Há dias três presos em Caxias pisgaram-se por umas horas. Leio que o director prisão foi responsabilizado. Não me conformo que o castigado seja o director.
E também acho mal que, alvo de injusta condenação, não se defenda com a argumentação que tem feito doutrina entre nós nos últimos tempos, alegando que ou há moralidade ou devem comer todos pela mesma medida.
Vejamos o que poderia dizer em sua defesa o alvo da expiação da falha prisional:
(a) Que a ele, director, não cabia a função de vigiar os presos. O director dirige, não vigia. Logo, não pode sofrer as consequências pela omissão de um dever que não é seu.
(b) Não faz sentido censurar o governador, perdão, o director, que nada cometeu, e não os presos que pisaram mais uma vez a lei ao fugirem.
(c) Se soubesse o que sabe hoje, isto é, que os presos iriam fugir, teria tomado medidas eficazes para o evitar.
Este director ou está farto da função e aceita o afastamento como uma benção ou então é um grande distraído!
Zé Mário
ResponderEliminarBrilhante.Parabéns!
Bom artigo!
ResponderEliminarQuanto ao “à moralidade”: credo!
Credo mesmo, mbatista! Envergonhado, as minhas desculpas :(
ResponderEliminar" a argumentação que tem feito doutrina entre nós nos últimos tempos"
ResponderEliminarO que é intrigante é que, tendo o governador dito e redito, durante a longuíssima interpelação parlamentar que não tinha nem tinha que ter responsabilidades, por ser governador e ter outros pelouros, pelas "ingenuidades" dos seus colaboradores da Supervisão, nenhum representante dos partidos lhe tenha feito saber que ele, enquanto governador, tem de assumir as consequências todas as acções ou omissões que em nome a instituição que ele governa, sejam praticadas.
Antes, e agora. É para isso que foi nomeado, e continua a ser, governador.
A não ser desfeita esta ambiguidade ninguém sabe quem é responsável porquê. O que seria sempre grave, mas é gravíssimo quando se trata do Banco de Portugal e do sistema financeiro que lhe compete vigiar.
Exactamente, meu caro Rui Fonseca.
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida,
ResponderEliminarA sua analogia é incorrecta, permita-me. Do que o Governador se queixava era de lhe perguntarem pormenores com a intenção de o atacarem.
Ao director da prisão não lhe perguntem se os presos usaram uma colher, um cinto ou um garfo para escaparem...
A outra questão é: estamos num tempo em que os presos andam a fugir todos. Porquê tantas criticas a esse director de prisão que quase não presos em fuga?
A resposta é fácil: 6,8%
Grato pelo certeiro retoque na alegoria, meu caro cmonteiro.
ResponderEliminarNa mouche!
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