quinta-feira, 27 de março de 2008

Ignorância ou mentira?

Contra as promessas eleitorais que fez, Sócrates subiu os impostos, porque a situação das Finanças Públicas era pior do que pensava.
Contra as afirmações que vinha fazendo, Sócrates desceu impostos, porque a situação das Finanças Públicas é melhor do que supunha.
A aceitar-se que Sócrates é sincero, conclui-se que é um perfeito ignorante do que se passa nas contas do Estado.
A aceitar-se que Sócrates conhecia a situação das contas públicas, conclui-se que mentiu desavergonhadamente aos portugueses.
Qualquer das hipóteses é indigna de um 1º Ministro.
Apesar de tudo, preferiria a ignorância à mentira compulsiva.

8 comentários:

  1. Eu acho que a questão se coloca mais em se é um ignorante mentiroso ou um mentiroso ignorante, porque não vejo como algum dos adjectivos possa ficar de fora.

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  2. Oh meus amigos, Socrates mentiu-nos diversas e repetidas vezes, não honrando as promessas eleitorais e, invertendo-lhes o sentido a seu bel-prazer, ou conveniência.
    Ignorante, não me parece que seja, porém, parece-me um verdadeiro sortudo, tipo o primo do Donald, o Gastão, senão veja-se: Depois de a oposição, em especial a bancada do PSD, ter insistido na necessidade de ser aprovada uma deminuição dos impostos e de o Sr. 1º M ter sistemáticamente garantido que isso era garantidamente impossível, vem-lhes agora, fazer a vontade, retirando 1%, ou seja, nada, deixando assim a mesma oposição "de calças na mão" e com a única argumentação possível... o primeiro ministro é mentiroso!
    Ok. que ele é mentiroso, já todos sabemos garantidamente, e agora? manda-se prender?

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  3. Se formos mais atrás...mentiroso compulsivo, certamente. O Referendo, por exemplo. Ou pior, se lembrarmos a UnI.

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  4. Reflexão do dia:
    Nos lugares do poder há sempre os que sabem e são honestos, os pintas (aqueles que não sabem mas inventam), e os presunçosos.
    O difícil é saber aqui onde se encaixa o engº Sócrates?

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  5. Anónimo19:07

    Vou pedir desculpa ao meu caro Pinho Cardão, com quem estou as mais das vezes de acordo, e quando não estou é sempre saudável e estimulante a divergência.
    Sócrates não é nem ignorante, nem mentiroso. Ou pelo menos se mentiu, mentiu sabiamente.
    Há mais de 500 anos Nicolau Maquiavel explicou o fenómeno nestes termos:

    "Deve-se compreender que um príncipe, e em particular um príncipe novo, não pode praticar todas aquelas coisas pelas quais os homens são considerados bons, uma vez que, frequentemente, é obrigado, para manter o Estado, a agir contra a fé, contra a caridade, contra a humanidade, contra a religião. Porém, é preciso que ele tenha um espírito disposto a voltar-se segundo os ventos da sorte e as variações dos factos o determinem e, como acima se disse, não apartar-se do bem, mas podendo, sabiamente, entrar no mal, se necessário".

    Acha o meu Amigo, sinceramente, que alguém que revela conhecer tão bem um clássico como Maquiavel pode ser considerado ignorante?

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  6. Perdão caro Dr. JM, Maquiavel referia-se a um príncipe e, mesmo que não deseje, um príncipe, é-o sempre, por linhagem e descendência. Logo, para honrar e manter a linhagem e a sucessão, admite-se que em determinadas circunstâncias, seja compelido a esquecer algumas virtudes.
    Um primeiro ministro, democrata (?) republicano (?) em alguma circunstância, poderá faltar à verdade e à palavra de honra, juradas sobre as "sagradas" páginas da constituição portuguesa.

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  7. Excelente pergunta esta :)

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  8. Caro Ferreira de Almeida:

    Pois é, mas Maquiavel houve só um, os outros pobres imitações. E também há, pelos vistos, Maquiaveis à moda de S. Bento.`
    Deles não rezará a história.

    Caro Bartolomeu:

    Preciso, incisivo e brilhante, meu caro amigo!...

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