Depois de dezoito mil escutas, 18.000, o Tribunal não viu a corrupção que o Ministério Público adivinhou na conduta desportiva do Major. Apenas o condenou por abuso de poder.
Mas, na malha das 18.000 escutas desportivas, verificou-se que o Major, nas suas funções de Presidente da Câmara, adjudicou, por 19.500 euros, um trabalho para o site do Município, a pedido de um amigo. Esta “cunha” teria forçado a anulação de adjudicação anterior, referente a uma proposta mais barata, de 10.000 euros. O Tribunal deu como provado o crime e condenou Valentim Loureiro por prevaricação.
Depois disto, considero que o Major é um Autarca verdadeiramente exemplar!...
Pois, que político se pode gabar, depois de 18.000 escutas e de uma devassa total da sua vida pública e privada, de se ver surpreendido apenas por uma irregularidade num concurso de 19.500 euros?
Vi e ouvi o Major zangado com a sentença. Não me parece que tenha razão: a sentença foi um prémio. Que melhor arma pode brandir numa disputa eleitoral? Uma irregularidade de 19.500 euros, depois de ser escutado 18.000 vezes, durante meses e anos? Dificilmente vejo alguém a fazer melhor. Fosse eu eleitor em Gondomar e o meu voto era p´ró Major!...
Mas, na malha das 18.000 escutas desportivas, verificou-se que o Major, nas suas funções de Presidente da Câmara, adjudicou, por 19.500 euros, um trabalho para o site do Município, a pedido de um amigo. Esta “cunha” teria forçado a anulação de adjudicação anterior, referente a uma proposta mais barata, de 10.000 euros. O Tribunal deu como provado o crime e condenou Valentim Loureiro por prevaricação.
Depois disto, considero que o Major é um Autarca verdadeiramente exemplar!...
Pois, que político se pode gabar, depois de 18.000 escutas e de uma devassa total da sua vida pública e privada, de se ver surpreendido apenas por uma irregularidade num concurso de 19.500 euros?
Vi e ouvi o Major zangado com a sentença. Não me parece que tenha razão: a sentença foi um prémio. Que melhor arma pode brandir numa disputa eleitoral? Uma irregularidade de 19.500 euros, depois de ser escutado 18.000 vezes, durante meses e anos? Dificilmente vejo alguém a fazer melhor. Fosse eu eleitor em Gondomar e o meu voto era p´ró Major!...
Acho que não foi só a irregularidade, houve mais para aquilo dar dois anos e meio de prisão. E parece-me que acabaram-se as candidaturas à câmara à conta disso. Mas, como isto é em Portugal, deve ser qualquer coisa entre três pontos para o campeonato de malha e a pena de morte.
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarSe é assim, é, realmente, simplesmente ridículo.
De qualquer modo, eu nunca votaria em Valentim nem em indivíduos assim.
Caros Tonibler e Rui Fonseca:
ResponderEliminarNão sou defensor nem acusador do Major. Mas não gosto de ser iludido pela voz e propaganda dos media, nem pela voz do povo.
De facto, as notícias dos media, persistentemente e de há anos a esta parte, faziam supor alta criminalidade. Por isso, e mesmo quando esses crimes foram avaliados pelo Tribunal e reduzidos à sua expressão e dimensão reais, as pessoas têm dificuldade em acreditar.
As condenações de VL pelo Tribunal são exactamente a que deixei referidas. Para que os meus amigos não tenham dúvidas, passo a transcrever o Acórdão do Tribunal, na parte que interessa.
"Vem o arguído Valentim Loureiro acusado da prática de 26 crimes de corrupção activa...
...Escusado seria repeti-lo, uma vez mais, a imputação da prática de crime ( de corrupção) naufragou...
…VL vai condenado pela prática de 25 crimes de abuso de poder, na pena de 2 meses de prisão para cada crime...
…A esmagadora maioria dos crimes praticados pelo arguído …estão relacionados com a sua ligação ao universo futebolístico. No ÚNICO caso em que assim não sucede, AS CONSEQUÊNCIAS DA CONDUTA PARA O BEM JURÍDICO PROTEGIDO FORAM DIMINUTAS…”.
Neste único caso, foi condenado por prevaricação. Diz o Acórdão:
…”Do que não restam dúvidas é que o arguído VL apenas interferiu no processo de adjudicação do fornecimento à Globaldesign …a pedido do arguído Fulano de Tal, e nesse sentido pretendeu beneficiar a Globaldesign e o seu gerente. O arguído FT tinha pedido ao arguído Valentim que, na qualidade de P.C. Gondomar, no caso de existirem oportunidades para adjudicar algum serviço à Globaldesign tivesse em consideração o facto de esta ser uma empresa do seu filho…”
Que é que aconteceu? Transcrevo aqui do DN de ontem:
Trata-se da adjudicação de um boletim informativo a uma empresa de design. Numa fase inicial, VL terá despachado a adjudicação à Notícias de Gondomar, por cerca de 10.000 euros. A proposta da Global design era de 24.500 euros, valor considerado insuportável pelo Major. O amigo terá intercedido junto de VL e o empresário baixou o preço para 19.500 euros.
O próprio Tribunal reconheceu que “AS CONSEQUÊNCIAS DA CONDUTA PARA O BEM JURÍDICO PROTEGIDO FORAM DIMINUTAS”.
Agora, cada qual que julgue por si próprio.
Pinho Cardão, não será altura de questionar, seriamente, quais terão sido os custos para o Estado - o all-in cost - de todo o imenso trabalho de averiguações, de instrução, de acusação e de julgamento deste processo?
ResponderEliminarQuantas centenas de milhar de Euros?
E quais os benefícios para o mesmo Estado?
Algum?
Será que o gáudio popular em torno desta lamentável novela/processo pode ser contabilizado como benefício para o Estado?
Só se for assim, mas mesmo assim duvido do saldo...
Não vamos longe, deste modo...é sempre a mesma e triste conclusão!
Não se esqueça que o marginal Al Capone também só foi condenado por fuga ao fisco e não pelos seus muitos crimes.
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