A Dr.a Manuela Ferreira Leite confirmou a esperada vitória nas directas do PSD.
Foi a jogo com os trunfos da sua personalidade e da sua credibilidade política, procurando convencer que pertencia a uma constelação diferente daquela a que pertencem Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes. Apesar de provocada evitou a polémica directa e a confrontação – o que foi particularmente claro no debate da SIC – e ganhou.
Pedro Passos Coelho semeou as ideias com que o PSD mais tarde ou mais cedo se terá de confrontar. Procurou a via bem mais dificil da discussão de temas tão essenciais como as funções do Estado no escasso tempo de uma campanha onde pesam quase sempre mais os imediatismos e as soluções conjunturais, do que o esforço para a actualização da base ideológica. Não se conseguiu libertar da imagem redutora de ex-líder da JSD com que durante toda a campanha foi identificado (até por alguns dos seus apoiantes).
Pedro Santana Lopes provou amplamente a sua vitalidade, desmentindo com votos os que o consideravam politicamente morto e à beira de ser enterrado. Mas não descolou da imagem ainda muito vincada pela desastrosa experiência governativa que liderou.
No entanto o que mais me admirou – certamente porque entendo mal a lógica do funcionamento dos partidos, ou porventura porque a matriz do PSD está efectivamente a mudar – foi a circunstância de 60% dos militantes que se pronunciaram se dividirem pelas duas candidaturas vencidas.
Este facto, para mim inesperado, coloca à nova presidente do PSD o desafio óbvio de unir os que afirmaram claramente as suas diferenças na campanha eleitoral. Sem esse esforço de união, vai-lhe ser extremamente penoso o caminho.
Mas esse esforço não pode ser exigido somente a Manuela Ferreira Leite.
Se um partido não pode ter tantos projectos políticos nem tantas estratégias quantos os militantes proeminentes que se sentem vocacionados para a liderança (sem prejuízo da saudável diferença que não é antinómio de unidade), então é de exigir que quem não saiu vitorioso dê um passo em frente no sentido da coesão quanto ao essencial, já que é suposto serem gomos diferentes mas da mesma laranja.
Foi a jogo com os trunfos da sua personalidade e da sua credibilidade política, procurando convencer que pertencia a uma constelação diferente daquela a que pertencem Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes. Apesar de provocada evitou a polémica directa e a confrontação – o que foi particularmente claro no debate da SIC – e ganhou.
Pedro Passos Coelho semeou as ideias com que o PSD mais tarde ou mais cedo se terá de confrontar. Procurou a via bem mais dificil da discussão de temas tão essenciais como as funções do Estado no escasso tempo de uma campanha onde pesam quase sempre mais os imediatismos e as soluções conjunturais, do que o esforço para a actualização da base ideológica. Não se conseguiu libertar da imagem redutora de ex-líder da JSD com que durante toda a campanha foi identificado (até por alguns dos seus apoiantes).
Pedro Santana Lopes provou amplamente a sua vitalidade, desmentindo com votos os que o consideravam politicamente morto e à beira de ser enterrado. Mas não descolou da imagem ainda muito vincada pela desastrosa experiência governativa que liderou.
No entanto o que mais me admirou – certamente porque entendo mal a lógica do funcionamento dos partidos, ou porventura porque a matriz do PSD está efectivamente a mudar – foi a circunstância de 60% dos militantes que se pronunciaram se dividirem pelas duas candidaturas vencidas.
Este facto, para mim inesperado, coloca à nova presidente do PSD o desafio óbvio de unir os que afirmaram claramente as suas diferenças na campanha eleitoral. Sem esse esforço de união, vai-lhe ser extremamente penoso o caminho.
Mas esse esforço não pode ser exigido somente a Manuela Ferreira Leite.
Se um partido não pode ter tantos projectos políticos nem tantas estratégias quantos os militantes proeminentes que se sentem vocacionados para a liderança (sem prejuízo da saudável diferença que não é antinómio de unidade), então é de exigir que quem não saiu vitorioso dê um passo em frente no sentido da coesão quanto ao essencial, já que é suposto serem gomos diferentes mas da mesma laranja.
Ora, só assim não acontecerá se os gomos afinal pertencerem a laranjas diferentes.
Com resultados de 38%, 32% e 30%, o PSD tornou-se uma espécie de partido “3 em 1”.
ResponderEliminarNão acredito muito que isto fique por aqui. A nova líder é uma pessoa em que se observa uma evidente falta de energia. E ainda que a tivesse, MF Leite, tal como Cavaco Silva, não gosta de envolver-se em questões "menores", ao nível da organização interna do partido. É muito provável que deixe essas matérias enfadonhas e aviltantes nas mãos de gente como a Helena Lopes da Costa e o António Preto, seus apoiantes, e pessoas a quem já consentiu actuações em que deveria ter-se mostrado bem mais rigorosa. Se assim for, vamos assistir a um lindo regabofe.
Apesar de ter um péssimo "feeling" relativo às razões da candidatura de PPC(mas isso é igual em todos os partidos), o novo presidente deveria pensar como é possível que um terço dos seus militantes sejam pessoas que se revêem no carácter de Pedro Santana Lopes. Sem se demitir logo, claro...
ResponderEliminarA minha análise:
ResponderEliminarPenso que Manuela Ferreira Leite tem toda a legitimidade para liderar o partido. Pode não ter a margem que Menezes tinha(60%) do partido, pode não ter a base de apoio inequívoca, mas que tem legitimidade, lá isso tem. Bastava mais um voto. Depois, ainda que não tenha os 60% de Menezes, alberga os críticos do costume, pelo que não terá o desgaste interno que Santana Lopes e Menezes tiveram, pelo que considero estarem reunidas todas as condições para Manuela Ferreira Leite liderar o partido até 2009.
Dificil será o combate com o engenheiro Sócrates, sobretudo na vertente parlamentar, onde o PSD que estava agora tão bem entregue e a ter belos resultados na confrontação com Sócrates, bem diferentes da era mendista, vai, provavelmente, cair. Dificil será também a confrontação nos aspectos económicos, pelo que Manuela Ferreira Leite deverá tentar agora enveredar pelo discurso social.
Quanto aos não vencedores, Patinha Antão deixou no ar um conjunto de boas ideias como a redução do numero de escalões do IRS. Concordo em absoluto.
Pedro Santana Lopes, sem apoios dos notáveis, fez uma recta final de campanha fantástica, atrevendo-me a dizer que se tivessemos mais uma ou duas semanas de campanha o resultado seria muito diferente. Sobretudo demonstrou que não está, minimamente, morto politicamente.
Pedro Passos Coelho, foi uma cara nova, para muitos uma nova esperança e tem um belo resultado apenas minimizado pelas elevadas expectativas que foram geradas em torno da sua candidatura.
Mas tivemos aqui as nossas primárias. O PSD saiu fortalecido. Agora, que construimos o telhado, devemos pensar nos alicerces da casa (devia ter sido ao contrário, mas enfim). Como é que vamos aproximar as pessoas da política e concretamente do PSD?
Quanto a mim com actividade e credibilidade. O futuro do PSD passa, necessariamente, por estes dois vectores.
Votei na Drª Manuela Ferreia Leite por me parecer ser, nesta altura, a única com credibilidade eleitoral e com capacidade para trazer para o Partido/Governo, pessoas de elevada craveira.
ResponderEliminarMas não gostei da sua definição de "Ser Social democrata" e ainda menos do que disse sobre a Saúde.
Creio que se ela quiser será fácil um entendimento com Pedro Passos Coelho.
Espero que finalmente venha ahaver um Grupode Estudos como deve ser.
António Alvim
Caro Dr. JM Ferreira de Almeida,
ResponderEliminarPermito-me citar uma frase de Bertrand Russel, que em meu entender se enquadra neste contexto: "A força da vontade Humana, pode levar a sociedade a bom caminho".
Isto, no que respeita à forma como o caro Dr. e muito bem em minha opinião, "lê" os resultados desta eleição.
Apesar de, no meu ponto de vista, a Drª Manuela Ferreira Leite se situar, senão nos antípodas de Russel, muito provávelmente distante da sua linha de pensamento político, é contudo a ela que cabe, a partir do resultado deste acto a responsabilidade de o PSD continuar ou deixar de existir.
A Drª. Manuela Ferreira Leite, tem pela frente uma ercúlea e tripla tarefa. Unir as vontades dos militantes, revitalizar a força do partido e, num esforço comum, construír o programa capaz de colocar o partido de novo no governo do país.
O resultado desta eleição demonstrou ainda que as ideias apresentadas por Pedro Passos Coelho, foram bem aceites e que muitos apostaram nelas o seu voto.
Cabe agora a todos os Sociais Democratas não deixarem que se ateste o "feeling" apocalíptico do nosso amigo Tonibler.
Viva!
ResponderEliminarNão comento este resultado como militante partidário, porque não sou de nenhum. Comento como Português.
E nessa perspectiva estou muito satisfeito.
Todos percebemos que o actual governo está a tentar efectuar as reformas que o país necessita, muito embora doa a muitos.
Cavaco Silva não precisa de dar provas sobre a sua capacidade de apoiar essas medidas.
Com Manuela Ferreira Leite, a discussão politica vai centrar-se onde não esteve na última década: Sustentabilidade e desenvolvimento.
O PSD está de parabéns. Com o triangulo Cavaco - Sócrates - Ferreira Leite, o país seguirá para o rumo da sustentabilidade.
Em democracia, por um se ganha e por um se perde. Nada a opor.
ResponderEliminarA primeira medida que a Dra Manuela Ferreira Leite deve tomar é demonstrar, claramente, que a sua vitória não é a vitoria daqueles que a apoiaram, e mesmo lhe criaram a oportunidade de "aparecer", mas de todos os militante.
Por isso terá que ter um especial cuidado na constituição da sua Comissão Política e mesmo do Grupo Parlamentar.
Seguindo o exemplo quer de Cavaco Silva em 1985 mesmo, no PS, de António Guterres que soube unir o Partido, chamando a si os melhores.
Se optar por trazer para a 1.ª fila pessoas fracturantes, como Pacheco Pereira, José Pedro Aguiar Branco e Castro Almeida o resultado vai ser desastroso, colocando-se ela própria, na "linha de fogo" de onde Luis Filipe Menezes saiu.
Em termos programáticos terá que, rapidamente, definir um programa que a dê resposta aos anseios das classes média e trabalhadora, com diferenças visiveis da actual governação.
O seu discurso de vitória não foi muito feliz... em lugar de convocar todos os militantes e simpatizantes para "cerrar fileiras" no seu Partido... fez uma singela afirmação de autocomprazimento com ... a convocação socialista para fazer... o óbvio.
Concordo no essencial com zá análise do Post de JM Ferreira de Almeida.
A Dra. Manuela Ferreira Leite, ganhou, e muito bem, considerando que PPC e PSL têm alguma história dentro do PSD que, naturalmente, aglutinou votos de simpatia.
ResponderEliminarMas a sondagem que eu gostaria de ver feita já, é a da Dra. MFL/Engº Sócrates. Essa sim é a que interessa agora saber.
Vamos esperar, mas acho que a imprensa não vai perder esta oportunidade...
Caro JFMA,
ResponderEliminarFerreira Leite é o novo líder do PSD. Mais do que qualquer um dos outros, foi o candidato que melhores garantias oferecia de continuidade das políticas seguidas ao “centrão” politico, à nossa classe política. Àqueles que foram membros do governo e que hoje se encontram nas empresas públicas, àqueles que estão nas empresas públicas e que amanhã serão do governo, àqueles que se encontram nos mais elevados cargos da Administração Pública, nas Agências, Autoridades, Comissões, Institutos, Gabinetes, Fundações, Centros, Fundos, Conselhos, Auditorias, Inspecções, Empresas Municipais e demais órgãos que vêm delapidando o erário publico.
Infelizmente para o PSD e para Portugal, perdeu-se uma oportunidade de renovar o partido com um candidato verdadeiramente social democrata. Uma candidatura que invertesse as politicas neoliberias de Sócrates, na Saúde, na Educação, na Segurança, na Justiça. Cujo equilíbrio das contas publicas não fosse alcançado à custa de cortes nas Funções Sociais do Estado ou do aumento dos Impostos dos trabalhadores e da classe média. Como se compreende que os iates de luxo estejam a pagar o gasóleo ao mesmo preço dos barcos de pesca?
Uma candidatura que acreditasse nos ideais da Social Democracia e colocasse em pratica os seus princípios e interrompesse desse modo o continuado agravamento económico e social do País.
Ruy: Eu não disse tanto... mas já agora ainda falta uma classe importantissima... os comentadores profissionais, que também acumulam cargos públicos bem remunerados como o Parlamento Europeu... que lhes deixa ainda muito tempo para encherem blogues com muita cultura, fotografias e n Paradoxus animalescus...
ResponderEliminarTodos esses estiveram na 1ª linha e na 1ª fila para ouvir a Dra Ferreira Leite rejubilar com a vitória e com o cerrar fileiras do Partido Socialista... quem dá o flanco... põe-se a jeito ...
Não sei porque razão, insisto em ler "gnomos" em vez de "gomos"... começo a pensar que sofro de dislexia.
ResponderEliminarEu acho bem que estejam todos contentes, afinal um pouco de animação é sempre necessário, espero também - para bem de toda a classe política - que a Selecção Nacional consiga passar, pelo menos, esta primeira fase do Europeu caso contrário isto vai ser um granel.
Quanto à vitória da Dra. MFL, pois não faz o meu género mas, há que dar o benefício da dúvida mesmo sabendo onde a sua obsessão pelo déficit nos levou (como aliás se nota). Uma coisa temos de admitir, a Dra. MFL é uma pessoa com muita criatividade e se conseguiu inventar um imposto adicional sobre os rendimentos imaginários das empresas (como é o caso do pagamento especial por conta), pois certamente que também terá outras boas ideias (embora espero que não sejam tão peregrinas quanto esta).
Quanto a mim, chamem-me pessimista antropológico, quero ver para crer. De qualquer forma, da minha parte, podem contar com o benefício da dúvida.
Cara Anthrax:
ResponderEliminarQuem dá o benefício da dúvida acaba por se render...
Ainda bem que aparece com esta sempre boa disposição, deveras contagiante...
;)
Essa de ler "gnomos" em vez de "gomos" prova, Anthrax, a importância do subconsciente ... ;)
ResponderEliminarSinceramente desejo que todos os gomos da laranja se unam de uma vez por todas, PORTUGAL precisa.
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