Não tenho espírito de coleccionador e sempre olhei com a admiração de quem não compreende o que determina aquele cuidado meticuloso de procurar, catalogar e guardar muito arrumadinhas as coisas dos mais diversos géneros que cativam esses caçadores do sentido oculto de coisas banais ou inesperadas.
No entanto, é hábito antigo na minha família trazer-se uma pequena lembrança das viagens, possivelmente porque fazer uma viagem era, em tempos não muito longínquos, um grande acontecimento e os que ficavam a dizer adeus gostavam de ter uma prova palpável de que a aventura do longe da vista não tinha significado longe do coração.
É claro que os “não-me-esqueci-de-ti”, assim lhes chamava a minha avó, e assim ficaram, eram guardados, não pelo seu valor material, mas pelo inestimável preço de serem a confirmação de um pensamento dedicado, apesar dos estímulos ao esquecimento ou à distracção. E assim, porque estes bons hábitos resistiram às gerações e se propagaram também ao círculo de amigos, o facto é que tenho uma grande colecção de pequenos objectos que me foram trazendo de todos os destinos e, como qualquer coleccionar que se preze, sei dizer quem mo trouxe, quando e de onde, mesmo quando teimam em baralhar por completo a ordem pela qual os alinho.
Se venho aqui com esta conversa toda hoje, é porque fui muito agradavelmente surpreendida, por alguém que não sabia desta “tradição”, com duas lindas peças novas para a minha colecção, que assim se vê renovada nos objectos e confirmada no seu simbolismo.
Um é uma linda pedra branca apanhada nas margens do Rio Jordão, onde S. João Baptista lavou a alma, e outro um Comboloi, como lhe chamam na Grécia, ou uma Masbaha, como é conhecido no Oriente. Este último é uma espécie de terço, criado há milénios por mestres orientais e que muito me intrigou quando, há muitos anos, vi um arménio com um destes colares na mão, sempre a fazer girar as continhas. É usado para meditação ou simplesmente para ficar entretido a fazê-lo rodar entre os dedos, dizem que tira o stress e acumula energias positivas, estou a pensar que poderá ser muito eficaz para deixar de fumar, nunca se sabe o que um gesto amigo pode conseguir…
Afinal, sou uma coleccionadora muito privilegiada, não procuro, não escolho, apenas guardo e relembro estes gestos amigos que tenho a sorte de poder encontrar ao longo da vida.
No entanto, é hábito antigo na minha família trazer-se uma pequena lembrança das viagens, possivelmente porque fazer uma viagem era, em tempos não muito longínquos, um grande acontecimento e os que ficavam a dizer adeus gostavam de ter uma prova palpável de que a aventura do longe da vista não tinha significado longe do coração.
É claro que os “não-me-esqueci-de-ti”, assim lhes chamava a minha avó, e assim ficaram, eram guardados, não pelo seu valor material, mas pelo inestimável preço de serem a confirmação de um pensamento dedicado, apesar dos estímulos ao esquecimento ou à distracção. E assim, porque estes bons hábitos resistiram às gerações e se propagaram também ao círculo de amigos, o facto é que tenho uma grande colecção de pequenos objectos que me foram trazendo de todos os destinos e, como qualquer coleccionar que se preze, sei dizer quem mo trouxe, quando e de onde, mesmo quando teimam em baralhar por completo a ordem pela qual os alinho.
Se venho aqui com esta conversa toda hoje, é porque fui muito agradavelmente surpreendida, por alguém que não sabia desta “tradição”, com duas lindas peças novas para a minha colecção, que assim se vê renovada nos objectos e confirmada no seu simbolismo.
Um é uma linda pedra branca apanhada nas margens do Rio Jordão, onde S. João Baptista lavou a alma, e outro um Comboloi, como lhe chamam na Grécia, ou uma Masbaha, como é conhecido no Oriente. Este último é uma espécie de terço, criado há milénios por mestres orientais e que muito me intrigou quando, há muitos anos, vi um arménio com um destes colares na mão, sempre a fazer girar as continhas. É usado para meditação ou simplesmente para ficar entretido a fazê-lo rodar entre os dedos, dizem que tira o stress e acumula energias positivas, estou a pensar que poderá ser muito eficaz para deixar de fumar, nunca se sabe o que um gesto amigo pode conseguir…
Afinal, sou uma coleccionadora muito privilegiada, não procuro, não escolho, apenas guardo e relembro estes gestos amigos que tenho a sorte de poder encontrar ao longo da vida.
A pedra do Jordão foi uma oferta do PR?:)
ResponderEliminarCara Suzana, encontramos sempre no magistral saber das avós, a resposta certa para as dúvidas que nos surgem.
ResponderEliminarAcredito que o amigo que de si se lembrou em viagem, se sentirá honrado ao lêr este sensibilzante post.
Se me permite, a propósito da pedrinha, cito um provérbio árabe que diz:"Quando dada pela mão de um amigo, uma pedra é como uma maçã".
Apropósito de pedra, o Komboloi, entre os árabes é conhecido ainda por "Rosa do Deserto". Esta rosa não é uma flor, mas sim uma formação provocada pela cristalização do gesso que se encontra na constituição da areia do deserto, após a evaporação da água proveniente das raríssimas chuvas que caem no deserto, dando origem ao NASCIMENTO de uma belíssima rosa.
É assim que no deserto, no meio das lágrimas que se evaporam na oração de um Komboloi, sob o vento do espírito do deserto, nascem as rosas. Lindíssimas rosas que não deixamos de ver, só porque não correspondem à imagem que temos delas.
A propósito de deixar de fumar... Ha objectivos que para serem conquistados, exigem uma longa e árdua caminhada... se durante essa caminhada, tivermos na mão uma maçã que nos vá alimentando e dessedentando, estou certo, cara Suzana, que os nossos passos, serão mais firmes e confiantes.
Para ilustrar este comentário, aqui fica um vídeo de Sting "Desert Rose"
Cara Suzana, encontramos sempre no magistral saber das avós, a resposta certa para as dúvidas que nos surgem.
Acredito que o amigo que de si se lembrou em viagem, se sentirá honrado ao lêr este sensibilzante post.
Se me permite, a propósito da pedrinha, cito um provérbio árabe que diz:"Quando dada pela mão de um amigo, uma pedra é como uma maçã".
Apropósito de pedra, o Komboloi, entre os árabes é conhecido ainda por "Rosa do Deserto". Esta rosa não é uma flor, mas sim uma formação provocada pela cristalização do gesso que se encontra na constituição da areia do deserto, após a evaporação da água proveniente das raríssimas chuvas que caem no deserto, dando origem ao NASCIMENTO de uma belíssima rosa.
É assim que no deserto, no meio das lágrimas que se evaporam na oração de um Komboloi, sob o vento do espírito do deserto, nascem as rosas. Lindíssimas rosas que não deixamos de ver, só porque não correspondem à imagem que temos delas.
A propósito de deixar de fumar... Ha objectivos que para serem conquistados, exigem uma longa e árdua caminhada... se durante essa caminhada, tivermos na mão uma maçã que nos vá alimentando e dessedentando, estou certo, cara Suzana, que os nossos passos, serão mais firmes e confiantes.
Para ilustrar este comentário, aqui fica um vídeo de Sting "Desert Rose"
http://www.youtube.com/watch?v=5ECFEJFl1LA&feature=related
Bonito testemunho, Suzana. Uma colecção de "amizades" é a melhor colecção que se pode ter. Associarmos a cada lembrança recebida um amigo, uma história, um significado, uma emoção particular é uma grande riqueza.
ResponderEliminarDiga lá, oh Suzana, foi o Presidente?
ResponderEliminarSe foi, sobe mais 1000% na minha consideração!...
Se não foi...
Veja lá que depende de si o meu juízo sobre o noso P.R.!...
Caros Bekx e Pinho Cardão,bom truque esse para apurarem quem é que afinal trouxe as lembranças...mas não pega!:)
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, já conhecia a música, claro, mas ainda fica mais bonita naquele cenário fantástico, obrigada.
Margarida,mas estas colecções não substituem os amigos até têm o efeito de nos fazer pensar há quanto tempo os não vemos. Não é?;)
Cara Suzana:
ResponderEliminarDe facto, de um Assessor Presidencial nada se tira; só o que ele quer dar!...