Todos os dias ouço notícias a profetizarem que o ano em curso vai ser muito pior do que se esperava. Mas não ficam por aqui, já que a tendência da crise é para se espraiar no tempo. O aumento do desemprego, e a recessão, irão contribuir para o agravamento de um fenómeno chamado fome.
As reportagens televisivas e as dos jornais põem-me os nervos em franja. Muitos não têm que comer, ou comem dia sim, dia não, outros entram em instituições de solidariedade, com o pretexto de irem doar algumas ofertas, e, depois, lá dentro, pedem auxílio. Arrepio-me. Estes episódios fazem-me recuar muitos anos e rever a miséria e a fome que então se vivia.
A miséria e a fome são as mesmas, o palco em que se manifestam é que é diferente. Afinal, o crescimento e o desenvolvimento levaram consigo os pobres e os carenciados, transportando-os para outros patamares como se não fosse possível viver sem as suas presenças. Se não houver pobres em quantidade, alguém arranja maneira de os “fabricar”. Nem é difícil, conforme se pode ver.
Ao refletir sobre este fenómeno, acabei, involuntariamente, de o encaixar numa matéria, segundo a qual a fome favorece os cérebros femininos. Ou seja, o efeito da fome é diferente segundo se trata de um mamífero macho ou de um mamífero fêmea. Há muito tempo que se sabe que, em caso de fome, as células dos machos tendem a conservar as proteínas e as das fêmeas a gordura. No que respeita às células cerebrais, um novo achado permite concluir, pelo menos nos roedores, mas não é improvável que possa acontecer, também, nos humanos, que são menos resistentes nos machos do que as das fêmeas, entrando em autofagia. As células cerebrais das fêmeas aguentam muito melhor as restrições da fome, mobilizam ácidos gordos, acumulam triglicerídeos, formam gotículas de lípidos e sobrevivem durante mais tempo.
Não há dúvida que a natureza é mesmo facciosa. Em caso de crise, de fome grave, privilegia as fêmeas. É perfeitamente compreensível. Primeiro a espécie!
Sabemos igualmente, desde há algum tempo, que a restrição calórica intensa é uma forma de aumentar a esperança de vida nos seres humanos, mas ao entrarem em inanição, então, as coisas tornam-se muito sérias. Importa ainda acrescentar que, muito recentemente, se concluiu que a redução da chegada de açúcar ao cérebro, que pode ocorrer nalguns casos, sobretudo durante o envelhecimento pelos mais variados motivos, pode contribuir para a doença de Alzheimer.
Perante estes factos, e a realidade transmitida pela ciência, podemos concluir que a fome e a restrição severa de alguns nutrientes vão ter efeitos perniciosos no corpo, sobretudo nos cérebros, nomeadamente dos machos.
Aqui está uma boa razão para “entregar” o poder ao sexo feminino, cujas células são menos propensas à autofagia em tempo de crise, conseguindo manter em bom funcionamento os seus cérebros. Em contrapartida, muitos machos, mesmo sem passarem “fome”, parece que já começaram a praticá-la. Agora imaginem se lhe tiram os seus “alimentos” preferidos...
As reportagens televisivas e as dos jornais põem-me os nervos em franja. Muitos não têm que comer, ou comem dia sim, dia não, outros entram em instituições de solidariedade, com o pretexto de irem doar algumas ofertas, e, depois, lá dentro, pedem auxílio. Arrepio-me. Estes episódios fazem-me recuar muitos anos e rever a miséria e a fome que então se vivia.
A miséria e a fome são as mesmas, o palco em que se manifestam é que é diferente. Afinal, o crescimento e o desenvolvimento levaram consigo os pobres e os carenciados, transportando-os para outros patamares como se não fosse possível viver sem as suas presenças. Se não houver pobres em quantidade, alguém arranja maneira de os “fabricar”. Nem é difícil, conforme se pode ver.
Ao refletir sobre este fenómeno, acabei, involuntariamente, de o encaixar numa matéria, segundo a qual a fome favorece os cérebros femininos. Ou seja, o efeito da fome é diferente segundo se trata de um mamífero macho ou de um mamífero fêmea. Há muito tempo que se sabe que, em caso de fome, as células dos machos tendem a conservar as proteínas e as das fêmeas a gordura. No que respeita às células cerebrais, um novo achado permite concluir, pelo menos nos roedores, mas não é improvável que possa acontecer, também, nos humanos, que são menos resistentes nos machos do que as das fêmeas, entrando em autofagia. As células cerebrais das fêmeas aguentam muito melhor as restrições da fome, mobilizam ácidos gordos, acumulam triglicerídeos, formam gotículas de lípidos e sobrevivem durante mais tempo.
Não há dúvida que a natureza é mesmo facciosa. Em caso de crise, de fome grave, privilegia as fêmeas. É perfeitamente compreensível. Primeiro a espécie!
Sabemos igualmente, desde há algum tempo, que a restrição calórica intensa é uma forma de aumentar a esperança de vida nos seres humanos, mas ao entrarem em inanição, então, as coisas tornam-se muito sérias. Importa ainda acrescentar que, muito recentemente, se concluiu que a redução da chegada de açúcar ao cérebro, que pode ocorrer nalguns casos, sobretudo durante o envelhecimento pelos mais variados motivos, pode contribuir para a doença de Alzheimer.
Perante estes factos, e a realidade transmitida pela ciência, podemos concluir que a fome e a restrição severa de alguns nutrientes vão ter efeitos perniciosos no corpo, sobretudo nos cérebros, nomeadamente dos machos.
Aqui está uma boa razão para “entregar” o poder ao sexo feminino, cujas células são menos propensas à autofagia em tempo de crise, conseguindo manter em bom funcionamento os seus cérebros. Em contrapartida, muitos machos, mesmo sem passarem “fome”, parece que já começaram a praticá-la. Agora imaginem se lhe tiram os seus “alimentos” preferidos...
Caro Prof, a natureza é sábia, sem dúvida, e a descoberta dos seus segredos só confirma essa sabedoria! Mas a chegada das mulheres ao poder não precisou, felizmente, da medida radical de fazer os homens passar fome, aliás o poder das mulheres sempre foi usado para garantir o sustento da família (por isso mandaram sempre, ainda que na sombra) ;)
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