quarta-feira, 19 de março de 2008

O nosso sub-prime!...

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E muitos mais slogans destes levam a que o crédito ao consumo atinja sucessivamente valores record em Portugal.
Este tipo de crédito é decisivo nos resultados dos Bancos, face ao valor das taxas praticadas.
E tem feito muito da remuneração dos gestores, ligada ao cash-flow ou à valorização bolsista.
E, devida ou indevidamente “securitizado”, saiu dos balanços dos Bancos e passou a fazer parte dos activos ou das aplicações de muitas instituições ou pessoas. E, mais cedo ou mais tarde, dos seus passivos!...
Ou me engano muito, ou vai ser o nosso sub-prime.
Não porque o sub-prime ou o crédito ao consumo sejam a causa da crise.
Mas porque o modo como é concedido faz do crédito ao consumo um produto viciado. Porque muito dele não foi crédito concedido, mas doação pura e dura. Suportado em critérios sem histórico em Portugal. Serviu para mostrar serviço, adornando os Balanços e as Contas de Resultados. Mas não retorna.
O nosso sub-prime!...

7 comentários:

  1. Não sei se a dimensão poderá originar um sub-prime à moda de Lisboa, mas que é grave... lá isso é. O histórico existe "à mão" dos decisores. Veja-se a crise bancária na Suécia, não há tantos anos assim... Mas há sempre quem prefira uma estória à própria História.

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  2. Há um factor deplorável no crédito ao consumo que é o facto de ser um crédito à ignorância. As pessoas abdicam da frugalidade em favor de uma futilidade absurda por causa bens desnecessários e isto é, no meu conjunto de valores, deplorável. Por isso, quando ouço falar no incumprimento do crédito ao consumo só me apetece bater palmas porque as partes estão bem umas para as outras.

    Há dois casos misturados nos exemplos que dá, caro Pinho Cardão. Um, bastante preocupante por ser uma insistência num erro, é a consolidação de créditos; outro é o mero crédito ao consumo. O segundo é asneira de parte a parte, as taxas vão até aos 30%, os prazos são suficientemente curtos para que exista histórico, os incumprimentos funcionam como as viroses no sentido em que os incumpridores são rapidamente identificados e saiem do sistema. Os spreads são tão altos que as carteiras não têm grandes problemas de solvência e são rapidamente ajustados ao andamento da conjuntura.
    O primeiro é realmente a asneira do subprime, comida e lambida. Por acaso, sabendo o Banco de Portugal que há, pelo menos, dois bancos que só se dedicam a isso, que desculpa vão arranjar quando a bronca rebentar...

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  3. Caro Pinho Cardão,

    Há um número para o qual, suponho, valeria a pena olhar: A crise nos EUA foi desencadeada (causa próxima) pela existência de cerca de 400 mil casas em venda. A crise subprime é, à partida,e em grande medida, uma consequência daquele excesso de oferta.

    Em Portugal o número de casas em venda não andará muuito longe daquele.
    Há bastante tempo.

    Em termos comparativos, no entanto, a pressão sobre o mercado deveria ser, em Portugal, umas noventa vezes superior à dos EUA, isto é, cerca de 3,6 milhões de casas. Mas observa-se o contrário.

    Sabes por quê?

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  4. Boa questão, Caro Rui. Mas, assim de repente, não consigo responder. Diz lá!...

    Caro Tonibler:
    De facto, os spreads elevados dão para muito. A questão é que cada vez mais haverá dificuldades de cumprimento, pelo facto de haver uma acumulação de endividamento e de as taxas virem a subir.
    E quando se chegar ao ponto crítico que o meu amigo, como físico, muito bem conhece...
    É que há sempre um ponto de não retorno!...

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  5. Deixo-lhe um link de um filme que descobri onde dois humoristas britânicos explicam a crise do subprime de forma brilhante.

    http://ejetamos.blogspot.com/2008/03/bear-stearns.html

    O que me ri com isto...:)

    Joaquim Gagliardini Graça

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  6. Caro Bekx:
    Obrigado. Vou já ver!...

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  7. saudação.

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