Não sei se a gripe agora A é muito perigosa ou não, confesso que não percebo, porque há imensos suspeitos mas os confirmados não são nenhuns, pelo menos em Portugal, e contabilizam-se umas centenas na América e umas dezenas no Japão. Da América Latina já não se ouve falar. No entanto, nunca se viu um aparato tão grande nas cautelas com os supostos infectados, ao ponto de um desesperado cidadão de Viseu ter tido honras de telejornal para contar, de forma muito impressiva, os tormentos que padeceu quando acompanhou a sua mulher ao hospital, porque esta tinha queixas de mal estar. Talvez também tivessem vindo dos EUA, não sei mas admito que sim. O certo é que foram mantidos sozinhos, numa salinha isolada, com os enfermeiros com máscara, a bater do lado de fora da porta a perguntar se ainda lá estavam, a passar comprimidos por uma frincha, a não deixar a mulher ir à casa de banho, enfim, como o homem dizia, sentiram-se “leprosos” (ao tempo da Idade Média, digo eu). Assim foram mantidos largas horas, até chegar a ambulância do INEM, toda equipada, vinda de Coimbra, onde voltaram e onde a senhora foi atendida 9 horas depois de se ter apresentado no primeiro hospital! O Director hospitalar informou laconicamente”que se seguiram todos os procedimentos protocolados” e podemos imaginar o que seria se, por azar, tivéssemos mesmo uma epidemia!
Já tem havido imensos situações de propagação de doenças perigosas, como a meningite, por exemplo, ou como outras gripes que causam pneumonias e matam os mais debilitados e não me lembro de alguma vez ter havido este pânico por parte dos serviços de saúde. Esta gripe deve ter mesmo algum perigo fora do comum. Safa!
A gripe sazonal matou este ano em Portugal 1500 a 1800 pessoas. Alguém ligou? Não me parece.
ResponderEliminarÉ um comportamento atávico, o que se está verificar. Medidas preventivas com toda a certeza, atitudes deste género não me parecem ser as mais corretas. O vírus vai aparecer por aí. É como o outro que "anda por aí". Diariamente aparecem cerca de mil novos casos e está a aumentar o que é perfeitamente normal.
A este propósito, gripe A, recordo que na altura da ameaça da gripe das aves, foi imposta uma restrição absoluta ao comércio das aves desde os pobres periquitos aos frangos, o que provocou graves prejuízos aos pequenos produtores. Na altura, as autoridades proibiram a circulação, a venda, enfim um aparato à boa maneira portuguesa.
Não há volta a dar. Se o vírus "quiser" acaba mais cedo ou mais tarde por se impor. Entretanto apliquem-se as medidas preventivas, mas com discrição e sem o aparato meio aparvalhado com que somos confrontados diariamente. Atendendo à reduzida letalidade do "bicharoco", até sou de opinião de que devíamos deixar andar um pouco mais à vontade, até nos habituarmos. Por vezes, e não é de excluir a hipótese, estes vírus, numa segunda ou terceira passagem tornam-se mais virulentos e perigosos. Sendo assim, havendo pessoas já imunes a gravidade de tal situação ficaria mais acautelada.
Ainda referente ao espectáculo da gripe A, acho curioso, o facto de a porta-voz de todo o processo ser a própria ministra da saúde que vem para a praça pública comentar e analisar cada um dos casos suspeitos, a torto e adireito. Acho incrível. Será que não tem mais nada para dizer? Por que é que não toma iniciativas semelhantes de esclarecimento sobre tantos e tantos outros casos que afligem os portugueses? Enfim, um país de provincianos.
Informar, sim, alertar com cuidado, adotar medidas sem alarmismos e deixarmos de parolices. O fenómeno em causa é mais do que natural, o que não é natural são os atolambados que nos assolam a todo o momento….
Na semana passada dei um salto a Helsínquia com um grupo muito heterogéno de técnicos estrangeiros. Nos aeroportos os japoneses distinguiam-se pelas máscaras faciais. Nas boas vindas à asséptica fábrica que íamos visitar, logo a Directora nos chamou a atenção para os toalhetes disponíveis na casa de banho, pedindo-nos que os utilizásemos para os proteger "dessa gripe que anda por aí"!
ResponderEliminarNão fosse algum dos ímpios levar-lhes a epidemia dos bárbaros!
E assim se aumenta o PIB mundial, com máscaras e vacinas.
Suzana
ResponderEliminarPreocupante é que 10 dos 68 hospitais e centros hospitalares do SNS não disponham de políticas e procedimentos de prevenção e controlo de infecção.
É também preocupante que – segundo o relatório de auditoria de 2008 da Inspecção Geral das Actividades em Saúde - 18% das Comissões de Controlo da Infecção que funcionam nos hospitais não façam vigilância epidemiológica de acordo com o Plano de Prevenção e Controlo de Infecção que está estabelecido. E no sector privado a situação não é melhor. É pior: 25% das unidades hospitalares não fazem auditorias periódicas para prevenir infecções.
Caro Massano Cardoso, ainda bem que não é só estranheza minha, realmente nunca se viu tamanho alarido com uma doença de cuja real perigosidade, de facto, não se ouve falar. Ontem mesmo ouvi um responsável da saúde pública dizer que por agora não há casos confirmados mas que para o Outono, ai meu Deus!, é bem capaz de voltar.E que não é para alarmar (faria se fosse) mas que vai avisando...
ResponderEliminarMargarida, eu acho muito bem que haja esses sistemas todos, só é pena que as piores infecções sejam apanhadas nos hospitais, ou que tenha havido uma escola no Norte onde houve vários casos de tuberculoso e ninguém decretou quarentena geral, ao menos nada que se pareça com esta psicose. Acho que andam a abusar dos nossos medos. A sério.A facilidade com que se instiga o pânico irracional à escla global.