quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Realismo preocupante

Na sequência de um pouco comum (entre nós) assalto a uma carrinha de transporte de valores em plena A2 e com recurso a explosivos plásticos, a TSF ouviu o responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança, General Leonel de Carvalho.
Reproduzo parte do diálogo entre a jornalista da TSF e o senhor general:
  • Jornalista - "Está a dizer-me então que facilmente entrará em Portugal explosivos para realizar um..."
  • General LC - "Facilmente entram explosivos como entram armas, como entram chocolates, como entram rebuçados"
Realismo no seu estado mais puro. Ou a verdade sem adornos nem as rebuscadas explicações e desculpas que estamos habituados a ouvir nos políticos responsáveis pela nossa segurança, em especial ao senhor ministro da administração interna. Como tem de ser.
E todavia um realismo muito, mas muito preocupante porque põe cruamente a nu a vulnerabilidade de uma União Europeia sem fronteiras internas e sem controlo.
Quanto tempo passará até que deixe de ser uma heresia colocar em causa esta política comunitária justificada pela liberdade de circulação de pessoas e bens mas que na opinião aberta dos responsáveis pela segurança põe em causa os valores da vida e da integridade dos cidadãos?

3 comentários:

  1. Ainda me lembro de nas visitas a Espanha, não ser permitido trazer mais de um saco de caramelos por pessoa.
    Abençoada abulição de fronteiras, que veio permitir a entrada de todo o género de chocolates e... caramelos.

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  2. Anónimo01:31

    Citando o blogger...

    "Quanto tempo passará até que deixe de ser uma heresia colocar em causa esta política comunitária justificada pela liberdade de circulação de pessoas e bens mas que na opinião aberta dos responsáveis pela segurança põe em causa os valores da vida e da integridade dos cidadãos?"

    Ainda passará algum mas não serão 10 anos, penso. Será o exacto tempo até que a maioria dos cidadãos se aperceba dos resultados destas políticas libertárias totalmente sem pés nem cabeça que não são mais do que a aplicação daquele slogan troglodita de há umas décadas - que até é o titulo duma música de Caetano Veloso - "É proibido proibir".

    Meu caro J Ferreira de Almeida, já em 1994 os homens ligados ao aparelho policial e de segurança pública advertiram para o embrião da criminalidade a que estamos hoje em dia a assistir. Não apenas nada foi feito, como, pior, esses que advertiram foram apupados, insultados, em praça pública. Imagino que neste momento esses que avisaram em devido tempo, esbocem um sorriso como quem diz "Eu avisei!". Tal como daqui a uma dúzia de anos, aqueles que hoje em dia e de há uns anos a esta parte advertem contra este descontrolo policial e esta leveza penal estarão com o mesmo sorriso perante os resultados.

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  3. Caro JFAlmeida

    Infelizmente, teremos de esperar pelas estatísticas do final do ano, para se poder determinar se estamos perante um aumento e em que segmentos ocorre esse aumento.
    No entanto, existem perguntas que podem/devem ser respondidas o mais rapidamente possivel:
    a) Quantas carrinhas de transporte de valores foram assalatadas o ano passado e este ano?
    b) Quantos assaltos a ourivesarias ocorreram o ano passado e este ano?
    c) Quantos mortos ocorreram no dcurso de um assalto no ano passado e este ano?
    O dinheiro dos nossos impostos serve, essencialmente, para manter a coessão e a paz social, se não existir apaz social de que nos servem a ligação à INTERNET?
    Como afirma Zurich há mais de dez anos que as previsões apontavam para um aumento da criminalidade violenta. Nessa época caí o Carmo e a Trindade, agora é sob a capa da demagogia que não quer questionar o governo. Vamos aguardar que algum familiar de um político seja atingido para se questionar o governo?
    Cumprimentos
    João

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