No rescaldo do triste episódio ocorrido na Escola Carolina Michaelis envolvendo uma professora, uma aluna, uma turma de alunos e pelo menos dois telemóveis, o telemóvel da violência e o telemóvel da reportagem, hoje foi dia do regresso às aulas, com o início do terceiro período escolar.
Entre o dia 20 de Março, dia em que as televisões divulgaram pela primeira vez o vídeo da cena, e o dia de hoje aconteceram muitas notícias, muitas investigações, muitas entrevistas e mesas redondas, muitas opiniões, muitas intervenções políticas e de autoridades escolares, mas poucas explicações do ministério da educação
O vídeo da cena rapidamente mobilizou a sociedade civil, que perante uma tal violência manifestou a sua indignação e reprovação e concordou na indisciplina que grassa nas nossas escolas e na necessidade de repor a autoridade da escola.
Este inadmissível e intelorável episódio constitui um alerta para o caminho perigoso que estamos a seguir. Teve a virtude de nos obrigar a pensar sobre o que se está a passar na nossa sociedade e, em particular, na escola. Fomos confrontados com a importante responsabilidade que carregamos nos nossos ombros na construção do futuro do País, fomos impelidos a denunciar o que aparentemente parecia não acontecer e a reconhecer a necessidade de fazer correcções no sistema de ensino. Levámos um grande abanão.
A Escola Carolina Michaelis tomou uma decisão “histórica”: telemóveis ligados durante as aulas serão retirados aos alunos. Trata-se, porém, de uma decisão básica!
Pais e alunos entrevistados hoje à porta da Escola manifestaram a sua total concordância com a medida, havendo até quem referisse que já há muito que deveria ser assim, que “a tolerância zero deveria ser extensível a todas as escolas”, que os filhos têm orientações para não “brincarem“ com os telemóveis nas aulas. Pais e alunos não querem que volte a acontecer violência na Escola.
Não se compreende, no entanto, porque é que esta decisão do mais elementar bom senso não foi tomada antes da cena? É extraordinário! O problema é que é preciso actuar e não deixar acumular erros, omissões e problemas que acabam por contribuir para a degradação da educação, na escola e fora dela.
Quantos vídeos de cenas violentas serão necessários para agirmos?
Por esta amostra, penso que poderemos concluir, sem grande margem para erro, que há muitas outras regras cívicas que podem e devem ser adoptadas na escola a bem da disciplina, da autoridade, da exigência, da respeitabilidade, do gosto por ensinar e aprender.
Tudo ponderado, temos que concluir que foi "positiva" a “infracção” cometida com o segundo telemóvel, o telemóvel da reportagem. A sociedade civil demonstrou mais uma vez a sua capacidade de intervenção. Os nossos governantes e políticos devem retirar as devidas ilações e devem trabalhar no sentido de repor na escola, sem mais demoras, a cultura de exigência.
Entre o dia 20 de Março, dia em que as televisões divulgaram pela primeira vez o vídeo da cena, e o dia de hoje aconteceram muitas notícias, muitas investigações, muitas entrevistas e mesas redondas, muitas opiniões, muitas intervenções políticas e de autoridades escolares, mas poucas explicações do ministério da educação
O vídeo da cena rapidamente mobilizou a sociedade civil, que perante uma tal violência manifestou a sua indignação e reprovação e concordou na indisciplina que grassa nas nossas escolas e na necessidade de repor a autoridade da escola.
Este inadmissível e intelorável episódio constitui um alerta para o caminho perigoso que estamos a seguir. Teve a virtude de nos obrigar a pensar sobre o que se está a passar na nossa sociedade e, em particular, na escola. Fomos confrontados com a importante responsabilidade que carregamos nos nossos ombros na construção do futuro do País, fomos impelidos a denunciar o que aparentemente parecia não acontecer e a reconhecer a necessidade de fazer correcções no sistema de ensino. Levámos um grande abanão.
A Escola Carolina Michaelis tomou uma decisão “histórica”: telemóveis ligados durante as aulas serão retirados aos alunos. Trata-se, porém, de uma decisão básica!
Pais e alunos entrevistados hoje à porta da Escola manifestaram a sua total concordância com a medida, havendo até quem referisse que já há muito que deveria ser assim, que “a tolerância zero deveria ser extensível a todas as escolas”, que os filhos têm orientações para não “brincarem“ com os telemóveis nas aulas. Pais e alunos não querem que volte a acontecer violência na Escola.
Não se compreende, no entanto, porque é que esta decisão do mais elementar bom senso não foi tomada antes da cena? É extraordinário! O problema é que é preciso actuar e não deixar acumular erros, omissões e problemas que acabam por contribuir para a degradação da educação, na escola e fora dela.
Quantos vídeos de cenas violentas serão necessários para agirmos?
Por esta amostra, penso que poderemos concluir, sem grande margem para erro, que há muitas outras regras cívicas que podem e devem ser adoptadas na escola a bem da disciplina, da autoridade, da exigência, da respeitabilidade, do gosto por ensinar e aprender.
Tudo ponderado, temos que concluir que foi "positiva" a “infracção” cometida com o segundo telemóvel, o telemóvel da reportagem. A sociedade civil demonstrou mais uma vez a sua capacidade de intervenção. Os nossos governantes e políticos devem retirar as devidas ilações e devem trabalhar no sentido de repor na escola, sem mais demoras, a cultura de exigência.
Cara Margarida.
ResponderEliminarO comentário que vou escreverao seu post, não pretende ser uma crítica, ainda menos uma provocação, mas sim a massa para uma reflexão.
Habitualmente, todos os sábados de manhã cedo, amasso 4 kilos de farinha e cozo 7 pães, um para cada dia da semana.
Coloco a farinha num alguidar grande de barro vidrado. Diluo um pedaço de fermento de padeiro, juntamente com uma pequena porção de sal, em 2 litros de àgua morna. Junto pequenas porções de água à farinha e vou misturando. Amasso bem a farinha com a água até a mesma se soltar completamente das paredes do alguidar e formar uma bola homogénea. Pego um punhado de farinha seca, esfrego com ela os restos de massa que se mantêem agarrados aos dedos, para dentro do alguidar. Polvilho a bola de massa com um pouco de farinha seca. Imprimo com o lado da mão, uma cruz no cimo da bola de massa, enquanto com convicção recito: São Mamede te levede, São Vicente te acrescente. Tapo o alguidar com um pano limpo, deixo a massa a levedar, vou acender o forno com ramos secos. Uma hora, hora e meia depois, tendo os 7 pães, coloco-os num tabuleiro. Volto ao forno, varro-lhe as cinzas, confirmo-lhe a temperatura e quando está no ponto, coloco-lhe dentro os 7 pães. Cerca de 30 minutos depois, encontro os 7 pães cozidos, altos, dourados, estaladiços, prontos para serem apreciados.
Eu até já estou a ver as consequências:
ResponderEliminarO ministério vai reunir de emergência para determinar se as expressões "Oh gorda, sai da friente!..." e "Altamiente, a belha bai cair..." vão passar a integrar os textos obrigatórios do 9º ano a divulgar por SMS directamente para os telemóveis dos alunos.
Por outro lado, o presidente da república, para quem os repetidos erros nos exames de Física não representavam qualquer ameaça à educação, vai chamar o procurador para dar cabo da miúda de 15 anos que usou o telemóvel para a única coisa que deveria ter usado.
Tudo isto, debaixo de um aplauso quase unânime de todos os media...
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarEstá tudo bem consigo!? Olhe, arrisca-se a que ASAE lhe vá cheirar o alguidar onde amassa o pãozinho... :)))
Prossigamos.
Cara Dra. Margarida Aguiar, as intervenções de SEXA.s o PR e PGR, contribuiram certamente para o "empolar" deste episódio.
Espero é que, depois de tanto esforço por parte de tão altos dignitários do estado, as novidades não passem ao fim dos três dia, e depois tudo volte a ser com antes, ou seja, professores que não denunciam com medo de represálidas físicas e patrimoniais...
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarBela reflexão! Para quê grandes explicações? Quem sabe aprendeu, quem aprendeu sabe. Não há mesmo outra receita!
Pois não lhe conhecia Caro Bartolomeu tão elevados dotes culinários! Fazer pão tem a sua arte e requer um conhecimento minucioso sobre os ingredientes, as doses recomendadas, o processamento, os tempos, etc. Caso contrário, em vez de sete pães bem gostosos e bonitos presumo que estariam no seu lugar sete pedras muito feias!
E já agora uma sugestão caro Bartolomeu. A receita da "massa" deveria ser enviada, com um exemplar de um pão bem tostadinho, para a 5 de Outubro!
Caro Tonibler
Estou curiosa, sim, em ver que decisões o ministério da educação e as escolas irão tomar sobre a utilização dos telemóveis? Será que a decisão da Escola Carolina Michaelis vai fazer doutrina? Será que não, porque é um caso isolado?
Caro jotaC
Ainda bem que o assunto foi "empolado". Volto à minha pergunta: Quantos vídeos de cenas violentas serão necessários para agirmos?
É que não esqueçamos que só agora é que a Escola em questão decidiu "acabar" com os telemóveis!
Cara Margarida,
ResponderEliminarO problema é exactamente esse, o fazer-se doutrinas com aquilo que uma miúda de 15 anos faz em vez de se entender que a miúda de 15 anos o faz por causa das doutrinas.
Caro Tonibler
ResponderEliminarO que não deveria constituir doutrina é a banalização da indisciplina e da falta de autoridade. Infelizmente, é o que temos.
Não me diga Caro Tonibler que perante o comportamento em questão não faria sentido a aplicação de uma sanção? Sanção que não deverá ter apenas um carácter correctivo, mas também uma finalidade preventiva. É evidente que o problema da indisciplina não fica resolvido...
Cara Margarida,
ResponderEliminarEstamos a defender o despedimento de todos os responsáveis daquela escola, desde a professora até à DREN? Isso é doutrina. O resto não é nada, é mandar a miúda aviar hamburguers até ao próximo video que vier ao Youtube.
Cara Margarida, querida amiga, se me permite, resisto com esforço ao ímpeto de lhe evidenciar o espírito intuitivo e de acuidade, a capacidade de interpretar e resumir aquilo que quis deixar expresso no comentário anterior.
ResponderEliminarA verdae é precisamente essa, cara Doutora, se as proporções forem alteradas (como se verifica) se os tempos não se respeitarem (como é visto) se o amassar não for ordenado e equilibrado (como muitos pretendem) e se, não se adiccionar a todo o processo vontade, espírito e calor humano...
não sairá pão certamente.