1. Destacados membros do Governo afirmavam há pouco tempo, apesar da radical alteração do cenário macro-económico, que não VIAM razões para apresentação de um Orçamento Rectificativo (OR).
2. Esta semana um membro da equipa das Finanças reiterava não VER razões para a apresentação de um OR, apesar da forte quebra das receitas fiscais e da mais que provável ultrapassagem da despesa orçamentada, neste último caso em resultado do funcionamento dos chamados “estabilizadores automáticos...
3. A Comissão Europeia vaticinava há 3/4 dias um défice orçamental em Portugal de 6,5% do PIB para o corrente ano (optimista, em minha opinião...) e de 6,7% para 2010 como resultado combinado de quebras das receitas fiscais e (este ano) de ultrapassagem das dotações da despesa...
4. Diversos economistas consagrados apontaram já a inevitabilidade de um OR, embora uma das opiniões tidas por autorizadas, ao mesmo tempo que reconhecia essa inevitabilidade sugeria que esse orçamento só fosse apresentado lá para o final do ano...
5. Já aqui comentei que esta ideia de OR só lá para o final do ano se afigura inaceitável e até “imoral” - apresentando todo o ar de “lavagem” duma situação de ilegalidade permanente que consistiria na realização de despesas não autorizadas pela A.R. e de endividamento fora dos limites fixados pela mesma A.R. – até chegar ao final do ano em que a aprovação de um OR “fantoche” viria passar uma esponja sobre toda essa ilegalidade...
6. Parece assim que só os membros do Governo parecem incapazes de VER uma realidade que “se mete pelos olhos dentro” de qualquer cidadão mesmo entorpecido...
7. Num aparente paradoxo, o Ministro da Economia declarou esta semana que VIA as linhas de crédito funcionando...
8. Trata-se pois de uma cegueira atípica e sectorial, esta que se manifesta na incapacidade de VER a necessidade de um OR, que ataca forte altos titulares do executivo...quiçá ofuscados pelo brilho intenso, incandescente mesmo, do sucesso de suas políticas?...
9. Qualquer que seja a razão última de tão obnóxia cegueira, esta gente precisa urgentemente de ajuda...quem pode ajudar estes “Ceguinhos”?
Caro Dr. Tavares Moreira, aproximam-se as eleições (e que saudades de todo o folclore que alegremente as acompanha...). Nessa altura verá quem são os verdadeiros "ceguinhos". Ou muito me engano (seria bom que não) ou a estratégia de espalhar ilusões fáceis e ataque a quem ousa falar verdade, vai inevitavelmente surtir efeito no boletim de voto. It's all smoke and mirrors (até batermos realmente no fundo). Aliás, a cada dia que passa, me convenço mais que as massas gostam e querem continuar a viver neste "doce engano".
ResponderEliminarnota: temos de ter cuidado, que um dia destes algum deputado mais militante ainda nos proíbe de usarmos esta expressão, para evitar discriminações. Caso isso aconteça, faço desde já uma proposta prévia para que se substitua o "ceguinho" por "pininho". Em homenagem à "visão" superior que tem demonstrado o ilustre ministro.
Acho que o caro Dr. Tavares Moreira, eu próprio e a grande maioria dos comentadores deste excelente espaço de reflexão ainda não percebemos que temos que comer muita farinha Maizena para perceber o "socialismo moderno" de José Pinto de Sousa, Dr. Augusto Santos Silva, Dr. Vitalino Canas e do "independente" Dr. Vital Moreira, isto sem falar no ilustre Ministro da Economia Dr. Manuel Pinho...
ResponderEliminarCaro rxc, salvo melhor opinião, esta cegueira obnoxia parece-me ser neutra do ponto de vista eleitoral...ninguém ou quase ninguém se preocupa com o tema...vamo-nos cafrealizando inexoravelmente, adquirindo hábitos 3º mundistas, nada a fazer...
ResponderEliminarAgradeço seu aviso, não obstante: imagine o que seria recomendaren-nos umas quantas doses da famosa farinha...eu não suportaria tal opróbio e admito que o Senhor também não...
Caro Fartinho da Silva,
Essa não, de todo...essa farinha é exclusivamente para políticos de frist class, bem inseridos e ensarilhados no "sistema"...
Espero não ser atacado por esse vírus, bem mais letal do que o da gripe suína!