A nomeação de Domingos Névoa (o empresário da empresa BragaParques que foi condenado por corrupção activa ao vereador da Câmara Municipal de Lisboa José Sá Fernandes) para a presidência de uma empresa de capitais públicos – a empresa intermunicipal de gestão de resíduos de Braga (Braval) – nunca deveria ter acontecido.
E aconteceu porque fundamentalmente há défice de ética política, porque há uma ideia errada do que significa prosseguir o interesse público.
Se esteve mal o empresário Domingos Névoa por ter aceite o cargo depois de ter sido condenado por corrupção activa, estiveram muito mal os autarcas das cinco Câmaras Municipais accionistas da Braval ao terem proposto e votado unanimemente a sua nomeação. Onde é que está o sentido do interesse público destas pessoas com importantes responsabilidades na condução da vida pública? Como poderiam uns e outros pensar que estes actos passariam despercebidos, que estariam protegidos de um escândalo político e social? Ou talvez não pensassem assim e julgassem que o caso não tinha qualquer relevância institucional e política!
É espantosa a afirmação feita pelo presidente da Câmara Municipal de Póvoa do Lanhoso, um dos accionistas da empresa municipal, para justificar a decisão da nomeação: “As Câmaras o que querem é bons preços e bons serviços”. Nem que para isso seja ofendido o interesse público, digo eu. Não lhe ocorreu a natureza ética da decisão!
Depois da polémica política que se instalou, com o Bloco de Esquerda a comandar as críticas, o empresário renunciou ao cargo. Quanto à outra parte, será que a “sanção” política foi suficiente? E quanto à sanção social, será que tem alguma força?
E aconteceu porque fundamentalmente há défice de ética política, porque há uma ideia errada do que significa prosseguir o interesse público.
Se esteve mal o empresário Domingos Névoa por ter aceite o cargo depois de ter sido condenado por corrupção activa, estiveram muito mal os autarcas das cinco Câmaras Municipais accionistas da Braval ao terem proposto e votado unanimemente a sua nomeação. Onde é que está o sentido do interesse público destas pessoas com importantes responsabilidades na condução da vida pública? Como poderiam uns e outros pensar que estes actos passariam despercebidos, que estariam protegidos de um escândalo político e social? Ou talvez não pensassem assim e julgassem que o caso não tinha qualquer relevância institucional e política!
É espantosa a afirmação feita pelo presidente da Câmara Municipal de Póvoa do Lanhoso, um dos accionistas da empresa municipal, para justificar a decisão da nomeação: “As Câmaras o que querem é bons preços e bons serviços”. Nem que para isso seja ofendido o interesse público, digo eu. Não lhe ocorreu a natureza ética da decisão!
Depois da polémica política que se instalou, com o Bloco de Esquerda a comandar as críticas, o empresário renunciou ao cargo. Quanto à outra parte, será que a “sanção” política foi suficiente? E quanto à sanção social, será que tem alguma força?
Esse é de facto o problema central Português e seja à maioria silenciosa desta geração, seja à próxima geração exige-se mudança de comportamentos a políticos, jornalistas, aparelho de Estado e a todos os que confundem corporação e profissão com acto político. Quarentena para os responsáveis desta situação, sob pena de a replicação destes actos se tornarem irreversíveis!
ResponderEliminarCara Margarida,
ResponderEliminarNão há nenhuma ideia errada do que significa prosseguir o interesse público. O que há são autarcas à boa maneira portuguesa, que sairão dos cargos multimilionários. E isto não é nenhum défice de ética, é roubalheira da simples. Falta de ética é quando meto os artigos de 12% de IVA nas despesas de saúde...
Money talks bullshit walks ... !!!
ResponderEliminarTalvez o título ideal para o seu excelente post, Cara Dra. Margarida.
Permita-me a presunção....
:-)
E é curioso verificar que se gerou logo a polémica se devia ou não a lei proibir que um caso destes pudesse suceder.Parece que as pessoas querem ser dispensadas de fazer o seu próprio juízo, a anulação das consciências não as incomoda, desde que a lei não proíba não se exige atitudes diferentes. Isto é gravissimo, a aceitação de um dirigismo cego, ao sabor das correntes políticas da altura, em vez de consciências livres e críticas, individuais e colectivas. Assim não admira que as leis sejam teias ridículas de normas e detalhes e que depois se instalem câmaras por todo o lado para apanhar os desobedientes...
ResponderEliminarCaro (c) maioria silenciosa: P.A.S. disse...
ResponderEliminarParece-me que a quarentena não seria suficiente!
Multimilionários? Caro Tonibler não me recordo de um autarca ter sido condenado por ter enriquecido ilegitimamente. Presumimos muito, mas depois não somos consequentes!
Pois Cara Pézinhos n' Areia a sua presunção é mais do que permitida.
Suzana entrámos por um caminho lamentável, é que se não está na lei, então é porque se pode fazer. Como se fosse possível legislar a ética. Estamos a seguir pelo caminho errado...
Cara Margarida
ResponderEliminarNum país onde a corrupção anda de braço dado com o capital e com entidades públicas e a falperra com a falta de vergonha e com a baixa política e onde a moral e a ética já não têm o significado e o peso que tiveram até há pouco tempo atrás, devemos estar preparados para não nos surpreendermos com factos que no mínimo são atentatórios da dignidade das pessoas de bem. Queiramos ou não, a sentença aplicada ao Sr. Névoa, pífia e despropositada e a nomeação em causa, nomeante e nomeado,apenas constituem mais um alerta para o estado deprimente e deplorável a que este país chegou.
Caro antoniodosanzóis
ResponderEliminarPois um problema é exactamente o facto de já acharmos que tudo é normal. Verifico cada vez mais que as pessoas encolhem os ombros e já dizem que nada as surpreende, ainda que não estivessem à espera de mais uma surpresa ainda mais surpreendente que a anterior!