Bernard Madoff foi condenado a 150 anos de prisão. Uma punição exemplar que condena a economia da “roleta russa” e a gigantesca cabala financeira construída minuciosamente ao longo de décadas.
Mas é particularmente exemplar porque reflecte a importância da gravidade da violação do princípio da confiança e o íntimo reconhecimento do trágico colapso de muitas vidas pessoais e familiares apanhadas na gigantesca fraude.
Mas é particularmente exemplar porque reflecte a importância da gravidade da violação do princípio da confiança e o íntimo reconhecimento do trágico colapso de muitas vidas pessoais e familiares apanhadas na gigantesca fraude.
E, não menos importante, assinale-se a rapidez com que a justiça americana tratou o caso.
O governadeiro e o homem da balança assobiam p´ró lado.
ResponderEliminar...e lá vamos cantando e rindo...
ResponderEliminarUma injustiça, cara Margarida. Pobre Dona Branca, que tão mal foi tratada! A banqueira do povo, que tanto dinheirinho deu a ganhar quer a ricos, quer a pobres... (sim, aquela Senhora, possuía o genuíno espírito de democracia, além de que tratava a todos por filhos)foi injustiçada no seu tempo! Este Madoff, certamente um seu concorrente, conseguiu ver mais longe, conseguiu saír da mediana esfera do comedismo e pular o algar que separa o capitalismo da alta finança.
ResponderEliminarAgora temos os nossos bancos a aumentar os spreads das taxas de juro, para compensar o abaixamento dos index da EURIBOR... e diz o senhor ministro das finanças que os bancos não podem falir...
Pergunto-me... afinal quantas Donas Brancas e quantos Bernard Madoff existem na finança portuguesa!?
Se fosse cá, 150 anos era quanto levaria o processo nos tribunais!
ResponderEliminarCara Margarida Aguiar
ResponderEliminarNão vamos comparar dois sistemas judiciais completamente diferentes e que chegam a conclusões diametralmente opostas.
O Sr Madoff negociou os termos da acusação e, provavelmente, assumiu sózinho, nos actos que lhe eram imputados toda a culpa e responsabilidade.
Provavelmente, essa assumpção de culpa impede que sejam declarados outros culpados, pelo menos nos factos em que o Sr Madoff se declarou culpado.
Provavelmente, o Sr Madoff conseguiu, nos termos em que negociou a sua confissão, alargar o âmbito dessa confissão e da correlativa responsabilidade a factos que possam vir a ser descobertos posteriormente, mas que, de alguma forma se encontram conexos.
O Sr Madoff implementou um esquema tipo "PONZI" a uma escala global, durante mais de 15 anos. Por muito que seja a sua culpa, não estava sózinho. Mesmo admitindo que metade não conhecia os factos e a outra metade não queria conhecer,a verdade é que as duas metades nunca se encontraram para trocar impressões, mesmo quando avisadas, por alguns elementos maus e invejosos.
O Sr Madoff tem uma esposa, dois filhos, um contabilista e um ror de apoiantes/colaboradores com os quais viveu e partilhou uma parte importante das suas vidas. O Sr Madoff, ainda que de uma forma peculiar, tem lealdades e compromissos. O Sr Madoff tem 70 anos e uma expectativa curta de vida, possivelmente ainda mais curta se se descobrir alguma enfermidade escondida.
O Procurador do Estado de Nova Iorque tem um culpado assumido, uma fraude gigantesca em plena crise económica. A imagem do sistema que jurou defender e, em última análise, a sanidade do mesmo (sistema) estava comprometida se se não encontrasse um desenlaçe rápido para o caso.
O arguido oferecia uma confissão, sujeitava-se ao vexame público, ( o equivalente moderno da exposição pública no pelourinho), era responsável, concentrava e concitava o ódio e a vingança dos lesados.
Claro que ficam muitas perguntas e interrogações; (eu enumerei os actores deste drama);claro que as outras responsabilidades ficam ofuscadas com a condenação principal; claro que o processo catártico tardou seis meses. Até arrisco a afirmar que se fez justiça, mas não se descobriu a verdade material e, possivelmente, muita gente vai passar entre os pingos de chuva.....
Não se pode ter tudo e neste mundo nem nada é preto e branco.
Cumprimentos
João
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarA "Pobre Dona Branca" era uma migalha ao lado do Senhor Madoff. Tinham em comum ser burlistas e desgraçaram ambos muitas pessoas.
Caro João
Desconheço totalmente que tenham existido negociações entre o Tribunal e o Senhor Madoff. A sentença fala por si. O seu valor é inegável.
Neste julgamento não estava em causa apurar toda a "verdade material". A investigação em curso levará o seu tempo até chegar ao último dólar.
Uma coisa é certa: a culpa não morreu solteira e segundo tenho lido há mais gente a caminho de ter que prestar contas perante a justiça americana. Não é verosímel que o Senhor Mafoff tivesse actuado literalmente sózinho.