quarta-feira, 9 de abril de 2008

Islândia no Top do desenvolvimento humano


Parece que a Islândia, esse país cinzento e frio, ganhou o primeiro lugar no ranking dos países onde as pessoas são mais felizes e é o lugar do mundo onde se pode dizer que se vive melhor. De acordo com um artigo publicado na revista do El Pais do passado domingo, os habitantes desse paraíso sabem educar crianças saudáveis e felizes, vivem descontraídos porque os seus problemas têm respostas adequadas, são práticos e sem preconceitos e têm uma noção de sociedade solidária, multicultural, que só tem paralelo nas aldeias dos países africanos. Alguns dados estatísticos são bem expressivos: índice de natalidade mais elevado da Europa e idade jovem das mães, apesar da elevada taxa de trabalho feminino, 6º rendimento per capita do mundo; maior número de pessoas que compram livros, elevada expectativa de vida, incrível crescimento das exportações, cultura sistemática de protecção do ambiente.
Não sei se a explicação para este fenómeno está na importância das mulheres nessa sociedade – a Islândia foi o 1ºpaís a eleger uma mulher para Presidente, há 28 anos – mas para já podemos acreditar nos motivos que adianta o antigo presidente da Câmara de Reikiavik para terem educação gratuita de alta qualidade, serviços públicos de saúde tão competitivos que a clínica privada só se ocupa dos serviço estéticos de luxo, captarem cérebros e fixarem empresas, entre outros sucessos retumbantes. Diz o ex presidente da Câmara, médico e político (a participação política e cívica é geral) que essa prosperidade “é porque os Governos adoptam políticas progressistas e sensatas e a matéria prima humana da ilha é forte, pragmática e imaginativa. Há uma relação íntima entre a saúde do país e a qualidade das decisões políticas que se tomam (…) para a saúde de um pais, mais importante que não fumar são os fenómenos sociais em que fazemos finca pé – igualdade, paz, democracia, água limpa, educação, energia renovável e direitos da mulher.”
Parece simples, não é? Se não fosse tão frio apetecia dar lá um saltinho só para ver de perto…

8 comentários:

  1. Sim sim... e têm pessoas com nomes tipo Ragnhildur, Ragni para os amigos porque, no meio da rua, ninguém consegue chamar por um nome daquele tamanho só para dizer olá.

    Tirando isso, e o facto de serem um pouco pálidos, os islandeses são uns pandegos quando lhes dá para a paradódia.

    A noite é curta (aliás muito curta), os petiscos são de fugir e é um destino um tanto ou quanto caro. No entanto, vale muito a pena lá ir.

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  2. Pois é car'Anthrax, também consta que as Islandesas, são muito afáveis e hospitaleiras.
    Duas condições essenciais para, alem da leitura e da música, dar um sentido útil ao amplo tempo de dia, a noite reserva-se exclusivamente para o ó ó.

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  4. Se é assim, até que nem era má ideia criar um fundo financeiro para custear cursos de formação da arte de fazer política a sério, tal o défice que grassa por estas bandas...
    "Bora" lá pessoal, contribuam que o país só tem a ganhar! Isto se eles conseguirem assimilar, claro...

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  5. Suzana
    Conheço a Islândia. É de uma beleza extraordinária! Toda branca, como a superfície lunar, salpicada de jactos de água quente que fazem a delícia de uns banhos quentes com a temperatura ambiente de -23º. E depois as cascatas e as lagoas são lindas!
    Trata-se de um país periférico e com um clima extremamente severo. No entanto é um país rico, com uma excelente qualidade de vida. Encontrou as suas vantagens competitivas.
    Não me admira que os islandeses estejam na fila da frente dos países que compram mais livros (e lêem mais livres). Este facto terá certamente que ver com o clima muito austero que os leva a permanecer mais tempo em casa.
    A Islândia é um país a visitar, de preferência no Verão, incluindo um cruzeiro no mar da Gronelândia.

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  6. Hum... Permita-me cara Dra. Margarida Aguiar dizer-lhe que a sugestão até é boa, numa perspectiva de lazer, agora viver num país com -23º, até apetece cantar:
    O sole mio...
    :))

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  7. Vejam o efeito do aquecimento glogal, citando o Financial Times... :))

    Cool under fire: Iceland takes the fight back to finance
    On a gloomy North Atlantic evening in January, a group of international hedge fund managers gathered in the stylish bar of 101 Hotel in downtown Reykjavik at 8pm for a drink before dinner.
    They had been flown to Iceland by Bear Stearns, the US investment bank that two months later had to be rescued. Bear had organised the excursion to discuss the bizarre state of Iceland’s economy. What transpired at this dinner has entered into legend within Iceland’s close-knit financial community.
    An executive who works with a big Icelandic bank recalls: “Upon entering the bar I was approached by one of the hedge fund managers. He informed me that all people in this party – except for him, of course – were shorting Iceland.” The executive says the fund manager described Iceland’s profit-making potential as the “second coming of Christ”.
    “As dinner progressed – some people actually decided not to eat at all but just sit at the bar – and more drinks were downed, the conversation and questions started to get more hostile and short positions openly declared,” the executive says.
    What started as an alcohol-fuelled evening has become a full-blown investigation by
    Iceland’s Financial Supervisory Authority into an alleged speculative attack by hedge funds on Iceland’s currency, banking system and stock market. Jonas Jonsson, director-general of Iceland’s FSA, says the authorities are “searching whether some parties have systematically been distributing negative and false rumours about the Icelandic banks and financial system in order to profit from it”.
    Copyright The Financial Times Limited 2008
    By David Ibison in Reykjavik
    Published: April 8 2008 19:10 | Last updated: April 8 2008 19:10

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  8. Compreendo que a imagem funcionará bem como pretenso exemplo, pois os resultados deles são bons. Mas são bons para eles e para a sua cultura - nós somos diferentes! E como somos diferentes, temos de encontrar o nosso caminho de forma diferente.
    Claro que percebo a mensagem que sublinha a nossa falta de seriedade política, de rigor e de esforço, isso sim, de acordo quanto a diagnóstico. Mas a solução não tem de ser pelo progressismo, seja lá o que isso for, ou por outra qualquer linha ideológica. Isso é o mal dos exemplos, que há muitos - basta ver a Austrália nos antípodas ideológicos e nada mal de desenvolvimento -, e das curas milagrosas.
    O nosso caminho ter de ser encontrado por nós! Com esforço, rigor, seriedade, e menos clubismo partidário ou ideológico (mas com mais debate, claro).
    Um forte abraço,

    Ângelo Ferreira

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