Ambas têm em comum a forma. São redondas. Ambas fazem o gosto de quem as aprecia. São saborosas. Em tudo o mais são diferentes…
Uma é a mistura de farinha, margarina, ovos, açúcar e fermento. A outra é constituída de vitaminas, sais minerais e fibras.
Uma é confeccionada na cozinha. A outra é apanhada da árvore.
Uma é doce, amarela e polvilhada de açúcar. A outra é fruta, com casca de várias cores.
Uma é a bola de Berlim, a outra é a maçã.
Uma é visita assídua das praias, a outra ainda não conseguiu visto para circular!
Vem isto a propósito das notícias recentemente vindas a público, que levantaram uma polémica muito modesta em relação à importância do assunto, sobre a proibição de distribuição de fruta nas praias do Algarve. Estava em causa uma acção da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça apoiada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia conhecida por “Combata a obesidade à dentada”. O Professor Massano Cardoso no seu último texto fala-nos justamente dos problemas da obesidade.
Tudo se passa nas praias. Em época de férias, com as praias apinhadas de gente, as praias são naturalmente locais atractivos para campanhas de venda ou de publicidade de produtos. É evidente que as praias não podem nem devem transformar-se em feiras ou hipermercados na areia. São locais de consumo, sim, mas de descanso, sol e banhos. Mas se nas praias se vendem bolas de Berlim, não vejo porque razão não se podem vender ou oferecer maçãs ou outros produtos naturais. Enquanto que as primeiras são negativas para a saúde, as segundas combatem a obesidade.
A Direcção Geral de Saúde criticou a dualidade de critérios das autoridades marítimas (atenção que a DGS também é uma autoridade!) que viabiliza a venda de bolas de Berlim e impede a distribuição de maçãs, considerada por aquela autoridade de saúde uma boa iniciativa, por constituir uma acção de sensibilização e educação alimentar.
Uma é a mistura de farinha, margarina, ovos, açúcar e fermento. A outra é constituída de vitaminas, sais minerais e fibras.
Uma é confeccionada na cozinha. A outra é apanhada da árvore.
Uma é doce, amarela e polvilhada de açúcar. A outra é fruta, com casca de várias cores.
Uma é a bola de Berlim, a outra é a maçã.
Uma é visita assídua das praias, a outra ainda não conseguiu visto para circular!
Vem isto a propósito das notícias recentemente vindas a público, que levantaram uma polémica muito modesta em relação à importância do assunto, sobre a proibição de distribuição de fruta nas praias do Algarve. Estava em causa uma acção da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça apoiada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia conhecida por “Combata a obesidade à dentada”. O Professor Massano Cardoso no seu último texto fala-nos justamente dos problemas da obesidade.
Tudo se passa nas praias. Em época de férias, com as praias apinhadas de gente, as praias são naturalmente locais atractivos para campanhas de venda ou de publicidade de produtos. É evidente que as praias não podem nem devem transformar-se em feiras ou hipermercados na areia. São locais de consumo, sim, mas de descanso, sol e banhos. Mas se nas praias se vendem bolas de Berlim, não vejo porque razão não se podem vender ou oferecer maçãs ou outros produtos naturais. Enquanto que as primeiras são negativas para a saúde, as segundas combatem a obesidade.
A Direcção Geral de Saúde criticou a dualidade de critérios das autoridades marítimas (atenção que a DGS também é uma autoridade!) que viabiliza a venda de bolas de Berlim e impede a distribuição de maçãs, considerada por aquela autoridade de saúde uma boa iniciativa, por constituir uma acção de sensibilização e educação alimentar.
A Zona Marítima Sul defendeu-se justificando que a iniciativa da Associação de Produtores de Maça de Alcobaça se tratava de uma campanha publicitária, invocando que a lei, uma coisa chamada Plano do Ordenamento da Orla Costeira, que existe há dez anos, proíbe campanhas publicitárias nas praias.
E assim, com uma lei que tem dez anos, parada no tempo, com autoridades públicas que não se entendem e que opinam de forma distinta sobre o que pode e não pode ser vendido nas praias e em que condições, com a falta de bom senso e de responsabilidade a que muitas dessas autoridades já nos habituaram, são condenadas boas iniciativas em domínios muito relevantes como é o caso da saúde.
E assim, cá vamos, muito contentes, comendo bolas de Berlim!
Não tenho nada contra as bolas de Berlim, as ambulantes - que julgo até que têm os anos contados por causa da ASAE - e as outras, mas tenho contra a proibição de distribuição nas praias de maçãs ou outros produtos naturais que fazem bem à saúde e contra a cegueira de quem não vê que temos ainda um caminho muito longo a fazer na educação alimentar, na prevenção da doença e na promoção da saúde.
E assim, com uma lei que tem dez anos, parada no tempo, com autoridades públicas que não se entendem e que opinam de forma distinta sobre o que pode e não pode ser vendido nas praias e em que condições, com a falta de bom senso e de responsabilidade a que muitas dessas autoridades já nos habituaram, são condenadas boas iniciativas em domínios muito relevantes como é o caso da saúde.
E assim, cá vamos, muito contentes, comendo bolas de Berlim!
Não tenho nada contra as bolas de Berlim, as ambulantes - que julgo até que têm os anos contados por causa da ASAE - e as outras, mas tenho contra a proibição de distribuição nas praias de maçãs ou outros produtos naturais que fazem bem à saúde e contra a cegueira de quem não vê que temos ainda um caminho muito longo a fazer na educação alimentar, na prevenção da doença e na promoção da saúde.
E se calhar o contribuinte paga uma pipa de dinheiro a esses senhores da Zona Marítima que foram desenterrar uma lei com dez anos que proíbe publicidade nas praias... Mas dar fruta é publicidade!? Santa paciência!
ResponderEliminarComo é que este país há-de descolar se até nos lugares mais insignificantes há sempre um cérebro obeso a decidir?
Vai ver, cara Margarida, que a proibição de distribuir maçãs nas praias Allgarvias, se enquadra num contexto democrata.
ResponderEliminarA rapaziada que permite e proibe é muito zelosa da defesa dos princípios de igualdade e equidade. E, achou intolerável serem unicamente os banhistas do sul a beneficiar desta acção.
Por outro lado, os produtores de maçã das margens do Alcoa e do Baça, talvez não tivessem produção suficiente do magnífico fruto, para estender a oferta ao resto do país, o que não deixaria de ser lamentável e quem sabe, seria o rastilho que daria início a uma guerra civil... que ficaria na história conhecida pela guerra da maçanada.
E como a cara Margarida com os seus maravilhosos textos, tem o poder de estimular a minha imaginação, aqui lhe deixo e aos demais, uma receita do tempo da vóvó. Chama-se Pudim de maçã.
Lá vai:
Coloca-se ao lume, com muito pouca água, 300 grs. de açucar pilé até fazer ponto de espadana(espada de Ana?); quando tiver adquirido este ponto,junta-se-lhe 300 grs. de polme de maçã, ainda quente (depois de cozidas as maçãs passam-se imediatamente pelo passador)100 grs de amêndoas passadas pela máquina (qual máquina, a de lavar a roupa, ou a de secar?)e raspa de 2 laranjas e deixa-se ferver até, com a colher, fazer rua no fundo do taxo (rua ? com passeio?) retira-se então do lume, deixa-se arrefecer, juntam-se-lhe 5 gemas e uma clara (eu é que já começo a gemer... quer dizer... a salivar)bem encorporadas (no regimento de infantaria ou de cavalaria?)mas sem bater (claro, isso era no tempo da outra senhora, agora já não se bate a ninguem).
Mexe-se bem, deita-se em forma bem untada de manteiga e leva-se ao forno a cozer.
(Ufahhh que trabalheira, acho que opto por ir ali à pastelaria da esquina papar uma deliciosa bola de berlim com muiiiito creme)
;)))
Bom apetite!!!
Humm, que bela receita a do caro Bartolomeu, talvez seja uma boa ocasião para me esquecer das belas bolas de Berlim que comi estes Verão, acabadinhas de fazer, ainda a chegar nos tabuleiros! Não comprei na praia mas num cafezinho que fica mesmo pendurado à beira das rochas, assim pode-se pedir também o cafezinho e ficar ali a saborear e a ver o mar...Maçãs não vi, realmente, mas receio que a concorrência das bolas, mesmo em tempos de combate à obesidade, seja imbatível!
ResponderEliminarO INSUSTENTÁVEL FARDO DA LEI
ResponderEliminarRealmente, lendo a notícia da proibição da distribuição de maçãs nas praias e a continuada permissão da venda, nas mesmas praias, das bolas de Berlim, com e sem recheio,um cidadão não pode senão concordar que alguém na ASAE devia ser dado por mentecapto e afastado do serviço por manifesta falta de sanidade mental.
Mas se o mesmo cidadão se perguntar a quem compete redigir, aprovar, ratificar e promulga as leis neste país, terá talvez de bater a outra porta para encontrar o espírito perturbado. Os senhores da ASAE, provavelmente, encolhem os ombros sacudindo a água do capote.
Dir-se-á: Leis são leis, na sua aplicação deve preponderar o bom senso.
Não sei se todos os juristas estão de acordo com a tese dos brandos costumes ao serviço do senso comum.
Porque, como dizia o outro, há quase quatro séculos atrás, "o bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa andar tão bem provido dele que até os mais difíceis de em qualquer outra coisa contentar não costumam desejar mais bom senso que aquele que já possuem..."
Pois o problema é esse: Quem é que, e em nome de quê, se atreve a contestar que é destituído de bom senso o suposto pateta da ASAE se ele exibe a lei que o mandaram fazer cumprir?
E, se por benemerência divina, o escrupuloso funcionário da ASAE for dotado do senso comum que julgamos deveria estar ao seu alcance, deixar passar as maçãs e depois o sumo de maçã, a coca-cola, a insuspeita água da torneira, e tudo quanto as pessoas gostam de debicar na praia, e a praia se tornasse um mercado com uns banhistas rodeados por todos os lados por vendedores, onde é que pararia o bom senso?
Nas maçãs?
Rectificação e adenda:
ResponderEliminarOnde escrevi ASAE deveria ter escrito ZMS
Quanto às bolas de Berlim, admito que a permissão se deve a direitos adquiridos. Os meus netos concordam.
Caro jotaC
ResponderEliminarVivemos num país em que tudo se legisla. Mas como a mudança é mais rápida, rapidamente a legislação se torna obsoleta. E depois é o que se vê!
Caro Bartolomeu
Tenho que me penitenciar. Não analisei de forma completa o problema. As razões da proibição são afinal muitíssimo nobres! Quem decidiu poderia ver-se na contingência de um "chumbo constitucional". Mas vamos à parte mais interessante: o pudim de maçã. Ai se a Vovó soubesse que o Neto anda a desvirtuar a sua receita, apimentando aqui e ali com uns trocadilhos a difícil tarefa de tudo fazer bem direitinho? Mas Caro Bartolomeu a verdade tem que ser dita: se tudo for feito a preceito o doce é uma verdadeira delícia. Quais bolas de Berlim, quais maçãs! Pudim de Maçã é que é!
Suzana
A petiscar bolas de Berlim quentinhas! Sua marota! Com clientes assim, gulosos e fiéis, não há maças que resistam!
Caro Rui Fonseca
Não entendi muito bem a sua opinião. Parece-me que dá “uma no cravo e outra na ferradura”? Será que do seu ponto de vista a lei deveria proibir qualquer venda ou distribuição de qualquer produto nas praias? E neste caso, as bolas de Berlim na areia tinham que acabar. Ora as bolas de Berlim fazem as delícias dos portugueses. É um daqueles hábitos que fazem parte do nosso “código genético”. Os seus netos, Caro Rui Fonseca, é que têm razão!
O que eu disse é elementar: as leis são para serem cumpridas. Se são iníquas ou abstrusas, alterem-se. O que não pode é entregar-se a um funcionário da ZMS a decisão de aplicar a lei segundo o seu bom senso.
ResponderEliminarO facto de os meus netos adorarem bolas de Berlim, na praia ou fora dela, não confere à venda dos apetecidos doces qualquer prerrogativa sobre a distribuição das maçãs, por exemplo.
O que importa é o cumprimento da lei e que a lei se conforme com os valores prevelecentes na sociedade. Se esta entender que nas praias se vendam todos os produtos que os banhistas consomem, porque não? Mas, nesse caso, altere-se a lei, aspecto, onde a ZMS não tem que meter prego nem estopa.
Caro Rui Fonseca
ResponderEliminarÉ evidente que as leis são para cumprir e que o que se espera do legislador é que regulamente de acordo com as necessidades e os resultados que se pretendem atingir. A ideia de tudo legislar, não deixando a quem deve aplicar a lei a necessária margem de interpretação para conformar a lei a uma determinada situação em concreto que não foi taxativamente prevista, pode ser um obstáculo ao cumprimento da lei, conduzindo à sua ineficácia.
Temos constatado que são inúmeras as situações em que uma lei ou um regulamento levam a interpretações distintas dos agentes do Estado, criando iniquidades de tratamento que não são toleráveis.
No caso em concreto das maçãs e das bolas de Berlim parece não haver uma interpretação inequívoca da lei. Ou a lei é aclarada ou rectificada ou então manda a responsabilidade que a autoridade competente pela sua aplicação pondere devidamente os interesses em jogo, sem esquecer o espírito da lei, evitando gerar situações que lesem o interesse público e os interesses privados.
Cara Margarida
ResponderEliminarTal como acentuei um dia destes, fazendo um comentário a outro seu texto, das coisas mais chocantes que esta governação exibe, é a descoordenação total entre os diferentes departamentos de estado, se assim se lhes pode chamar, tal a decomposição a que chegaram. Os factos relatados são na realidade muito mais próprios de um país do terceiro mundo do que de um país sem rei nem roque, que é queiramos ou não, o estado em que a política nos transportou. À primeira vista estes episódios, parecem coisas de miúdos e se não se tratase de coisas sérias, até propiciavam o mote para uma grande revista no Parque Mayer!