De acordo com os resultados da concertação entre Ministério da Educação e Sindicatos, vamos ter avaliação dos professores. Exigentíssima, à semelhança do que se passa com os alunos.
Exactamente nos termos que o ME vem a propor desde Janeiro, conforme refere a Ministra da Educação, os Professores irão ser severamente avaliados, em primeiro lugar, pela sua própria auto-avaliação. Depois, pela sua assiduidade e pelo cumprimento dos serviços distribuídos. No fim, pela participação nas acções de formação obrigatórias. Quatro poderosos módulos de avaliação, quatro!...E têm ainda que cumprir a enormidade de preencher obrigatoriamente a ficha de avaliação, como condição de passarem com uma boa classificação.
Para mim, são exigências a mais!... Os professores não são menos do que os alunos. E estes passam de qualquer forma, faltando ou não faltando, sabendo ou não sabendo.
Exigir que o Professor compareça na escola, que esteja presente nas aulas e nas formações obrigatórias e que se auto-avalie é um verdadeiro abuso, um exercício descarado e reaccionário do poder patronal.
No fim, tendo a Ministra declarado que não tinha havido cedências, compreendi que era mesmo isto o que o Ministra queria. Mas tendo os Sindicatos declarado que houve cedência do Ministério, compreendi que era mesmo isto o que os Sindicatos queriam.
Os bons espíritos encontram-se sempre e a exigente avaliação dos professores é um dado adquirido!...
Exactamente nos termos que o ME vem a propor desde Janeiro, conforme refere a Ministra da Educação, os Professores irão ser severamente avaliados, em primeiro lugar, pela sua própria auto-avaliação. Depois, pela sua assiduidade e pelo cumprimento dos serviços distribuídos. No fim, pela participação nas acções de formação obrigatórias. Quatro poderosos módulos de avaliação, quatro!...E têm ainda que cumprir a enormidade de preencher obrigatoriamente a ficha de avaliação, como condição de passarem com uma boa classificação.
Para mim, são exigências a mais!... Os professores não são menos do que os alunos. E estes passam de qualquer forma, faltando ou não faltando, sabendo ou não sabendo.
Exigir que o Professor compareça na escola, que esteja presente nas aulas e nas formações obrigatórias e que se auto-avalie é um verdadeiro abuso, um exercício descarado e reaccionário do poder patronal.
No fim, tendo a Ministra declarado que não tinha havido cedências, compreendi que era mesmo isto o que o Ministra queria. Mas tendo os Sindicatos declarado que houve cedência do Ministério, compreendi que era mesmo isto o que os Sindicatos queriam.
Os bons espíritos encontram-se sempre e a exigente avaliação dos professores é um dado adquirido!...
Podemos estar descansados. A bem da Nação!...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarHumildemente penso serem mais interessantes as questões abaixo do que o seu bota-abaixo acima. O que acha?
Porque razão falhou a avaliação dos professores?
A delegação da avaliação nas escolas se por um lado criaria uma cultura de mais responsabilidade abria a porta à injustiça. Porque é que a avaliação não foi centralizada?
Os professores querem ou não querem a avaliação? Há números, estatísticas, análises desta informação?
Os sindicados são a favor da avaliação? Propuseram modos diferentes de avaliação?
Penso que este é um domínio da má-fé e da desonestidade intelectual onde é muito difícil perceber o que se passa. Concordam?
Cumprimentos,
Paulo
Caro Paulo:
ResponderEliminarSuponha que uma avaliação numa empresa, por exemplo, do agente comercial de um Banco, se resumia a:
a) saber se o bancário comparecia ou não na Sucursal e cumpria horários
b) saber se o bancário cumpria o serviço estabelecido (se, independentemente de estar na Sucursal, se dispunha a atender os clientes)
c) saber se o bancário tinha ido às acções de formação obrigatórias
d) fazer a sua própria auto-avaliação.
O meu amigo considerararia certamente que era tempo perdido.
Porque os 3 primeiros items são factuais; os Serviços Administrativos têm deles Nota. e porque o último item, a auto-avaliação, vale apenas num processo de aconselhamento e avaliação, que vai muito para além, mas muito, dos items considerados.
Como tal, porventura acharia que o Banco não iria longe.
Eu também acho que a avaliação, tal como acordado, a acreditar na informação prestada, é uma brincadeira e uma perda de tempo.
Não dignifica nem o Ministério, nem os Sindicatos, o que é o menos, nem, e isso é que é importante, os professores.
Sei o que são avaliações.Sei o que custa fazê-las. Sei o que, por vezes, custa dialogar com o avaliado. Mas sei também que do aconselhamento, subjacente às avaliações, resulta muito valor acrescentado, quer para o avaliador, quer para o avaliado.
Avaliações feitas seriamente, claro!...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarA cada qual a sua opinião acerca da avaliação, assim é que é bonito e democrático.
Só que não funciona.
Entendamo-nos: Deve ou não ser feita avaliação?
Se não, o caso está arrumado.
Se sim, a quem compete definir os termos dessa avaliação?
Aos avaliados? Aos sindicatos? A ti? A mim?
Numa empresa é o empresário que diz como quer que os seus empregados sejam avaliados. E ninguém reclama. Nem vai pedir o apoio dos sindicatos.
Nesta guerra o Ministro da Educação, qualquer que ele seja, anda sempre em bolandas nas mãos de sindicatos e da demagogia da oposição (que muda de opinião quando é governo, e vice-versa).
Esta Ministra tem sido queimada em lume brando porque se arriscou a fazer uma coisa que ninguém teve coragem de fazer antes dela: acabar com a autogestão nas escolas e a total falta de avaliação do mérito.
Como a demagogia campeia no nosso país, mesmo tendo o governo a maioria, não me admira que as pressões para ela ceder sejam mais que muitas.
Outra (o) qualquer no lugar dela já tinha desistido.
Quem paga a factura são aqueles que ainda andam na escola e que continuarão a ter uma preparação tanto mais deficiente quanto mais tempo continuar a rebalderia nas escolas.
Depois tu achas que o país está doente. É mesmo capaz de estar. O problema é que não quer tomar os comprimidos.
Caro Rui:
ResponderEliminarConcordo com o que dizes; também assim penso.
Ponto por ponnto:
1.Claro que a avaliação deve ser feita.
2. A quem compete definir os termos dessa avaliação?
Claro que ao Ministério. Quando muito, incluindo cada estabelecimento um ou outro item
específico.
3.O Ministro da Educação, qualquer que ele seja, anda sempre em bolandas nas mãos de sindicatos e da demagogia da oposição.
Claro que anda. Mas se aceitou, tem que aguentar. Oficial de cavalaria não se pode queixar que lhe dói o rabo, aprendi na tropa!...
4.Esta Ministra tem sido queimada em lume brando porque se arriscou a fazer uma coisa que ninguém teve coragem de fazer antes dela: acabar com a autogestão nas escolas e a total falta de avaliação do mérito.
Concordo apenas com a 1ª parte. Com a 2ª, não. A ser verdade o que foi concertado, não há avaliação nenhuma. Apenas uma auto-avaliação. Saber se o professor vai à escola, dá aulas ou foi às acções de formação, os serviços administrativos já sabem.
5.Outra (o) qualquer no lugar dela já tinha desistido.
Das avaliações, claro que já desistiu. Basta ouvir os Sindicatos!...Aliás, já ouvi chamar ao Presidente de um dos sindicatos o Ministro da Educação!...
6.Quem paga a factura são aqueles que ainda andam na escola e que continuarão a ter uma preparação tanto mais deficiente quanto mais tempo continuar a rebalderia nas escolas
NÃO POSSO ESTAR MAIS DE ACORDO, CARO RUI!...
O Rui Fonseca que me perdoe mas em que medida tomada pelo ME se defende o mérito? Esta trapalhada da avaliação assenta sobre uma premissa falsa: todos os alunos têm o direito a concluir o ensino obrigatório (e vamos caminhar para que isto se alargue ao 12º!)
ResponderEliminarEnquanto isto não for mudado (e como urge ser mudado!), é escusado virmos defender que é preciso avaliar os professores, dado que essa avaliação será de fachada, tal como é de fachada o deslumbrante aumento de alunos a terminarem o ensino básico e secundário.
O ME e o PM afirmam que em 2010 vamos ter umas centenas de milhar formados com o 12º (cortesia das Novas Oportunidades e afins), tipo passe de mágica. Como conseguem estas pessoas ter um diploma do 12º feito em seis meses, com uma carga horária ridícula? Eu, como inúmeros outros, que demorei 3 anos para fazer o secundário "normal", devo ser muito burro. Ainda por cima corríamos o risco de chumbar, ao passo que estes vão ter o curso, tout court. E ainda falam de justiça social...
Ora de que serve andarmos com esta palhaçada de avaliar os professores enquanto não avaliarmos a sério os alunos? O certo é que com este ME e estes sindicatos, mais preocupados com os seus egos do que com a qualidade do ensino público, não vamos lá!
Acho chegada a hora de qualquer pessoa com sentido de estado, por exemplo um presidente da república, sugerir à AR que se debruce sobre a forma de implementar uma educação pública de gestão privada e a forma de entregar as escolas hoje existentes.
ResponderEliminar100% de acordo com o seu post, caro Pinho Cardão.
o tonibler disse tudo: a escola pública é um estorvo para os defensores do mercado educativo. Eu vou mais longe, tonibler. O melhor é entregar a gestão do Estado aos privados.
ResponderEliminarCaro Miguel Pinto,
ResponderEliminarA gestão do estado é de privados. Tal como a educação, ou os interesses dos professores não são privados? Aquilo que o estado mostrou ser incapaz de fazer foi gerir os interesses privados dos professores e cumprir com as determinações soberanas do povo. Aquilo que eu disse, foi que sendo incapaz de gerir estes privados então, a bem do país e para cumprir com as determinações do povo soberano, deve trocar de privados com quem possa gerir o objectivo, esse sim público, de educação.
Presumo que esse fim público da educação seja definido por privados, como eu ou o tonibler? hummm... estou a ver.
ResponderEliminarClaro que é. Notavelmente, por todos os privados. Chama-se eleições, o acto em que todos os privados têm direito a opinar sobre a causa pública e o seu destino. O seu resultado representa a vontade do agregado, que não é mais que a agregação das vontades privadas.
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarNão me interessa particularmente o recuo táctico da Ministra. Interessa-me constantar que possivelmente a melhor ministra em anos foi "grelhada". Ora face a um passado caótico, um presente com algum potencial que é decapitado, o futuro é bem negro.
Porque é que isto aconteceu? que lições a tirar?
O Rui Fonseca escreve que a ministra quis acabar com a autogestão das escolas. Ora eu acho que o seu erro político foi manter a autogestão nas escolas dando a estas a capacidade de fazer a sua avaliação.
Cumprimentos,
Paulo
"Oficial de cavalaria não se pode queixar que lhe dói o rabo, aprendi na tropa!..."
ResponderEliminarA questao, caro Pinho, nao e essa.
O problema e que a politica em Portugal se faz na rua. Toda a gente se sente com competencia para dizer como e. Com tanta gente tao preparada, e dificil perceber como e que ainda nao se encontrou um Ministro da Educacao capaz. Sao todos maus, nao sei se ja tinhas reparado nisso.
Esta Ministra cometeu erros? Se calhar cometeu. Nao ha quem nao cometa. Mas tentou, e conseguiu, alterar coisas que ninguem antes dela tinha conseguido nem tentado.
A avaliacao dos professores deveria ser feita e nao compreendo como e que se fez tanto barulho para impedir que essa avaliacao fosse feita. Que os professores o facam, compreendo, porque muitos deles sao incompetentes e receiam a avaliacao. Ja nao compreendo os que que sao competentes, que acredito sejam a maioria, se recusem a ser avaliados.
Os sindicatos entendo: os seus dirigentes teem necessidade de se manterem nos lugares.
O que nao compreendo mesmo nada e a posicao aqueles que se riem das
bolandas em que anda o cavaleiro porque na rua e habito a arruaca
de espantar o cavalo.
Na minha actividade profissional sou diariamente confrontado com a necessidade de negociar. Essa é, aliás, a parte importante do meu dia. Ás vezes obtenho o que pretendo, e outras vezes não. Os meus"adversários" dirão o mesmo. O que interessa avaliar é se o que consegui é muito melhor (ou não) do que aquilo que teria não negociando. No caso dos professores não temos a avaliação que deveriamos ter? Claro que não temos. Avançámos? Parece-me bem que sim. Avaliar assiduidades e dedicação não é o fundamental, mas poderá já ser um avanço. E haverá certamente professores a queixarem-se desse controlo. Óptimo
ResponderEliminarCaro Ruben:
ResponderEliminarNão deixa de ter a sua razão.
Claro que há o amor próprio e o profissionalismo do professor. Mas julgo que deve ser desanimador ver do outro lado um grupo de pessoas que se estão nas tintas para aprender, já que sabem que têm a passagem garantida. Claro que isso toca a motivação dos professores, nivelando-a, naturalmente, por baixo.
Caro Tonibler:
Agradecido por esses 100%!...
Caro Paulo:
Diz não lhe interessar particularmente o recuo táctico da Ministra.
A mim interassa-me, precisamente pelo argumento que o Paulo invoca, isto é , por "constatar que possivelmente a melhor ministra em anos foi "grelhada". Ora face a um passado caótico, um presente com algum potencial que é decapitado, o futuro é bem negro".
Aí está!...Mais um Ministro vítima do sistema. E será sempre assim, enquanto o Ministro não alterar o sistema.
Caro Rui:
Dizes que é difícil perceber como e que ainda nao se encontrou um Ministro da Educacao capaz. "Sao todos maus...".
Olha Rui, no Brasil, os jogos a eliminar são conhecidos por jogas "mata-mata", porque um fica e o outro é eliminado. Um Ministro da Educação, em Portugal, também tem um desafio. Para continuar em jogo, tem que sobrepor-se à força de toda a tecnoestrutura do Ministério e estruturas adjacentes e não pode condicionar-se ao poder dos Sindicatos. Ora os nossos Ministros da Educação, ALGUNS DE GRANDE VALIA TÉCNICA E MORAL,têm-se revelado perfeitamente incompetentes na avaliação deste facto. E o que lhes acontece é que são rapidamente eliminados.
Ministros tenrinhos é o que os sindicatos e o Ministério mais conhecem.
Portanto, caro Rui,enquanto os sindicatos e o pessoal do Ministério não sentirem que mudou efectivamente o poder, nada feito.
Reconheço que a Ministra tem tentado alterar coisas que ninguem antes dela tinha conseguido nem tentado.Mas este recuo demonstra que continua refém.
Repara que se a avaliação não se faz este ano, muito menos se fará para o ano, ano de eleições. O 1º Ministro já veio apoiar a Ministra. Pois claro, resolveu o problema. E, para o ano, os Sindicatos e o Ministério cantarão mais uma vez de galo.
Citando palavras tuas, por mim não me rio das bolandas em que anda o cavaleiro porque na rua é habito a arruaça de espantar o cavalo.
Pelo contrário, acho que esta Ministra é mais uma vítima: no "mata-mata",e porque não eliminou, em sentido figurado, claro está, é ela que está prestes a ser eliminada!...
Caro Manuel:
Tem razão no que diz: a vida profissional e empresarial é uma negociação permanente: ganha-se umas vezes, perde-se outras.
Diz que se ganhou agora alguma coisa. É um ponto de vista. Gostava de concordar com ele.
Mas, com eleições no próximo ano, não vejo que em 2009 se avance alguma coisa. Vai uma aposta?
Digo e repito. De que serve avaliarmos os professores se a avaliação dos alunos é uma farsa?
ResponderEliminarUm exemplo claro disso é o que se passa nas Novas Oportunidades, que conferem um diploma do secundário. O PM afirmou que iam formar umas centenas de milhar em 2/3 anos, ou seja, entram X e saem X. Se todos os que entram saem com o curso, isso diz bastante sobre a seriedade e exigência com que é feita a avaliação a essas pessoas. Ou então descobriram agora que são todos alunos brilhantes.
E se querem falar de avaliação para os professores, vejam o que se passa lá fora. Pode ser que se surpreendam...