Também aprendi a comunicar através do assobio, utilizando diferentes tipos, com o meu pai. Assobios de chamamento, a que tinha de responder, para saber onde andava e para regressar imediatamente à base.
Claro que reconheço nunca ter sido uma grande espingarda nesta matéria, sobretudo nos tipos de assobios muito agudos capazes de furarem os tímpanos. De qualquer maneira dava muito jeito e, ainda hoje, dou por mim, a emitir o velho assobio, por exemplo, para anunciar que estou em casa do meu pai, quando este anda pela quinta. Sempre é mais cómodo e eficiente do que andar aos gritos.
Não querendo enveredar pela história desta forma de comunicação que, nalguns povos, chega a ser quase uma forma de linguagem, ou mesmo objecto de musicalidade, ao ponto de haver peças “assobiadas” e, até, escolas que ensinam a assobiar, o assobio baila nos lábios do brejeiro, do que se irrita com o árbitro e o seu apito, manifestando desagrado, mas também contentamento, atracção sexual, eu sei lá que mais. Também andam por aí algumas pessoas que parecem ter engolido um apito. Não sei porquê mas não deixam de causar alguma irritação. Assobiam baixinho, mas de uma forma permanente. Recordo-me de uma pessoa que não fazia outra coisa, de manhã à noite, na sua repartição, ou fora dela, que assobiar a "Marcha Fúnebre de Chopin"! Só interrompia para fazer as perguntas ou responder às solicitações. Assim que se calava, ligava, de imediato, o assobio. Irritante? Se era!
Também há códigos de conduta para se poder assobiar que depende das culturas. Na Rússia e nos povos eslavos, não se pode assobiar dentro de casa, porque pode levar à pobreza. Enquanto na Sérvia atrai os ratos, na Coreia atrai as cobras. Assobiar só na rua!
No Reino Unido, uma empresa de construção civil proibiu os seus operários de assobiar às senhoras que passam pela obras, porque pode afastar um “tipo sofisticado” de compradoras de imóveis.
Mas as superstições ao redor de certos comportamentos são tão fortes que, mesmo em povos desenvolvidos, não se coíbem de as respeitar, como aconteceu numa localidade escocesa em que foi “proibido” aos habitantes assobiarem durante um mês, a fim de garantir bom tempo para um festival de barcos a realizar brevemente. Nesta comunidade vigora uma velha crença de marinheiros segundo a qual os assobios trazem mau tempo. De acordo com o presidente do festival trata-se de “uma antiga superstição que diz que assobiar no mar ou perto dele é o mesmo que brincar com o diabo e ele pode responder enviando ventos fortes."
Ora aqui está, uma eventual explicação para os “maus ventos” que está a atingir o nosso país. Será que não andam por aí alguns responsáveis a assobiar, baixinho, a “Marcha Fúnebre de Chopin”? Bom, que muitos andam a assobiar para o lado, presumo que ninguém tem dúvidas...
Claro que reconheço nunca ter sido uma grande espingarda nesta matéria, sobretudo nos tipos de assobios muito agudos capazes de furarem os tímpanos. De qualquer maneira dava muito jeito e, ainda hoje, dou por mim, a emitir o velho assobio, por exemplo, para anunciar que estou em casa do meu pai, quando este anda pela quinta. Sempre é mais cómodo e eficiente do que andar aos gritos.
Não querendo enveredar pela história desta forma de comunicação que, nalguns povos, chega a ser quase uma forma de linguagem, ou mesmo objecto de musicalidade, ao ponto de haver peças “assobiadas” e, até, escolas que ensinam a assobiar, o assobio baila nos lábios do brejeiro, do que se irrita com o árbitro e o seu apito, manifestando desagrado, mas também contentamento, atracção sexual, eu sei lá que mais. Também andam por aí algumas pessoas que parecem ter engolido um apito. Não sei porquê mas não deixam de causar alguma irritação. Assobiam baixinho, mas de uma forma permanente. Recordo-me de uma pessoa que não fazia outra coisa, de manhã à noite, na sua repartição, ou fora dela, que assobiar a "Marcha Fúnebre de Chopin"! Só interrompia para fazer as perguntas ou responder às solicitações. Assim que se calava, ligava, de imediato, o assobio. Irritante? Se era!
Também há códigos de conduta para se poder assobiar que depende das culturas. Na Rússia e nos povos eslavos, não se pode assobiar dentro de casa, porque pode levar à pobreza. Enquanto na Sérvia atrai os ratos, na Coreia atrai as cobras. Assobiar só na rua!
No Reino Unido, uma empresa de construção civil proibiu os seus operários de assobiar às senhoras que passam pela obras, porque pode afastar um “tipo sofisticado” de compradoras de imóveis.
Mas as superstições ao redor de certos comportamentos são tão fortes que, mesmo em povos desenvolvidos, não se coíbem de as respeitar, como aconteceu numa localidade escocesa em que foi “proibido” aos habitantes assobiarem durante um mês, a fim de garantir bom tempo para um festival de barcos a realizar brevemente. Nesta comunidade vigora uma velha crença de marinheiros segundo a qual os assobios trazem mau tempo. De acordo com o presidente do festival trata-se de “uma antiga superstição que diz que assobiar no mar ou perto dele é o mesmo que brincar com o diabo e ele pode responder enviando ventos fortes."
Ora aqui está, uma eventual explicação para os “maus ventos” que está a atingir o nosso país. Será que não andam por aí alguns responsáveis a assobiar, baixinho, a “Marcha Fúnebre de Chopin”? Bom, que muitos andam a assobiar para o lado, presumo que ninguém tem dúvidas...
Excelente post, caro Professor, excelente e melódico, ;)))
ResponderEliminarLembrou-me uma ocasião teria eu uns 14 anos, frequentava uma pastelaria em Algés, a Tamar. Esta pastelaria localizava-se na Av. dos Combatentes, que era e é ainda a rua mais central de Algés. Naquela época, era habito, depois de tomar o cafezinho e o pastelinho de nata, virmos até ao passeio em frente a uma das portas, para "ver quem passa". ;)
E, cada bela representante do sexo feminino que passasse, era simpáticamente distinguida com um piropo (naquele tempo muito políticamente correctos) ou um tradicional assobio fuuuuiiii fuiiiooo. Aqui o "cromo" não fugia à regra e uma das vezes que soltou o assobio à passagem da bela dama, fê-lo tão distraída e maquinalmente que só depois de sentir o bofetão é que notou que o assobio lhe tinha sido retribuido.
Toma!!!
Caro Professor Massano Cardoso
ResponderEliminarTudo tem afinal uma origem, uma tradição, uma cultura, uma história... Assobiar tem o seu quê! Já não me recordo, mas em tempos ouvi um coro cantar só com assobios!
Tomara que muitos dos nossos responsáveis que andam por aí a assobiar para o lado soubessem quem foi Chopin! Também já não me lembro, mas um político da nossa praça declarou numa entrevista ou coisa assim que gostava muito das sinfonias de Chopin!
Caro Bartolomeu
Mas que atrevidote! Mas, pronto, tratando-se de piropos simpáticos está perdoado!
Agradeço o seu perdão cara Margarida, sinal inequívico que é dona de um coração sem tamanho.
ResponderEliminarCom efeito, os jovens da minha época, para além de atrevidotes, possuíam um sentido mais apurado e expontâneo para o piropo gracioso, qualidade que se foi perdendo, não sei até se os jovens de hoje ainda "praticam essa modalidade".
Não posso deixar de referir que apesar de todo o atrevimento e por vezes até alguma inconveniência, de quando em vêz os "piropantes" eram brindados com um sorriso... estava ganho o dia!
;))