos hospedei-me na estalagem Rainha St. Isabel em Estremoz e constatei que o ar condicionado, produzia alto ruído, inadmissível para uma estalagem daquela classe. Dirigi-me à recepção e a explicação foi linear: o sistema é central e não se pode desligar: Toma! Bartolomeu, que é para tabaco. Eram 22horas e já não fui procurar outro lugar para dormir, mas na manhã seguinte, deixei os amigos com o seu ar condicionado central e uma casa de banho exígua.
Na primavera deste ano, apeteceu-me passar um fim de semana na estalagem do castelo de Monsaraz. Uma recepção muito rústica uns sofas muito desgastados, um atendimento forçosamente simtático e quando me deitei, uma cama que rangia. Ainda me passou pela imaginação que aquilo fosse um detector de "interacção amorosa". Estava frio e decidi acomodar-me calmamente, que depois de adormecer, deixaria de me incomodar com o rangido. Engano, a noite em pleno alentejo, foi tenebrosa. Na manhã seguinte, depois do pequeno almoço, dirigi-me à recepção, intendendo a troca de quarto, já estava um casal a fazer o pagamento para saír e a senhora fez saber à recepcionista que o quarto era péssimo, que a cama fazia um barulho incomodativo e que durante a noite tinha entrado água da chuva pela janela, o que fez com que a senhora molhasse os pés quando se levantou. A funcionaria limitou-se a esboçar um ligeiro sorriso e balbuciar um descomprometido desculpe. Enquanto ouvia as queixas da senhora, pensava com os meus botões: Bom, depois da minha reclamação, ainda vão querer que eu agradeça porque não me entrou chuva pela janela, nem molhei os pézinhos (os meus). Mas lá apresentei queixa e a funcionária, com um ar meio enfadado respondeu-me: veja lá, se quiser arranjamos-lhe outro quarto. Respondi de imediato: olhe já percebi que isso lhe iria dar uma enorme trabalheira e já percebi também que a menina não está aqui para se incomodar, de qualquer maneira, pelo que acabo de ouvir, o quarto que me ofereceram, até parece que é o melhor, portanto faça favor de tirar a minha conta. E assim foi, sem mais conversas, que a saliva está cara.
Caro Pinho Cardão, se há qualidade humana que aprecio é a ironia.
ResponderEliminarFrequentemente, a ironia está associada à inteligência e ao espírito de observação, como aqui se verifica.
Tudo isto para dizer, que o Caro Bartolomeu me diverte com as suas magníficas e hilariantes descrições.
Em bom rigor, é um caso à parte !!!
Caro Bartolomeu,
Deu-me uma alegria sabe ?
É que estive para ficar na Estalagem (ou será Pousada ?) Sta. Isabel, e só não fiquei porque estava esgotado.
Olha do que eu me livrei !!! Barulhinhos de ar condicionado .... by night.:-))))
Na sequência dessa impossibilidade, acabei por ficar num Solar de Turismo Rural - O Solar Rosa - em Arraiolos. Um "must" ! Uma casa pintada exteriormente de rosa, muito antiga, e com uns pormenores no quarto, absolutamente únicos, pela sua antiguidade.
Ahhhh ... e dormi bem !
:-)
cumprimentos a ambos.
Ser capaz de proporcionar alegrias, � algo que me satisfaz bastante e, por estranho que pare�a, sucede inesperadamente e nem sempre quando desejo.
ResponderEliminarMas, adiante. O importante � que a nossa amiga P�zinhos, foi poupada a um eventual supl�cio, sinal que tem um anjo da guarda muito atento (tb. n�o tenho motivos para me queixar do meu). �spois, tenho de confessar que os seus elogios me souberam muito bem, talvez por virem embrulhados num agrad�vel tom de sinceridade e tamb�m porque est� uma tarde de domingo fria e um elogio aquece-nos sempre a alma. Portanto, compete-me retribuir-lhe os agradecimentos.
;)))
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarDe facto, as Pousadas já não são o que eram.
Também aqui, creio não sermos um país de meio termo e de bom senso, e passarmos do oito para o oitenta.
Quando eram públicas, as Pousadas tinham muito melhor serviço, mas piores resultados. Agora, têm melhores resultados, mas um serviço que deixa muito a desejar.
Tenho pena que tal também já esteja a contecer na Pousada de Santa Isabel!...
Sem dúvida caro Dr. Pinho Cardão, apesar de valorizar bastante a ambiência das pousadas, confesso que sou fã do turismo rural. Conheço algumas unidades, sobretudo no norte do país, verdadeiras pérolas, onde os proprietários estão presentes, gostam de receber, gostam de dar a conhecer as histórias do local, o que faz as minhas delicias. Casa d'Assade, em Grimancelos é um exemplo. Já não vou lá ha alguns anos, mas recordo-me da D. Isabel, a dona. Senhora tão fina, quanto simples, negociava paralelamente em antigudades, sobretudo mobiliário. Numa propriedade contígua à casa-mãe, construiu um enorme armazem onde recolhia, numa perfeita anarquia, pianos, escrivaninhas, cómodas, arcas lacadas, com cenas chinesas embutidas em madre-pérola, mesas de jogo, etc, etc. O casarão já existia quando sucederam as invasões francesas. Quando teve conhecimento que as tropas invasoras iríam chegar ali, um antepassado da D. Isabel enterrou em segredo, um pote com moedas de ouro, num local junto á casa. Esse antepassado, faleceu antes de terminar a ocupação francesa, sem que alguem soubesse do pote. Outro antepassado da D. Isabel Mandou construir sobre o local onde se encontrava o pote, um tanque de rega, em grandes blocos de granito. Os pais da D. Isabel foram uns dos que, por motivos que desconheço, foram viver para Angola, lá nasceu a filha Isabel, casou, teve filhos e regressaram quando todos tiveram de regressar e como tantos outros, sem os bens que lhes pertenciam. Chegados a Grimancelos, ocuparam a casa de família, muito degradada. Empregaram-se, deram formação aos filhos e foram recuperando aos poucos a propriedade. Quando decidiram recuperar o tanque de rega, chamaram uma retro-escavadora para levantar e realinhar as pedras e qual não é o seu espanto, quando a pá da máquina, traz, junto com a terra, o pote com as moedas de ouro. O achado permitiu-lhes acabar a recuperação da casa senhorial que, num extremo possui uma capela e no outro, junto ao portão por onde entravam para o páteo que da acesso aos palheiros e estábulos, uma roda de parede, junto à mesma, gravados na cantaria da entrada os símbulos que os antigos peregrinos conheciam tão bem: Aqui, dá-se abrigo e alimento! Diz o pobõe: Quando uma porta se fecha ha sempre uma janela que se abre.
ResponderEliminarO Caro Bartolomeu é um grande contador de histórias, estou mesmo a vê-lo a congelar pela serra acima, deve ter sido uma rude prova além de que a serra, com aqule nevoeiro cerrado, mete mesmo muito medo!
ResponderEliminarCara Pezinhos, fartei-me de rir com o seu comentário porque, quando ouço os alertas de que fala o Pinho Cardão também me lembro como me teriam sido úteis quando as minhas filhas estavam nessa fase de achar que era melhor congelarem do que por um casaco em cima dos trapinhos novos. Era escusado!, várias vezes fiquei "de serviço", tal como agora a Pezinhos, a curar-lhes as constipações, sem as poupar ao meu rancor, claro. Mas olhe, acho que não tem remédio, é só esperar (bastante) que vá passando essa mania...De qualquer maneira habituam-se, nalguma coisa ao menos, a passar sem o máximo conforto...
Pinho Cardão,
ResponderEliminarEsses serviços, de aviso para o frio, a chuva, o calor, o nevoeiro, o vento e demais fenómenos meteorológicos são serviços de altíssimo valor acrescentado, como agora se usa dizer.
Então os alertas amarelo, laranja, vermelho e quejandos (faltam o azul e o verde) são absolutamente preciosos...
Quer isto dizer que contribuem muito para a nossa felicidade colectiva...apesar de a sua utilidade real ser ainda um enigma ainda não decifrado.