Li hoje uma notícia que, admito não terá despertado a atenção da maioria das pessoas, por falar quase de um lugar comum, por retratar uma normalidade que de normal nada tem.
O título é: “Comboio volta a matar em São Pedro do Estoril enquanto Refer adia obras há sete anos”. Mas afinal o que tem esta notícia de especial? Nada, a meu ver, a não ser a revolta e a brutal constatação de vivermos num País em que todos os anos são mortalmente colhidas pessoas no atravessamento de passagens de nível ferroviárias, sendo que algumas delas fazem a ligação às próprias plataformas de embarque como é o caso da estação de São Pedro do Estoril, obrigando os peões a caminhar sobre as linhas dos comboios.
O título é: “Comboio volta a matar em São Pedro do Estoril enquanto Refer adia obras há sete anos”. Mas afinal o que tem esta notícia de especial? Nada, a meu ver, a não ser a revolta e a brutal constatação de vivermos num País em que todos os anos são mortalmente colhidas pessoas no atravessamento de passagens de nível ferroviárias, sendo que algumas delas fazem a ligação às próprias plataformas de embarque como é o caso da estação de São Pedro do Estoril, obrigando os peões a caminhar sobre as linhas dos comboios.
Porque é que não são feitos os necessários desnivelamentos? Será por falta de qualidade de gestão? Será porque não são consideradas obras prioritárias ou será que não há entendimento entre a Refer, as autarquias ou o IPE, ou melhor, porque as entidades responsáveis não se entendem? Será que a culpa é dos concursos públicos e das obras que se arrastam ad eternum? Será porque novos estudos se sucedem a outros estudos inconclusivos? Ou será, como é noticiado no caso da estação de São Pedro do Estoril, que a Refer pretendendo fazer uma obra mais vasta de modernização da infra-estrutura ferroviária, anunciada em 2001 mas que nunca se iniciou, não faz a obra mais simples, a do simples desnivelamento da passagem de peões? Mas será assim tão difícil?
Mas será que estas incapacidade e irresponsabilidade são admissíveis num País que tem a ambição de ser desenvolvido? Não será falta de responsabilidade social uma empresa como a Refer – empresa pública que supostamente presta um serviço público essencial – assistir de “braços cruzados” ao anúncio de quem serão as próximas vítimas?
Realmente, até parece que quando se houve falar de linhas de alta velocidade e de TGV tudo o resto está a funcionar muito bem, com segurança e qualidade. Não há dúvida que somos um País de grandes "nivelamentos" e "desnivelamentos"!
Mas será que estas incapacidade e irresponsabilidade são admissíveis num País que tem a ambição de ser desenvolvido? Não será falta de responsabilidade social uma empresa como a Refer – empresa pública que supostamente presta um serviço público essencial – assistir de “braços cruzados” ao anúncio de quem serão as próximas vítimas?
Realmente, até parece que quando se houve falar de linhas de alta velocidade e de TGV tudo o resto está a funcionar muito bem, com segurança e qualidade. Não há dúvida que somos um País de grandes "nivelamentos" e "desnivelamentos"!
Nivelamento? Só se for por baixo.
ResponderEliminarCumprimentos,
Caro PintoRibeiro
ResponderEliminarTem muita razão. E quando se trata de trabalhar para certas estatísticas quanto mais fundo descer melhor!
Cara Dra. Margarida, há uns dias passou uma reportagem na SIC, sobre várias pessoas que, foram electrocutadas (uma criança que estava na paragem do autocarro e uns jovens, que saíram, do LUX, e em ambos os casos, acederam a uma zona interdita, mas não impossível de transpor) junto a Santa Apolónia.
ResponderEliminarA situação é de tal modo perigosa, que não deveria ser possível transpor.
A REFER declina responsabilidade.
Pior ainda, ainda não tornou a zona inacessível a pessoas estranhas.
É certo que as pessoas não deveriam aceder àquele local, mas face à enorme perigosidade de que se reveste o local, é elementar, que se proceda a uma solução técnica.
Mais um "desnivelamento". Produto naturalmente de "mentes brilhantes".
Cara Pézinhos n' Areia
ResponderEliminarTambém vi a reportagem e lembro-me de a REFER rejeitar ter qualquer responsabilidade, alegando que as vítimas da electrocussão subiram aos comboios e circularam em cima da via férrea. Mas sendo o nível de perigosidade elevadíssimo, não se compreende como é que a zona não está devidamente protegida, de modo a impedir o seu acesso.
Lembro-me de ter ouvido que a REFER argumentou que são actos proibidos por lei subir aos comboios e caminhar em cima das linhas férreas. É lamentável que se invoque a lei, numa circunstância destas, para daí lavar as mãos!
Já vai sendo normal que a culpa morra solteira porque a culpa é sempre dos outros!
Com este nível de educação e formação não vamos longe...