terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Qual lei, qual carapuça!...

"Os cidadãos são todos iguais, mas há uns que não podem estar sob suspeita muito tempo".
Cândida Almeida
Claro, os que o M.P. considera diferentes. O resto pode sofrer à vontade!...

6 comentários:

  1. Caro Pinho Cardão,

    A procuradora tem razão. Os cidadãos têm que ser iguais perante a lei, não perante o processo de imposição da lei, que tem que tem que ser diferente para que a lei seja igual, de facto, para todos. O exemplo do Carlos Cruz é um exemplo extremo, mas é um bom exemplo. Ele, se for dado como inocente, na prática já cumpriu pena para mais que os crimes de que é acusado. Perdeu o trabalho, a empresa, o dinheiro, nunca mais vai ter a mesma ocupação que tinha antes. Como é que a lei é igual para ele e para os acusados dos outros processos de pedofilia, que também os deve haver, e que devem produzir inocentes?
    E não vejo quem mais possa decidir sobre isso, na porcaria de leis e de sistema judicial que temos, senão os procuradores. Mas dessa porcaria parece-me certo que não nos vamos livrar tão cedo.

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  2. Caro Tonibler, e o que é que o faz pensar que os outros acusados não sofrem os mesmos tormentos do suspeito de que fala? Apenas porque não é TODA A GENTE a saber? Acha que um suspeito desses crimes vai continuar a ter a sua vidinha normal, cheia de perspectivas, mesmo que venha a ser julgado inocente? Pois eu duvido mesmo muito, a diferença está em que um se vê publicamente exposto e os outros provavelmente só o serão em círculos próximos mas, se forem inocentes, como diz no seu exemplo, o grau de drama deve ser o mesmo.E de injustiça também.

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  3. Cara Suzana,

    Uma coisa é certa, se não for conhecido tenho hipótese de refazer a minha vida. Não refaço aqui, refaço ali. Aquele que for publicamente exposto está condenado, seja ele inocente ou não. Na prática, o nosso sistema condena os inocentes na medida da sua exposição. Mas, repito, isso é uma mera consequência da porcaria em que vivemos, noutras circunstâncias a procuradora não teria razão mas, se calhar, também não era procuradora.

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  4. Caro Tonibler, tem razão quando diz que a exposição pública agrava a injustiça da condenação sem sentença, mas isso na medida em que há muito mais pessoas a reparar.A vantagem é que, conhecendo esses casos, temos que exigir que as coisas sejam diferentes,não se deve tolerar a divulgação de suspeitas nem a demora em as esclarecer, não é considerando que "há uns mais iguais que outros" que se repõe a justiça.

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  5. Caro Pinho Cardão

    A Procuradora tem razão. A igualdade na investigação criminal nâo se confunde com a importância, relativa, dos casos a serem investigados.
    Como sucede com outros casos no nosso sistema judicial, a Sra Procuradora, quanto ao caso Freeport, proferiu as declarações com três anos de atraso.
    O resto, como tenho dito e outros acompanham, o nosso sistema judicial não é eficaz, mas funciona.

    Relativamente ao Sr Carlos Cruz, existe um caso semelhante no Reino Unido, envolvia um conhecido apresentador de televisão, que também foi acusado de pedofilia.
    O processo completo, com investigação demorou um ano e o senhor foi absolvido. Acto contínuo, pediu uma indemenização ao Estado e ganhou, demorou um ano e meio. A quantia foi substancial, porque, mesmo absolvido, a sua vida ficou seriamente afectada e, por isso o Estado Britânico considerou que devia ser adequadamente ressarcido.
    O problema do SR Carlos Cruz e dos restantes arguidos é que nasceram em Portugal na época errada, algumas décadas antes e, caso fossem a tribunal, penariam apenas, durante um ano e pouco. Assim penam, pelo menos seis.
    A difrença entre um caso e outro é a diferença que nos separa da RDemocrática do Congo ou do Zimbabwe. Apenas não queremos ver,nem reagir.
    Cumprimentos
    joão

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  6. Caro João:

    Funciona?
    O que diz a seguir prova que não funciona!...

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