quarta-feira, 12 de março de 2008

Mais uma achega...

"Os professores e educadores são um grupo decisivo para o futuro do País, mais decisivo do que os políticos, técnicos e financeiros", sustentou D. José Policarpo, em declarações à Rádio Renascença.
Acrescentaria que será decisivo que os políticos sejam capazes de adoptar as políticas que promovam evolutivamente a qualidade do sistema educativo. É que os jovens de hoje serão os professores e os políticos de amanhã!

14 comentários:

  1. Concordo em absoluto com a sua conclusão cara Drª. Margarida.
    Como diz o velhinho ditado, "sem ovos não se fazem omeletas", também sem o empenho dos políticos que promovam a qualidade e os meios de ensino, se tornará difícil atingir objectivos. De um modo mais bacôco, eu concluiria: "Se não querem ajudar, pelo menos que não atrapalhem".
    No entanto a afirmação de D. Policarpo (nunca consegui entender a lógica (se é que existe, no contexto cristão) da antecedência do "D." ao nome... coisas)parece-me perniciosa. Confesso, sou habitualmente céptico, em relação aos intentos dos altos signatário eclesiásticos. Incorrendo na possibilidade do pecado do perjúrio, as suas pias exposições, soam-me sempre a falso e apresentam-se capa de algo mais tenebroso, que visa o proveito próprio, ou de uma igreja hermética, dogmática, contrária em imagem e conteúdo àquela que Cristo encarregou Pedro e Paulo de fundar após a sua morte.

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  2. Vá, vá, confessem - meus amores -que já estavam cheios de saudadinhas minhas :))... a sério, podem admitir.

    Sabem, eu tenho alguns problemas em lidar com esta política de canhoneira levada a cabo pelo Ministério da Educação. Isto é tipo um tasco à escala nacional, liderado por uma taberneira. É uma baderna, basicamente e eu tenho sérios problemas em lidar com badernas, porquê? Porque vejo nelas um escape para a minha agressividade (no sentido literal da coisa, e no sentido de que a manutenção de um determinado tipo de comportamento conduz a uma escalada de violência).

    Aquilo que esta equipa ministerial está a fazer à educação é absolutamente aberrante. O que estão a fazer aos professores é, igualmente, de uma aberração sem limites e depois temos um povinho de empregadas domésticas e trolhas (na maioria dos casos incapaz de interpretar e compreender o que lê), a manifestar opiniões sobre um assunto que desconhece e que transcende o nível de compreensão do próprio.

    Vocês têm alguma ideia de como é dificil manter uma conversa, minimanente, inteligente com esta gente? É um verdadeiro pesadêlo, por isso é que não fui para "professor", não tenho paciência para essas coisas.

    D. José Policarpo tem toda a razão.

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  3. Sim meu amor'Anthrax, cofesso sem dificuldade, sobravam-me as saudades da sua pessoa e dos comentários que a acompanham...
    ;))))
    A analogia tascal... apesar de dúbia, no meu ponto de vista, não deixa de ter algum sentido, na medida em que julgo saber vender-se vinho feito a martelo nesses "estabelecimentos". Porém, encontramos nesses locais filósofos que em boa verdade, sobre assuntos generalistas, possuem por vezes uma visão mais coerente que aquela demonstrada pelo pessoal que gere os destinos do ensino e dos seus técnicos.
    Mas resta-nos uma consolação car'Anthrax, em contraposição à ausência de inteligência minesterial, a acuidade da classe pedagógica (ou não).
    Mas como diz o ditado... "ha males que vêem por bem" e a prová-lo, tivemos o prazer e o conforto de assistir à manif que provou e fortaleceu a capacidade reivindicativa da classe, demonstrando a quem governa que estão conscientes e coesos.
    Falta agora estabelecer a ponte e a coerência entre as partes...
    digo eu... em grêgo.

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  4. Cara Margarida
    Fico encantado com esta relexão do Cardeal de Lisboa, que de resto não me admira, tratando-de de um homem cheio de bom senso e inteligente. É com efeito, extremamente gratificante, sabendo-se como se sabe, da enorme importância de que a igreja católica usufrui no sistema educativo entre nós, que alguém com estas responbsabilidades, se preocupe com os aspectos focados, até porque, - e desculpe-me a expressão cara Margarida - estamos perante uma " pescadinha de rabo na boca" !

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  5. Como se deverá efectuar a avaliação dos Professores? Ou não deverá haver avaliação?

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  6. Caro Anthrax
    Ainda bem que apareceu! Já era tempo de matar saudades... Confesso que já me tinha perguntado o que lhe poderia ter acontecido?
    Registo que está em muito boa forma e de muito bom humor, com aquela veia crítica bem afiada a que já nos habituou.
    Caro Anthrax acompanho a dúvida do nosso Amigo Bartolomeu? Há tascas fantásticas, onde se come bem por bom preço, com a qualidade que muitos restaurantes "finórios" apregoam mas não têm, onde o ambiente é modesto sem pretensões. Às vezes os taberneiros bebem de mais e lá se partem uns copos, mas até um mal menor.
    São tascas que são aquilo que está ali e não outra coisa. É que a Educação às vezes quer parecer uma coisa que não é e quer ser aquilo que não pode ser!

    Caro Bartolomeu
    Mas há uns artistas, como que num passo de magia, ainda conseguem convencer – convencem-se a eles próprios e aos outros - que se fazem omeletas sem ovos!
    Na Educação faltam os ovos e ainda assim com os ovos que existem não se fazem umas omeletas decentes.
    Temos obrigação de fazer muito melhor com os recursos que temos. Temos é que perceber que modelo de ensino é que queremos. Porque há coisas que fazem pouco sentido. Por exemplo, a instituição de um modelo de avaliação do desempenho num ambiente de falta de autonomia das escolas e de ausência de uma cultura de exames.
    Na afirmação de D. José Policarpo vejo grande lucidez, sem qualquer outra intenção que não seja frisar que este País não tem futuro sem Educação.

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  7. A tradição, nestes casos, ainda é o que era. Quero com isto dizer que, a opinião de D. José Policarpo é decisiva para que o governo volte atrás e reconsidere as politicas da educação; e, ou a ministra segue o exemplo do engº Mário Lino, no caso aeroporto, ou alguém lhe tira o tapete debaixo dos pés...

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  9. Creio poder dissolver a dúvida socialista colocada pelo nosso amigo Paulo.
    "Badernas" tal como o nome indica, trata-se de um anglicismo, composto pelo adjectivo bad, cuja traducção é mau, associado à contracção do substantivo pernas. Esta conjugação define umas pernas más, ou em má condição, o que redunda no ditado popular "dar o passo maior que a perna". Portanto caro Paulo, a expressão apresentada por amig'Anthrax, resume a incapacidade gambial que o pessoal do ME demonstra possuir e que não lhe permite acertar o passo com os pedagôgos.
    ... se não for isto... só me parece que possa ser tabernas escrito à pressa, sem reparar na troca de letras, o que é pouco provável.

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  10. Claro que estávamos Anthrax, qual era a sua dúvida? Se não consegue gente interessante com quem conversar porque é que não nos procura sempre que quer dar um ar da sua graça?? Vá lá. não desista...

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  11. Caro antoniodasiscas
    D. José Policarpo fez uma reflexão inteligente. Diz-se muita coisa, ouve-se muita coisa. Há uma banalização do discurso, a torto e a direito. Aquela afirmação sendo curta, encerra uma profunda verdade.

    Caro Manuel
    Pois seja muito bem vindo.
    A avaliação do desempenho é fundamental em qualquer organização. Constitui um instrumento que quando bem pensado incentiva melhores desempenhos, aumenta a qualidade da actividade, é gerador de maior satisfação interna com reflexos positivos na satisfação dos utentes, clientes, beneficiários e dos cidadãos em geral e constitui um factor de coesão em torno de objectivos.
    Não haveria, por consequência, razões que justificassem excluir deste processo os professores e a escola.
    Mas não é pelo facto de se instituir um modelo de avaliação do desempenho que há mudança para melhor. Explico. Um modelo de avaliação do desempenho para ser bem sucedido deve ter em conta as especificidades da organização a que se aplica, as circunstâncias em que é introduzido e a cultura existente. E sobretudo a avaliação do desempenho tem que ser compreendida e conquistada por avaliadores e por avaliados.
    Tudo isto é verdade para os professores e para a escola.
    Muitas coisas correram mal na condução política deste importante dossier, ao se pretender ignorar as especificidades da(s) escola(s) e a ausência de uma cultura de meritocracia, para já não falar dos estilos políticos dos intervenientes na sua negociação.

    Caro jotaC
    Não sei se reparou mas a "marcha-atrás" já começou. Não fico satisfeita com o caminho que as coisas levaram e que agora vão outra vez levar!

    Caro Paulo
    É tudo muito complexo e ao mesmo tempo demasiado simples. Não é suposto que uma avaliação do desempenho avalie objectivos fixados?
    E quanto ao significado de "badernas" o nosso Caro Bartolomeu foi imbatível!

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  12. Cara Margarida
    Muito obrigado.
    Tomei em elevada consideração o que refere quanto à falta de cultura de meritocracia. Se é verdade que as posições se radicalizaram mais em função de oportunidade política e de defesa de interesses corporativos que em função da melhoria dos resultados para os "clientes", os que têm que aprender para viverem bem no futuro, também me parece que urge definir desígnios comuns que tornem o exercício da Cidadania uma prática permanente. Para lá da complexidade do sistema de avaliação, cujo aspecto gráfico alguém definiu como parecendo o mapa do Metro de Londres, não encontrei nos Media muitas propostas alternativas.
    Penso que o ataque sistemático a tudo o que mexe pode ser, com vantagem, substituido pela apresentação de propostas alternativas consistentes. Se neste caso existiram por parte dos Professores e entidades que os representam, lamento mas não as vi. O resultado poderia ser o mesmo, mas aprenderiamos todos um pouco mais.
    Cumprimentos

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  14. Caro Manuel
    Tenho acompanhado este processo com perplexidade, mas não com a profundidade que merece.
    É inconcebível admitir que todas as partes envolvidas não tenham sido capazes de acordar num denominador comum para resolver uma questão que as mesmas partes reconhecem que é relevante para o sistema de ensino.
    Depois de centenas de reuniões, envolvendo o ministério da educação e os sindicatos, não foi encontrado um denominador comum! Não se percebe então o que estiveram a fazer e porque razão as diferenças inultrapassáveis não foram do domínio publico mais cedo, evitando-se assim esta lamentável situação.
    Não me apercebi que os sindicatos tivessem apresentado um modelo de avaliação do desempenho alternativo devidamente estruturado e fundamentado. Se não o fizeram não têm legitimidade para criticar e negar a bondade do modelo estabelecido pelo ministério da educação.
    O que todos já aprendemos é que há uma enorme resistência à mudança, acabando esta atitude por condicionar fortemente a abertura franca e interessada à sua discussão!

    Caro Paulo
    Não me referia aos objectivos da avaliação do desempenho. Referia-me aos critérios utilizados para definir os objectivos da actividade que serão avaliados na sua concretização e bem assim às métricas utilizadas para medir o desempenho.
    Tem muita razão. "Não se dá aquilo que não se tem..."

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