À hora do almoço foi apresentada uma reportagem sobre Barney, o cão de Bush. No seu passeio presidencial abocanhou a mão de um repórter da Reuters. A vítima, depois do gritinho de dor-admiração, ao tentar fazer uma festa no pequerrucho, foi sujeito à aplicação de um penso no segundo dedo da mão direita feito pelo médico da Casa Branca, o qual recomendou limpeza diária e a tomada de antibióticos. O jornalista contou todos estes pequenos detalhes empunhando “orgulhosamente” o dedo para as câmaras.
Sim senhor. Uma grande notícia! Estou convicto que o jornalista irá guardar o penso para o resto da vida, e quem sabe se não será alvo de algum leilão no Ebay!
Ontem, a notícia da mordedura de uma cão, de raça Rottweiler, foi mais preocupante. A criança ficou seriamente ferida em consequência da atitude do animal. O dono, segundo a notícia, já tinha tido alguma “experiência” em casos de ataques de animais. Mais uma vez se exige o controlo destes tipos de animais e, sobretudo, a qualificação dos donos.
Durante muitos anos não tive grande afeição por cães. A razão é fácil de explicar. Tinha seis anos quando fui mordido nas nádegas pelo cão da minha prima. No final de uma tarde de Verão, ouvi que o rápido para Lisboa ia passar mesmo em frente. Corri para junto da linha e comecei a acenar às pessoas, as quais retribuíam o meu gesto. De repente, senti uma dor aguda no traseiro. Foi o sacana, para não dizer outra coisa, do Piloto, um pequeno cão rafeiro, que me filou de tal maneira que tive dificuldade em me libertar. Consequências: nádegas vermelhas devido ao mercurocromo, muitas dores, não conseguia sentar-me e tinha de dormir de barriga para baixo, além de uma fobia aos canídeos. Só muitos anos mais tarde é que me deu na bolha em comprar a Boneca, por causa de uma das filhas. Reconciliei-me com os cães. Nunca supus que um cão desse tantas alegrias. Presentemente, está velha, velhinha e doente. Limitada nas suas actividades teve que ir para uma quinta de um familiar. Dispõe de cuidados, de mais espaço e de atenções adequadas, os quais permitiram evitar a eutanásia. Está reformada e a gozar os seus direitos. É merecedora.
Se algum jornalista quiser fazer-lhe uma festa ou entrevista esteja à vontade. Não morde. Nunca mordeu!
Se não morde, nem nunca mordeu, então não é notícia...
Sim senhor. Uma grande notícia! Estou convicto que o jornalista irá guardar o penso para o resto da vida, e quem sabe se não será alvo de algum leilão no Ebay!
Ontem, a notícia da mordedura de uma cão, de raça Rottweiler, foi mais preocupante. A criança ficou seriamente ferida em consequência da atitude do animal. O dono, segundo a notícia, já tinha tido alguma “experiência” em casos de ataques de animais. Mais uma vez se exige o controlo destes tipos de animais e, sobretudo, a qualificação dos donos.
Durante muitos anos não tive grande afeição por cães. A razão é fácil de explicar. Tinha seis anos quando fui mordido nas nádegas pelo cão da minha prima. No final de uma tarde de Verão, ouvi que o rápido para Lisboa ia passar mesmo em frente. Corri para junto da linha e comecei a acenar às pessoas, as quais retribuíam o meu gesto. De repente, senti uma dor aguda no traseiro. Foi o sacana, para não dizer outra coisa, do Piloto, um pequeno cão rafeiro, que me filou de tal maneira que tive dificuldade em me libertar. Consequências: nádegas vermelhas devido ao mercurocromo, muitas dores, não conseguia sentar-me e tinha de dormir de barriga para baixo, além de uma fobia aos canídeos. Só muitos anos mais tarde é que me deu na bolha em comprar a Boneca, por causa de uma das filhas. Reconciliei-me com os cães. Nunca supus que um cão desse tantas alegrias. Presentemente, está velha, velhinha e doente. Limitada nas suas actividades teve que ir para uma quinta de um familiar. Dispõe de cuidados, de mais espaço e de atenções adequadas, os quais permitiram evitar a eutanásia. Está reformada e a gozar os seus direitos. É merecedora.
Se algum jornalista quiser fazer-lhe uma festa ou entrevista esteja à vontade. Não morde. Nunca mordeu!
Se não morde, nem nunca mordeu, então não é notícia...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarQuem percebe de psicologia canina diz que os cães de casa assumem o carácter e as manias dos donos. Nao é por isto que aconteceu, mas sempre achei o barney mal acabado...
ResponderEliminar??? Não faço ideia se a equação do “Número de Dunbar” é aplicável ao cérebro do cachorro, calculando-lhe a dimensão do neocórtex. Se for, então teremos de concluir que o bichinho terá um neocortex definhadinho. Aqui em conversa íntima com os meus botões, dizem-me eles que entre os animais e os seus donos, se estabelece frequentemente uma relação de semelhança que chega a rasar o inimaginável...
ResponderEliminarBah... não acredito... balelas.
Caro Professor Massano Cardoso
ResponderEliminarComo a idade, o passar do tempo e as circunstâncias da vida nos fazem ver o mundo de maneira diferente! O Piloto queria brincadeira, mas foi desajeitado. Com o rabiosque a arder deixou a criança de seis anos com medo de cães, quando afinal os cães são em geral amigos do homem, fazem companhia e são carinhosos, para além de muitas outras funções importantes e relevantes que podem ter, por exemplo acompanhantes de cegos.
Caro Professor:
ResponderEliminarPouco a pouco, vamo-nos habituando e começamos a raciocinar ao contrário. Ora veja: o meu amigo e eu ainda somos do tempo em que os cães mordiam e isso não era notícia. Agora, se um azarado cão ainda possuidor de uma leve reminiscência de morder, actua em conformidade, aí temos gorda novidade, reportagem de telejornal e, porventura, condenação à morte!...
Estamos pois nos antípodas dos paradigmas jornalísticos, que diziam não ser notícia o cão morder o homem, mas sê-lo-ia o homem morder o cão!...
Devagar...devagarinho...
Cá para mim, a primeira notícia não foi sobre o cão, mas sobre o jornalista e o modo atento como a Casa Branca o tratou, não fosse a seguir levar uma dentada (do jornalista, claro, não do cão).
ResponderEliminarJá a segunda, que não vi mas que deve ter sido ilustrada com o cão, é realmente sobre o crime que é ter cães perigosos à solta, ou com possibilidade de atacarem crianças ou desprevenidos com boas intenções. Quanto à terceira, ainda bem que não passou de uma má recordação, e que a Boneca foi capaz de o reconciliar com esses animais fantásticos que nos despertam afectos tão grandes que há quem diga que prefere os cães às pessoas...
Só quem nunca teve um cão ou teve sem lhe ligar e criar laços com o bichinho não consegue entender a maravilha que é ter essa imensa companhia que é um cão na nossa vida.
ResponderEliminarNunca tinha tido cães. De há 4 anos a esta parte caiu-me no colo uma boxer que me acompanha para todo o lado e foi das melhores coisas que me aconteceu na vida.
Muita gente tem medo de boxers - medo totalmente infundado - e aliás muitos pensam que são cães potencialmente perigosos e devem andar açaimados. Na realidade, a esmagadora maioria dos cães, devidamente socializados e treinados de acordo com os padrões da raça e as suas caracteristicas particulares não é perigoso seja para quem for, pese embora haver uma lista de 7 raças consideradas potencialmente perigosas. E, lamentavelmente, certos donos continuam a dar razão à sua existência como é o caso deste dono de rotweiller que não socializou o seu animal o suficiente para ele não se sentir incomodado com os barulhos e brincadeiras que as crianças sempre fazem.
Um pequeno episódio passado há uns meses na estação de comboios de Sete Rios. Estava tomando um café enquanto aguardava o comboio onde ia fazer-me transportar e dois zelosos agentes da PSP aproximam-se falando no açaimo. Eu respondo que é um boxer, não tem que andar açaimado na via pública. Notoriamente os agentes da PSP sabiam que assim era, simplesmente resolveram implicar mas não demasiadamente e não insistiram. Um deles ainda disse que ali, um espaço com tanta gente a passar era melhor pô-lo. Ao que trepliquei com a minha chapa 5 para casos destes. O instrumento para evitar que um cão morda não se chama açaimo. Chama-se treino.
Quem dera que todos aqueles que têm cães, pequenos ou grandes, os socializassem e educassem em devida regra... Mas, alto! Se vivemos nos tempos em que os pais não educam, sequer, as crianças, como posso esperar eu que eduquem os cães? Silly me...