quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Uma réstia de esperança...

Dois artigos escritos no mesmo dia dão que pensar. No Público, o escritor israelita, Amos Oz, afirma que “Israel deve defender os seus cidadãos”. Segundo o pacifista, “O bombardeamento sistemático dos cidadãos israelitas é um crime de guerra e um crime contra a humanidade”. Antecipa que vai haver muita pressão sobre Israel mas nenhuma sobre o Hamas, que é um gang, ao contrário de Israel que é um país e que para os primeiros, “cínicos e pérfidos”, “se morrerem israelitas inocentes, isso é bom; se morrerem palestinianos inocentes, é ainda melhor”.
Senti vontade de vomitar!
Mercedes Lezcano, escreveu no El País um artigo intitulado “Por qué se permite?”. Com o coração destroçado, acabada de chegar da Cisjordânia, a articulista descreve o seu sentimento de “impotência e de dor ao ver como a realidade é distorcida”. Para a senhora, Gaza “é um campo de concentração assediado por terra, mar e ar por Israel”. O Hamas ganhou as eleições, mas parece que “os resultados eleitorais só são aceites se quem ganha for do nosso agrado”. É certo que os seus dirigentes são de baixa qualidade e patéticos, mas os lideres israelitas não lhe ficam atrás.
No ano em que se comemora os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Estado de Israel, constituído na sua maioria por judeus, povo vítima do Holocausto, tem tido uma postura “genocida” com a complacência obscena do mundo ocidental. Entretanto, os feridos e mortos de árabes, entre os quais inúmeras crianças, amontoam-se, num demonstrar perfeito da baixeza humana.
Senti vontade de chorar!
Para aquelas bandas Paz é uma palavra que não existe nem mesmo no alvor de um Ano Novo. Hoje à noite, larguíssimas centenas de milhões de pessoas vão desejar boas novas, saúde, amor e muita paz, entre passas e flutes de espumante ou de champanhe. Eu também espero comemorar o acontecimento, mas vou levantar o meu copo, desejando boas novas, saúde, amor e muita paz aos palestinianos e israelitas desejosos de viverem em segurança e com respeito uns pelos outros
Sinto vontade de ter uma réstia de esperança...

7 comentários:

  1. Caro Professor Massano Cardoso:
    Permita-me que o acompanhe nesse brinde à paz em todos os cantos do Mundo.
    Um ano de 2009 recheado de saúde, são os meus votos sinceros.

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  2. Bom 2009!!!
    Abraço,
    José Carreira

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  3. Governo terrorista não deve ser aceito, a diferença entre o Hamas e Israel é que o hamas não tá nem aí pra onde vão cair os foguetes. Por isso qe não mataram quase ninguem, alias mataram uma mulher judia e um arabe israelense que protestava contra os ataques de Israel, não consegue ver a mão de deus nesta batalha?

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  4. Se não consigo ver a mão de Deus nesta batalha? Não, não consigo!

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  5. "A mão de Deus"... hmm...hmm...
    Let's see...
    Ha muitos muitos anos, estava a filha do Faraó a banhar-se nas margens do Nilo, acompanhada pelas suas aias, quando de súbito, vê aparecer, trazido pela corrente, um cesto feito de junco muito bem entrançado, transportando dentro um recem-nascido. Surpreendida ordenou que retirassem o cesto com o bébé das águas, e que lho apresentassem. Decidiu depois adoptar a criança e dar-lhe o nome de Moisés.
    Este Moisés foi educado na corte do Faraó e destacou-se pelas suas enormes capacidades. Contudo, um belo dia, matou um feitor. Para não se sujeitar a julgamento e postarior condenação, exilou-se, refugiou-se no deserto. Passados uns anos, Moisés recebeu de Deus, a missão de conduzir o seu povo até à terra prometida, assim, aconteceu que o povo de Deus saiu em massa do Egipto para o deserto, dando início ao grande êxodo (foi quando o mar vermelho se abriu para lhes dar passagem e depois se fechou para dar banho ao exército egípcio). Andaram por lá (pelo deserto) durante córenta aninhos (foi quando caíu pão dos céus e Moisés recebeu as tábuas com os 10 mandamentos). Quando Moisés fez 120 anos chegou com o povo de Deus à terra de Canaã, a terra que Deus prometera ao seu povo, através das profecias e da palavra dos diferentes profetas. Esta terra de Canaã, corresponde aos actuais Estado de Israel, da Cisjordânia, da Jordânia ocidental, sul da Síria e sul do Líbano.
    Ora bem, e chamavam-lhe os profetas a terra prometida porqueii?
    Hmm?
    Precisamente! Porque no meio daquele desertâme todo, aquele era o único sítio onde havia abundância de frutos, de culturas, era em suma uma área fértil.
    Ora bem, até aqui, nada de especial nos leva a suspeitar da legitimidade da pretença deste território pelos Judeus, né verdade?
    O buzilis é que aquela zona sempre foi muito "apreciada" por aquele pessoal ali á volta, o que originou constantes lutas e expulsões dos Judeus e reconquistas, até que chegaram os Romanos e dominaram ali a zona. Ora os Judeus, que sempre foram uns ratões de primeira, não atinaram muito bem com os Romanos, revoltaram-se e tramaram-se, foram expulsos em massa, pohff. The Rommans, não foram de modas e decidiram: mês amigues... istagora vai passar a chamar-se Palestina. Tungas!!! isto passou-se 132 anos antes de Jesus nascer.
    Depois, os Judeus dessiminaram-se pelo mundo, uns foram andando por ali, foram retomando areas, os que formaram colónias noutros locais foram sempre apoiando os que ficaram, mas, graças ao seu especial "toque" para os negócios e porque detêm um conhecimento munta vasto, conseguiram impor-se, apesar das constantes perseguições. Não nos esqueçamos que aqueles que se refugiaram na peninsula hibérica foram expulsos de espanha no reinado dos reys católicos e depois D. Maneli (o dos descobrimentos) expulsou tãobain aqueles que não quiseram fingir que se convertiam e se queriam tornar em cristãos novos e depois vieram os atrevidos da inquesição que não lhes largavam a peuga... bom... foi até se fartarem.
    Mas temos de ser justos, se por um lado é um povo que tende para de mansinho e como quem não quer a coisa se ir apoderando dos negócios, é tambem um povo que onde está gera progresso e prosperidade, que o digam os amaricanos. Mas pronto, resumidamente, foi isto que se passou lá pelos Israeis e Palestinas, sempre pela mão do homem, conduzida pelos desígnios religioso-proféticos.
    Agora vá-se lá entender prequéqueles saguerreiam...!?

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  6. Parece insensato ter esperança quando se lêem textos como os que aqui assinala, há quanto tempo se apela à negociação, aos acordos de paz, à democracia e depois acaba tudo à bomba? Mas sim, tentemos uma vez ainda ter esperança. Um Bom Ano e Paz na Terra aos homens de boa vontade!

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  7. Anónimo02:54

    Caro Professor, li este seu texto, e senti algo estranho em mim. Quase que uma contradição de termos, de impossibilidade física no momento presente. Esperança que aquela tensão constante e permanente acabe... Tem alguma esperança que os países árabes reconheçam a existência do Estado de Israel? Eu, sinceramente, não tenho, pelo menos no meu tempo de vida. Bom, como não tenho esperança nesta, também não a tenho na que propõe, a paz duradoura na região. A segunda depende da primeira, logo, sem o reconhecimento de Israel (e o que isso implica) não haverá paz duradoura.

    Por outro lado, e muito embora a guerra tenha os seus horrores, que os tem, por vezes é a forma possivel de alcançar a paz. Daqui que tema seriamente que uma vez mais as pressões sobre Israel sejam muito fortes, a ofensiva fique a meio e o Hamas não fique morto e enterrado duma vez por todas. Isto permitir-lhe-á reorganizar-se, rearmar-se e voltamos ao mesmo. Esta coisa de pedir paz, tréguas, chame-se o que se quiser para ter um momento para respirar é velha quanto velhas são as guerras. Tal como coisa com algumas décadas é esta história de países ou organizações terceiros - bem-intencionados, não ponho isso em causa, de todo em todo - pedirem a paz, proporem isto e aquilo... propostas que trazem um intervalo na guerra meramente mas o seu reinicio dentro de momentos.

    Paz naquela região? Sim, desejo-a, como penso que toda a gente. Mas uma paz duradoura e permanente. Não uma paz podre que desaba ao mais pequeno assopro. E se para haver essa paz é necessário que as armas gritem a plenos pulmões por um tempo, pois que gritem durante o tempo que tiverem que gritar de forma a mais tarde poderem calar-se por anos e anos.

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