Acentuou-se nestes dias. Leio e ouço os nossos comentadores e analistas "achar" sem limite. E já adivinho que, quando se exercitam nas técnicas do Direito começam por dizer "bem, eu não sou jurista, mas acho que...", invariavelmente sai disparate do grosso!
É ténue a fronteira entre o "achismo" institucionalizado e a patetice. Quem se importa quando um e outra vendem jornais e publicidade nas TV e rádios, ou são representações das inúmeras telenovelas que o povão adora e constituem o abono de família de muitos órgãos de comunicação social?
Divagando um pouco, caro Ferreira de Almeida.
ResponderEliminarAcontece que profissionais do direito, mestres e catedráticos, também todos os dias acham coisas diferentes na mesmíssima matéria. Porventura mui doutamente e mui criteriosamente.
Claro que muitas vezes se trata de um achismo bem pago, que isto de achar tem que se lhe diga!...
Ao fim e ao cabo, todos vamos achando. Os Engenheiros acham de economia, os economistas acham de direito, e os juristas normalmente acham de tudo.
Na obediência ao aforismo, que levamos ao limite, de que as há coisas demasiado importantes para serem deixadas aos especialistas...
...especialistas e generalistas que, de facto, têm campo fértil na comunicação social. Numa estratégia win, win, em que ganham todos. Todos? Mas o que lhes interessa a informação, desde que vendam opinião de cordel?
ResponderEliminarMeu caro Pinho Cardão, tem o meu Amigo inteira razão quanto ao "achismo" colectivo a que não escapam os juristas, bem pelo contrário.
ResponderEliminarMas a minha nota não significa qualquer censura à manifestação de opiniões, livre e ampla. Nem me referia no post às saudáveis divergências de opinião jurídica, mas à facilidade com que se disserta sobre o que diz a lei ou o que decorre do nosso sistema jurídico, quando é patente que não leram a lei sobre que dissertam nem fazem a mais pequena ideia dos fundamentos do sistema!
Já aqui, no 4R, manifestei a minha convicção de que a lei é feita para todas as pessoas, não só para os juristas. Só assim, de resto, se pode entender que a responsabilidade pelo incumprimento da lei recaia também sobre aquele que a não conhece, porque existe a obrigação de a conhecer.
A questão não é, porém, esta.
Neste fim de semana li dois textos de doutos comentadores sobre os poderes dos governos de gestão. Aposto com o meu Amigo que nenhum dos dois leu o que diz a norma da Constituição.
Acabei momentos antes de escrever o post de ler um comentário acerca do segredo de justiça. Uma montanha de dislates só explicável pela lata com que, desconhecendo-se a lei, não existe qualquer rebuço de se falar do que se não sabe, com o unico intuito de engrossar a mainstream.
Opinar com seriedade, como o meu Amigo bem sabe, pressupõe um mínimo de conhecimento. Opinar sem conhecimento minimo é cair, com facilidade, na patetice.
Caro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarA minha mulher estava a chamar-me para o jantar, pelo que a pressão de não chegar tarde à mesa impediu-me, miseravelmente, o tom certo, de que me tentei aproximar no segundo comentário. Claro que estou totalmente de acordo consigo. E o que se vê e ouve é completa patetice, pareceres de cordel, como lhe chamei.
Mas lamentavelmente servem para vender, imagem para uns, tiragem para outros.
O que interessa é encher chouriços!...
EU ACHO que o meu Amigo ainda levou um ralhete por estar tanto tempo a blogar e a comida a arrefecer...
ResponderEliminar:)
E acha muito bem!...
ResponderEliminarE, ainda por cima, acho que a culpa é toda do Ferreira de Almeida!...
Escrevi sobre isso no blog(tendo Moita Flores como exemplo):
ResponderEliminarhttp://aoutravarinhamagica.blogspot.com/
Meu caro Pinho Cardão, estou habituado a lidar com a culpa. Por isso, se for necessário confirmar, para efeitos domésticos, que fui eu que o desviei do jantar, cá estou eu para assumir essa responsabilidade.
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarDesta vez, a coisa passou com danos controlados...Mas, para a próxima, usarei da sua nunca desmentida benevolência e boa vontade!...
eu acho que o meu amigo não explicou bem o que o detinha, por isso a admoestação. Há causas importantes, o achismo nacional e o modo como se vai espraiando por todo o lado, ao ponto de já não parecer achismo mas achiência, assume foros dramáticos. QUalquer dia já é possível enganar toda a gente o tempo todo (o que era considerado científicamente impossível!)
ResponderEliminarOs tempos evoluem, cara Suzana!...
ResponderEliminarAchiência! Eis um excelente neologismo, Suzana. Anotei.
ResponderEliminarNós por cá vamos fazendo por continuar com os olhos abertos e por ajudar a abrir alguns, contrariando essa tendência para a aldrabice, que tende a ser universal e permanente.