A "moda" vai pegar... de certeza que vai pegar!
Começou na Câmara de Vila Real de Sto António, na semana passada estendeu-se à Câmara de Santarém.
Estas autarquias estabeleceram protocolos, com médicos oftalmologistas de Cuba, para a realização de cirurgias às cataratas dos cidadãos portugueses, seus respectivos munícipes.
Entre nós temos várias centenas de milhares de pessoas que esperam e desesperam, em listas intermináveis e não resolúveis ( pelos vistos) de cirurgia oftalmológica.
As Câmaras deram-se conta da tragédia, aperceberam-se do sucesso, puseram mãos à obra e oferecem-se para cobrir as despesas e arrecadarem os louros deste grande "milagre" que é voltar a dar a visão a quem já há muito que nada vê.
Contratualizaram com Cuba!
O Governo não tem vergonha, nada comenta...
O bastonário dos médicos veio á televisão dizer que era uma vergonha para Portugal e para os seus médicos...
Denunciou a má distribuição geográfica destes especialistas, a concentração despropositada em alguns hospitais e, há muito tempo, que a comunicação social mais especializada publica listas com o número de cirurgias por mês e por oftalmologista, com valores que não chegam ás duas cirurgias mensais!
Sinceramente não consigo perceber o que se passa, como é difícil contratualizar cá, programando, quantificando, prolongando tempos de bloco operatório.
As reportagens sensacionais que já vi com jornalistas nossos, em Cuba, entrevistando os portugueses, bem idosos, no pós-operatório, não deixam margem para dúvidas: retomar a visão há anos perdida gera emoções, descrições e "considerandos" sobre a Pátria...que não nos conseguem deixar indiferentes.
Agora que as eleições autárquicas se aproximam com esta velocidade a que o tempo actual nos habituou...imagino que os oftalmologistas cubanos não tenham mãos a medir...a bem dos nossos concidadãos!
Bom tema ! Um tema que se prende a outros, que tb me suscitam dúvidas quanto ao futuro, e que fazem parte de medidas tomadas recentemente, na área da educação, mas tb e especialmente, na área da segurança social.
ResponderEliminarEstou sem tempo, agora, mas voltarei.
Quase tudo o que existe lá fora nós temos.Só que aqui é mesmo para "montra".Quase nada funciona de facto, é só fogo de vista...
ResponderEliminarEspantou-me,até porque não ouvi mais nenhum comentário,o tom desabrido e deselegante empregue por um médico dos Hospitais de Coimbra,salvo erro com cargo de direcção/chefia em Oftalmologia,chamando aos colegas cubanos e a todo o sistema de saúde nessa área,em Cuba, burla !! Que não tinham qualidade,capacidade e meios técnicos,etc.,etc.
ResponderEliminarQue triste figura e ainda que mais tristes silêncios.
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ResponderEliminaro nome do médico de coimbra a que se refere fernando antolin, é Cunha Vaz.
ResponderEliminartambém estranhei a forma como o citado médico se pronunciou sobre os médicos cubanos oftalmologistas.
Paulo eu iria mais longe na pergunta:
- Como se enquadra a transferência para o Poder Local, que se avizinha, das competências da Segurança Social, na área da Acção Social e também na área da Educação ?
Já estou a imaginar uma rábula dos Gatos com um "autarca" a empurrar uma velhinha para o avião e a dizer "Não tem catarata, mas vai na mesma ser operada"
ResponderEliminarDe facto, o poder local não tem ainda quaisquer competências na área da saúde, mas como têm planos de desenvolvimento social, de combate à exclusão, de apoios diversos a idosos...talvez seja por aí!
ResponderEliminarEu estou numa Assembleia Municipal de um Concelho que ainda não se lembrou dum protocolo deste tipo, mas penso que tinha rubricas orçamentais onde o encaixar.
Se, legalmente, conseguem justificar as verbas, eu não os condeno.
O que acho notável é o País continuar a não quantificar os recursos que tem, aqueles de que precisa versus um cálculo epidemiológico por população, em cada região...
Carissima Clara Carneiro
ResponderEliminarHaja alguém com coragem e elegancia para romper com o conformismo que se vive, mesmo perante os factos mais escandalosos.
É bem certo que, infelizmente, não é caso único. Outras especialidades cirurgicas apresentam os mesmos problemas. Este caso sabemos que é de fácil resolução. Incompreensivel é a falta de soluções. E que os planos de recurperação de listas de espera já são quase infindáveis.
Voou deixar um "apontamento" que teve eco nos média, e que recebi por e-mail.
Talvez seja uma solução mais barata, embora sem a vertente turistica, que qualquer cidadão com visão restringida há mais de um ano, merece, sobretudo se proporcionar pelo menos 8 dias de estadia, no pós-operatório!!
Nem precisamos de adjectivar as ratios de muitos Hospitais EPE´s e SPA´s apresentam quer por médico, quer por bloco anualmente.
Aqui fica o texto, com as devidas aspas... anónimo porque assim me chegou.
Cumprimenta
Agostinho Gouveia/Almada
"Em 6 dias operou tanto como 5 !!! médicos num ano e por metade do
preço cobrado na privada.
Em seis dias, um oftalmologista espanhol realizou 234 cirurgias a
doentes com cataratas no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no
Barreiro, num processo que está a "indignar" a Ordem dos Médicos. Os preços praticados são altamente concorrenciais, tendo sido esta a
solução encontrada pelo hospital para combater a lista de espera. O
paciente mais antigo já aguardava desde Janeiro de 2007, tendo
ultrapassado o prazo limite de espera de uma cirurgia. No ano passado chegaram a existir 616 novas propostas cirúrgicas em espera naquela unidade de saúde. Os sete especialistas do serviço realizaram apenas 359 operações em 2007 (cerca de 50 por médico num ano). No final do
ano passado, a lista de espera era de 384, e foi entretanto reduzida a
50 com a intervenção do médico espanhol.
A passagem pelo Barreiro durante o mês de Março - onde garante
regressar nos próximos dois anos, embora o hospital não confirme - foi a segunda experiência em Portugal do oftalmologista José Antonio Lillo Bravo, detentor de duas clínicas na Extremadura espanhola - em Dom
Benito (Badajoz) e Mérida. Entre 2000 e 2003 já havia realizado 1500
operações no Hospital de Santa Luzia, em Elvas, indiferente às
"críticas" de que diz ter sido alvo dos colegas portugueses. "Eu
percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão
grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil euros", diz ao DN o oftalmologista espanhol, inscrito na Ordem dos Médicos portuguesa, que cobrou 900 euros por cada operação
realizada no Barreiro.
As 234 cirurgias realizadas no Barreiro, por um total de 210 mil
euros, foi o limite possível sem haver necessidade de abrir concurso
público internacional, sendo que o médico fez deslocar a sua equipa e
ainda o microscópio e o facoemulsificador. O hospital disponibilizou somente um enfermeiro para prestar apoio."