Verdadeiros mares de tinta se têm gasto sobre as perspectivas dos Estados Unidos, da Europa e do mundo sob a administração Barack Obama. Naturalmente que a prioridade das prioridades, numa escala de valor absoluto, serão as decisões dos passos a dar para garantir a retoma e a estabilidade da economia – pano de fundo, lembremo-nos, que o futuro Presidente soube capitalizar para assegurar a vitória.
Os assuntos da restauração das liberdades civis, da protecção ambiental, da redução das desigualdades económica, social e política, da reconquista do empenho dos cidadãos e da solidariedade – por mais nobres que sejam – são programáticos e apenas avançarão num ambiente de prosperidade económica.
Em política externa, salvo algumas cirurgias, também elas importantes, como a desmobilização das forças militares norte-americanas no Iraque ou a desactivação do campo de detenção de Guantamano, teremos que aguardar para ver se algo de substancial mudará: em política externa, as linhas de força de um país não se alteram de repente. E os Estados Unidos não fogem à regra.
Mas a Europa, onde paira a noção da incapacidade de coordenação, de burden sharing e de solidariedade entre os seus Estados para domesticar e ultrapassar com estratégia e segurança as dificuldades económicas e financeiras – tarefa, de resto, impossível sem os Estados Unidos – pode vir a beneficiar de um novo entendimento a seu respeito por parte do novo Presidente.
Barack Obama pode revelar-se ao Velho Continente como benéfico para os seus interesses, quer políticos quer económicos. Se for esta a oportunidade - e há fundadas esperanças para assim pensarmos - esperemos que a Europa a não desperdice, que a saiba aproveitar.
Os assuntos da restauração das liberdades civis, da protecção ambiental, da redução das desigualdades económica, social e política, da reconquista do empenho dos cidadãos e da solidariedade – por mais nobres que sejam – são programáticos e apenas avançarão num ambiente de prosperidade económica.
Em política externa, salvo algumas cirurgias, também elas importantes, como a desmobilização das forças militares norte-americanas no Iraque ou a desactivação do campo de detenção de Guantamano, teremos que aguardar para ver se algo de substancial mudará: em política externa, as linhas de força de um país não se alteram de repente. E os Estados Unidos não fogem à regra.
Mas a Europa, onde paira a noção da incapacidade de coordenação, de burden sharing e de solidariedade entre os seus Estados para domesticar e ultrapassar com estratégia e segurança as dificuldades económicas e financeiras – tarefa, de resto, impossível sem os Estados Unidos – pode vir a beneficiar de um novo entendimento a seu respeito por parte do novo Presidente.
Barack Obama pode revelar-se ao Velho Continente como benéfico para os seus interesses, quer políticos quer económicos. Se for esta a oportunidade - e há fundadas esperanças para assim pensarmos - esperemos que a Europa a não desperdice, que a saiba aproveitar.
Se me permite, eu penso que a posição da Europa face ao Afeganistão será crucial para a posição de Obama face à Europa como defendo no livro em:
ResponderEliminarhttp://ovalordasideias.blogspot.com/2009/01/livro-sobre-presidncia-de-obama.html
Bom apontamento, Margarida. Partilho.
ResponderEliminarAo invés daqueles que vão dando relevo às desilusões futuras face às elevadas expectativas que a eleição de Obama gerou um pouco por toda a parte, é bom que sublinhemos o capital de esperança e o suplemento de confiança que o mundo necessita. Em especial para a Europa que, a meu olhos, há muito que sofre dos efeitos de uma arrastada crise de lideranças.
Precisa-mos que ele traga muita confiança no futuro, porque uma desilusão seria uma catástrofe para o mudo
ResponderEliminarMeu caro Troca Letras, não quer o meu Amigo mudar o seu nickname para TRAGA LETRAS?
ResponderEliminarDesculpe, mas não resisti à piada ;)
Já ouvi alguém supostamente informado dizer que a Europa não está na agenda de Obama, como se o mundo continuasse espartilhado ou a Europa só repare num capítulo com dedicatória. Concordo consigo, margarida, não podemos desperdiçar este capital de esperança que a América subscreveu e que o novo presidente não hesitou em estimular. Temos que confiar,não há mesmo alternativa.
ResponderEliminarObrigada Caro Carlos Santos pela sugestão de leitura, que terei oportunidade de ler no que em particular diz respeito ao ponto que levanta no seu comentário.
ResponderEliminarJosé Mário
Sem dúvida que a Europa vive uma crise de lideranças. A convicção de Barack Obama de que é preciso mudar, quebrar com o status quo que conduziu às crises actuais, financeira e económica, é muito importante porque está imbuída de lucidez e expressa uma vontade. Mudar, não para ficar tudo na mesma, mas para corrigir os erros dos excessos cometidos. Mudar agindo rapidamente e galvanizando as pessoas e as estruturas económicas para transformar uma crise numa oportunidade. É isto que está a faltar à Europa.
Caro Troca Letras
As expectativas foram colocadas numa fasquia muito elevada, o que às vezes também não é bom. Mas compreende-se o enorme capital de esperança depositado em Barack Obama.
Suzana
Penso diferente desse alguém que diz que a Europa não está na agenda de Barack Obama.
Creio que com a Administração Obama haverá um reposicionamento dos Estados Unidos face à Europa, sendo que a Europa terá, evidentemente, que trabalhar nesse sentido.