Vi a reportagem que a sic fez sobre a garota que foi entregue à mãe e vive agora algures na Rússia. Não me impressionou nada do que mostraram sobre a menina, que parece bem disposta e alheia aos dramas à sua volta, que saltita e corre pelo pátio e brinca com os cãezinhos. Não lhe vi traços de medo, nem de tristeza, e é difícil que uma criança finja estar bem quando não está, mesmo que o sítio onde vive seja pobre e muito menos confortável e limpo do que estava habituada.
O que me impressionou muito foi a terrível tristeza do casal que a criou e cuidou durante sete anos, a senhora a dizer que não lhe notava maus tratos mas que não lhe via o brilho dos olhos, a procurar avidamente nas imagens algum sinal da anterior cumplicidade, uma mensagem de apelo ou um aviso que a tranquilize no que não é visível aos olhos. Tudo na casa de cá tem a presença da menina que se foi, nota-se a angústia de quem viu cortados de repente os laços de amor que foram tecendo dia a dia, a saudade, o coração nas mãos pelo bem estar e felicidade da pequenita.
Não sei se a sentença foi justa ou injusta, acredito que tenha sido a melhor decisão possível e que não foi certamente ditada nem pela malvadez nem pela insensibilidade. Há simplesmente situações impossíveis de dividir, isto para ti, aquilo para eles, já o rei Salomão puxou da espada para cortar a criança ao meio porque não queria ser ele a tomar a decisão.
O que sei é que o desgosto vivo de quem se vê separado de quem ama, e sobretudo se for de uns pais que ficaram sem a filha, é sempre de partir o coração. Talvez esta garota possa um dia beneficiar do acordo entre todos os que a querem…
O que me impressionou muito foi a terrível tristeza do casal que a criou e cuidou durante sete anos, a senhora a dizer que não lhe notava maus tratos mas que não lhe via o brilho dos olhos, a procurar avidamente nas imagens algum sinal da anterior cumplicidade, uma mensagem de apelo ou um aviso que a tranquilize no que não é visível aos olhos. Tudo na casa de cá tem a presença da menina que se foi, nota-se a angústia de quem viu cortados de repente os laços de amor que foram tecendo dia a dia, a saudade, o coração nas mãos pelo bem estar e felicidade da pequenita.
Não sei se a sentença foi justa ou injusta, acredito que tenha sido a melhor decisão possível e que não foi certamente ditada nem pela malvadez nem pela insensibilidade. Há simplesmente situações impossíveis de dividir, isto para ti, aquilo para eles, já o rei Salomão puxou da espada para cortar a criança ao meio porque não queria ser ele a tomar a decisão.
O que sei é que o desgosto vivo de quem se vê separado de quem ama, e sobretudo se for de uns pais que ficaram sem a filha, é sempre de partir o coração. Talvez esta garota possa um dia beneficiar do acordo entre todos os que a querem…
Salomão teve a clarividência de descobrir a verdadeira mãe. Como srº absoluto que era não tinha espartilhos ou constrangimentos, e por isso, julgou com inteligência e com o coração. Não sei se neste e noutros casos, não seria melhor julgar de acordo também com o coração...
ResponderEliminarExcelente observação!
ResponderEliminarSuzana
ResponderEliminarOs laços de afectividade, de amor, quando são verdadeiros geram graves descompensações emocionais, acompanhadas de sofrimento e sentimento de perda quando as pessoas envolvidas são separadas.
Estas descompensações assumem expressões diferentes tratando-se de adultos ou de crianças.
A menina russa poderá estar aparentemente bem, mas tendo vivido quatro anos com a única família que conheceu, que lhe deu amor, carinho, protecção e segurança, não pode deixar de estar a sofrer.
São casos muito difíceis de resolver porque não pode um juiz partir a criança ao meio. O importante é o bem estar da criança, influenciado pelos laços afectivos construídos e vividos porque estes não se apagam de um dia para o outro.
Os pais afectivos da menina russa sabem melhor do que ninguém a importância na vida da sua filha dos laços afectivos criados ao longo de uma vida de quatro anos. O sofrimento deve ser muito grande...