Da minha janela vejo lá longe, mas sempre perto, a calmaria do Tejo azul salpicado do brilho amarelo do sol que se vai neste fim de tarde sereno, batendo o azul limpo do céu que já fazia saudades. Um privilégio amargo quando me vêem à ideia as brutais imagens do horror do inferno que graça lá longe na Austrália e me fixo nas palavras sentidas que ontem ouvi e vi do seu primeiro-ministro chorando a tragédia humana….
O blog "Geração de 80" atribui ao 4ª República o Prémio Dardos.
ResponderEliminarCumprimentos
Percebo o seu post mas talvez valha a pena pensar um bocado nesta transcrição de uma lista de discussão onde participo:
ResponderEliminar"Fogos na Austrália: não aprender nem com os bons exemplos nem com as desgraças do passado ...
STATE and federal governments have been accused of succumbing to pressure from the green lobby by abandoning responsibility for controlled burning of forests, despite growing populations in bushland suburbs.
As the death toll from the Victorian bushfires topped 130 yesterday, fire control experts said forest managers had failed to learn the lessons of past infernos such as Ash Wednesday in 1983 and the 2003 Canberra bushfires.
They said too little was being done to thin out the bush to protect lives and property against extreme weather conditions that fuelled the fatal Victorian blazes.
David Packham, a researcher from Monash University's climatology group who has specialised in bushfires, said governments had abandoned responsibility for the one control they had over wildfires -- the state of the forests that fed the flames.
"Due to terribly ill-informed and pretty well outrageous concepts of conservation, we have failed to manage our fuel and our forests," Mr Packham said. "They have become unhealthy, and dangerous."
Phil Cheney, formerly head of the CSIRO's bushfire research unit, said the number of Victorian fatalities "absolutely" would have been lower with more prescribed burning."
E acrescente-se (será o tema do meu próximo post no blog onde escrevo, como aliás já foi de um post antes dos fogos australianos) que o conjunto de erros na gestão do mundo rural em Portugal vai pondo à nossa frente a possibilidade de um ano, mais tarde ou mais cedo, termos cenários muito desagradáveis em Portugal.
henrique pereira dos santos
O 4R agradece a preferência e a distinção pelo Prémio Dardos atribuído pelo GERAÇÃO DE 80.
ResponderEliminarSaudações bloguistas.
Caro Henrique Pereira dos Santos
ResponderEliminarO que é apaixonante é a variedade de abordagens que um post pode suscitar, trazendo para reflexão e debate perspectivas interessantes e complementares de uma mesma realidade.
Pois li com muito interesse a transcrição e fui ler, também, o seu post "Falar do fogo quando chove". Não sendo especialista em políticas florestais e de preservação dos solos e de combate aos incêndios, parece-me evidente que alguma coisa vai mal na eficácia dessas políticas por esse mundo fora, sem deixar de fora Portugal, que tendo um território pequeno e, por isso mesmo mais controlável, se tem debatido com perdas elevadíssimas, não aprendendo, utilizando as suas palavras, com os bons exemplos nem com os erros do passado.
Recordo-me dos mais recentes incêndios na Califórnia (se não me engano) e em Itália, de proporções terríveis e calamitosas, para já não falar do flagelo, é claro que à nossa escala, dos incêndios que sistematicamente no verão consomem o País.
É também evidente que a força da natureza por vezes nos leva a crer que não há níveis de prevenção e de actuação de combate suficientemente seguros e operantes que permitam fazer face dentro de um padrão de normalidade ao seu avanço e à sua capacidade de destruição, assim como parece ser impossível ter um vigilante em cada “floresta” para impedir a mão criminosa.
A questão que se coloca é de saber se nestas circunstâncias é possível fazer melhor e como. Também não tenho dúvidas, pelo que me é dado observar no caso português, que a prevenção e o combate têm falhado por falta de políticas adequadas de gestão e preservação das florestas e dos solos e pela insuficiência de meios afectos ao combate, sejam meios humanos sejam equipamentos, sem esquecermos, o que muitas vezes acontece talvez por incompetência, a falta de organização de comando e operacional.
Lembro-me do incêndio que consumiu parte do Gerês em 2006, se a memória não me falha, e das desculpas esfarrapadas das autoridades ao invocarem tratar-se de um grande incêndio num local de difícil acesso! O incêndio antes de ser grande foi pequeno e é justamente nesta dimensão que a intervenção tem que funcionar.
Esta matéria tem muito que ver com a gestão do risco, associado às probabilidades, e com a gestão dos níveis de “seguro” que estamos dispostos a praticar. Há aqui uma questão, como aliás em tudo o resto, de custo/benefício, sendo certo que a questão dos valores da vida e da sustentabilidade do planeta deveriam merecer uma maior atenção, olhando não apenas para os efeitos do curtíssimo prazo mas também para um horizonte bem mais alargado, valorizando outras dimensões que não apenas a material.
Cara Margarida
ResponderEliminarAprecio e imagino bem a sua sensação de conforto e de satisfação, gozando a privilegiada situação geográfica da sua casa. Paralelamente, foge-lhe o pensamento para os horrores que se tem desenrolado na Austrália, país que ainda hoje constitui um destino profissional átrativo para quem quer emigrar. Restam a este povo as suas diversas qualidades, bem conhecidas, de excelente educação cívica e humana e de espírito empreendedor e ainda o facto de poderem contar com
governos, este é um deles, à altura de resolverem as suas actuais adversidades. Basta comparar o estado de abatimento e de consternação do primeiro-ministro australiano, dir-se-ia claro como a água e sentido como o vento, com a demagogia sem fronteiras e dsescabelada, própria de um actor de telenovela como lhe chama o Pro. Joaquim de Aguiar, do Engº Téc.Pinto Sousa, nosso estimado Presidente do Conselho de Ministros.