O Público dava hoje honras de primeira página a uma falsidade que transpira uma grande indignidade, tão grande que admito que nem os responsáveis pela notícia tenham tido tempo de reflectir no alcance do que publicaram.
A “notícia” “informava” que a líder do PSD teria negociado a entrada das duas candidatas nos lugares elegíveis da lista às europeias com a condição de saírem depois de eleitas, libertando a sua “quota legal” para “repor” os candidatos, homens, nos lugares a que se achariam com direito.
Esta “notícia” é insultuosa para a líder do PSD, por sequer admitir que pudesse alguma vez fazer semelhante proposta a quem quer que fosse, faltando ao respeito e humilhando outras pessoas, ainda por cima quem se tivesse disposto a aceitar integrar as listas a seu convite. Não imagino que tipo de pessoa pudesse fazê-lo, mas tenho a certeza absoluta de que à Dra. Manuela Ferreira Leite nunca lhe passaria tal coisa pela cabeça e que sentiria vergonha e desprezo por quem sequer lho sugerisse.
Esta “notícia” é insultuosa para as supostas candidatas, que merecem todo o respeito e consideração pessoal e profissional e que, pelos vistos, bastaria entrarem na política activa para serem desconsideradas como alguém sem orgulho, sem ambição, sem outro mérito que não fosse o de servir de “duplo” para os actores principais que aguardassem a vez nos lugares “usurpados” pelas quotas.
Esta “notícia” é insultuosa para todas as mulheres, para essas mesmas mulheres que tantos insistem dever tomar lugar na política por direito próprio, o direito de serem reconhecidas pelo seu mérito e pelo seu valor também nessa área da vida nacional. Repare-se no detalhe: seriam precisamente as mulheres quem, para o inventor da notícia, estaria na disposição de se prestar a tão aviltante proposta, como se o facto de serem mulheres as tornasse destinatárias privilegiadas de tal humilhação.
Quem congeminou a história, seja lá quem for, mostra que não sabe avaliar e distinguir caracteres, mostra que não respeita as mulheres, mostra que acredita que os portugueses poderiam achar plausível semelhante torpeza, tornando as quotas simplesmente ridículas. E, o que é mais incrível, é que foi uma mulher que votou a favor das quotas que veio a público exigir explicações por este “escândalo”, dando dimensão ao insulto, dando relevo à ignomínia, admitindo que uma o poderia ter feito e que outras o poderiam ter aceite, em vez de se horrorizar com o preconceito que está bem evidente na mente de quem engendrou este “escândalo”. Lamentável, e muito triste, a todos os títulos.
A “notícia” “informava” que a líder do PSD teria negociado a entrada das duas candidatas nos lugares elegíveis da lista às europeias com a condição de saírem depois de eleitas, libertando a sua “quota legal” para “repor” os candidatos, homens, nos lugares a que se achariam com direito.
Esta “notícia” é insultuosa para a líder do PSD, por sequer admitir que pudesse alguma vez fazer semelhante proposta a quem quer que fosse, faltando ao respeito e humilhando outras pessoas, ainda por cima quem se tivesse disposto a aceitar integrar as listas a seu convite. Não imagino que tipo de pessoa pudesse fazê-lo, mas tenho a certeza absoluta de que à Dra. Manuela Ferreira Leite nunca lhe passaria tal coisa pela cabeça e que sentiria vergonha e desprezo por quem sequer lho sugerisse.
Esta “notícia” é insultuosa para as supostas candidatas, que merecem todo o respeito e consideração pessoal e profissional e que, pelos vistos, bastaria entrarem na política activa para serem desconsideradas como alguém sem orgulho, sem ambição, sem outro mérito que não fosse o de servir de “duplo” para os actores principais que aguardassem a vez nos lugares “usurpados” pelas quotas.
Esta “notícia” é insultuosa para todas as mulheres, para essas mesmas mulheres que tantos insistem dever tomar lugar na política por direito próprio, o direito de serem reconhecidas pelo seu mérito e pelo seu valor também nessa área da vida nacional. Repare-se no detalhe: seriam precisamente as mulheres quem, para o inventor da notícia, estaria na disposição de se prestar a tão aviltante proposta, como se o facto de serem mulheres as tornasse destinatárias privilegiadas de tal humilhação.
Quem congeminou a história, seja lá quem for, mostra que não sabe avaliar e distinguir caracteres, mostra que não respeita as mulheres, mostra que acredita que os portugueses poderiam achar plausível semelhante torpeza, tornando as quotas simplesmente ridículas. E, o que é mais incrível, é que foi uma mulher que votou a favor das quotas que veio a público exigir explicações por este “escândalo”, dando dimensão ao insulto, dando relevo à ignomínia, admitindo que uma o poderia ter feito e que outras o poderiam ter aceite, em vez de se horrorizar com o preconceito que está bem evidente na mente de quem engendrou este “escândalo”. Lamentável, e muito triste, a todos os títulos.
Cara Suzana Toscano,
ResponderEliminarEstou completamente solidário com a sua indicação por esta notícia. Ou melhor, com os factos que relata. E tem o cuidado de não afirmar que terá sido uma pura invenção jornalística. Também acredito pouco que a coisa tenha começado, e terminado, aí.
Por isso, quanto a esta passagem,"... mostra que acredita que os portugueses poderiam achar plausível semelhante torpeza, tornando as quotas simplesmente ridículas. não tenho tanta certeza, antes pelo contrário...
Infelismente, os portugueses, como eu, têm muitas dúvidas que isso não tenha passado, pelo menos, pela cabeça de alguns responsáveis, e independentemente de neste caso os factos respeitarem ao PSD.
Porventura, a tal falta de pudor - como se fosse coisa vulgar que os maus, os outros, praticam - com que a Srª do PS comentou é porventura prova desta minha convicção: este tipo de coisas passam-se mesmo por aí. Infelismente!...
Sabe o que é, Suzana? É a manifestação de um fenómeno já habitual na nossa política e no nosso "jornalismo" político. O de medirem todos os dirigentes pela mesma bitola. Como não se duvida que exista na política nacional quem seja capaz de cometer a indignidade de que acusam a Dr.a MFL, com enorme facilidade se especula que ela também seja capaz de o fazer.
ResponderEliminarAliás, a especulação, mesmo que corresponda a uma mentira ou a uma grave ignominia, tem já cobertura científica. Terá lido o que eu li no Expresso do passado fim-de-semana, um professor de direito defender que a especulação integra a liberdade de imprensa! Temos assim consagrado o direito à mentira, à devassa, à atoarda. Para equilibrar resta-nos o direito à indignação que fez muito bem em exprimir, e no qual a acompanho.
Suzana
ResponderEliminarFico horrorizada com tão baixa política. É o vale tudo, como se tudo fosse normal, fazendo jogos de pingue-pongue, fazendo das pessoas meros objectos ao serviço de estratégias pessoais em que o importante é, a qualquer preço, ganhar “capacidade e prática reivindicativa”!
Portanto, não fico admirada que alguém tenha engendrado uma tal jogatina política, que choca duplamente pelo facto de estarem em causa mulheres que por direito e reconhecido mérito pessoal e profissional, com quotas ou sem quotas, são escolhidas para integrar as listas eleitorais porque a sua participação constitui um valor importante para o exercício de elevadas funções políticas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaros comentadores, de facto tem que haver limites para o que se diz e para o que se publica, não me refiro, como é óbvio, a mais limites impostos por lei, mas sim a mais exigência pessoal de quem quer e pode intervir. Não percebo porque é que tanta gente (toda a gente!)exige aos políticos comportamentos éticos e provas de decência humana, clamando, e bem, que os políticos devem ser um exemplo para todos e que através deles muito podia mudar para melhor na sociedade, quando afinal não se hesita um segundo em inventar coisas horríveis que fazem as pessoas duvidar nem que fosse de um santo!Não há já casos concretos que cheguem para nos preocupar?Para quê acrescentar falsidades quando a realidade já é tão pródiga, infelizmente? Assim, debandam os que ainda acreditam que vale a pena contribuir para uma política mais leal e dá-se força aos que não se importam com a imagem que deles possa ter a opinião pública. É uma questão de respeito, se não for mais nada. Por nós e pelos outros.
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