"Há momentos em que fico muito satisfeito por não ser advogado", disparou ontem Vítor Constâncio em reacção ao que considerou ser "a verborreia" usada no quadro da comissão de inquérito parlamentar à supervisão do BPN. Permitindo-me usar das artes habituais dos advogados, depreendo a contrario das palavras do senhor Governador do BP que noutros momentos lamentou não ser causídico. Compreendo-o, perante as circunstâncias em que fez tal confissão...
Pese embora a razão que lhe assiste ao verberar a falta de rigor com que é confrontado com algumas das questões, esta e outras frases irritadas do Dr. Vitor Constâncio proferidas ontem na sessão da Comissão, revelam que o senhor Governador não se conforma com as ilacções que já percebeu que o País extraíu do caso BPN, mas também do BCP (já esquecido) e do BPP: terá muito provavelmente existido incúria na supervisão bancária por parte do BP e nalguma medida a passividade demonstrada ao longo do tempo é responsável pela situação já apurada. Esta constatação diminui as responsabilidades individuais de quem se aproveitou da confiança e boa-fé de depositantes e alguns investidores? Pois não diminui. Mas as comissões parlamentares - que não são constituídas por advogados nessa qualidade, mas por deputados -, não são criadas para julgar responsabilidades criminais ou civis. Servem para apurar responsabilidades políticas. E o Dr. Vítor Constâncio, que para além de ser um competente economista é um político experimentado, sabe-o bem. Suspeito, por isso, que a irritação do senhor Governador não é só fruto do cansaço ou compreensível reacção ao disparate e à falta de conhecimento. É também e sobretudo um acto de fra(n)queza.
Confesso que o bate-papo sobre o papel do Banco de Portugal em tudo isto é, para mim, incompreensível. Primeiro pelo espectáculo triste de ignorância que está a ser dado, pelos deputados (compreensivelmente) e pelo governador (chocante!!!). O assunto é técnico, ele nunca devia ter passado do caso BCP, tal foi a asneira feita, e a desculpa (ainda mais chocante) de ter 300 pessoas, em 2000, dedicadas à ÚNICA função do Banco de Portugal. Devia ter sido despedido aí por incapacidade técnica.
ResponderEliminarDepois, independentemente daquilo que achemos sobre a comissão de inquérito parlamentar, o facto é que aquilo é uma comissão de inquérito parlamentar. Logo, o governador do Banco de Portugal baixa a bolinha. O espectáculo de não o terem posto logo na ordem foi pior que dois ou três BPP's.
"O governador do Banco de Portugal considera que a opção pela energia nuclear, para enfrentar a actual crise energética, deve ser pensada e debatida, a Quercus acusou hoje o governador do Banco de Portugal de ingenuidade e desconhecimento."
ResponderEliminarEles já o sabiam à mais tempo que nós!
Concordo integralmente com o texto do Tonibler.
ResponderEliminarMas quando as comissões parlamentares tomam caminhos transviados chegamos a isto. À humilhação da Comissão na "visita" do Oliveira e Costa (há muito tempo que não me lembro de me sentir tão envergonhado como português) e a esta conversa de surdos e mal educados.
E porquê? Porque esta comissão nunca quis saber o que realmente interssava: perceber os porquês das falhas de supervisão. Só queria um culpado. E já sabia, à partida, quem era: Vitor Constâncio.
Por isso, ninguém respeita as comissões parlamentares. E se ninguém respeita porque é que Vítor Constâncio ou Oliveira e Costa haveriam de respeitar?
Como comentava um amigo meu, a propósito da visita do Oliveira e Costa, aquilo não foi uma inquirição, foi uma conversa inter-pares...
Em cada prova oral
ResponderEliminarde fraca argumentação,
a sua postura doutoral
provoca irritação!
Mais uma vez chumbado
pela sua incompetência,
este “aluno” babado
pavoneia prepotência.