sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A um mês de eleições, o "fatal" prognóstico do 4R...

1. A um mês de eleições legislativas (tal como na Alemanha), o 4R não vai deixar de cumprir a “tradição”, editando um prognóstico dos resultados desta votação.
2. Trata-se de exercício bastante ousado, de alto risco mesmo, atentos os factores de incerteza que caracterizam este veredicto popular, pouco tempo após a “surpresa” das eleições para o Parlamento Europeu e diante de campanha gigantesca (pelo imenso volume de recursos empregues) que os incumbentes têm em curso na tentativa de alterar a tendência do voto popular…
3. A ousadia e o risco também fazem parte da vida pelo que não serão esses factores que nos impedirão de avançar uma previsão…
4. Começando pela abstenção, prevemos que venha a ser bastante elevada, da ordem dos 45%, explicável por desinteresse e descrença na utilidade do voto.
5. Se a abstenção for muito mais elevada, o que não é de excluir, este exercício transforma-se quase num “bruxedo”, requerendo métodos de alquimia que não dominamos…
6. Admitindo o nível de abstenção referido em 4, as nossas previsões, após consulta aos astros competentes, apontam os seguintes resultados:
- PSD – 30 a 34%
- PS - 27 a 31%
- CDS/PP, BLOCO e PCP/Verdes – 8 a 11% cada um
- Brancos e Nulos – 4 a 6%
7. Na apresentação deste prognóstico, além da consulta aos astros competentes tivemos em conta, como não podia deixar de ser, os resultados das eleições europeias, que forneceram um sentido de voto claro– pelo menos no que se refere à rejeição dos incumbentes e do seu
estilo desajeitado/autista, excessivamente propagandístico e pouco credível de
fazer política.
7. Não nos parece lógico que esse sentido de voto, num espaço de tempo tão curto seja significativamente alterado, lembrando que os factores determinantes do voto nas europeias radicaram na política interna e terão tido pouco a ver com os projectos europeus das diferentes forças políticas…
8. Questão diferente é a de saber se o principal Partido da oposição terá “ganas” para mobilizar a seu favor, decididamente, o factor de descontentamento…nas eleições europeias a forte punição dos incumbentes foi por esse Partido aproveitada, certamente, mas em escala limitada. Temos dúvidas de que agora as coisas sejam muito diferentes por razões que não cabe aqui desenvolver.
9. Aqui fica pois o arrojadíssimo prognóstico do 4R, sujeito desta vez, bem mais do que em situações anteriores, a uma elevada margem de erro…faltando apenas dizer que é um prognóstico em que cumpre ressalvar qualquer cataclismo político, improvável mas possível, que ocorra até 27 de Setembro.
10. E no dia 27 de Setembro veremos o que valeram estas previsões. Seria certamente mais seguro avança-las apenas no final desse dia mas convenhamos que perderiam toda a (pouca) graça que agora têm…

16 comentários:

  1. Wishfull thinking, mas diga-nos lá, no meio de toda a trapalhada, existiu melhor governo nos últimos 20 ou 30 anos? Ou seja, um que governe efectivamente e tente dar algum rumo? Mesmo na área em que supostamente você deveria perceber alguma coisa, tem dado cartas. Arrogância, autismo? É marca de quem está no poder, mas se são esses os únicos argumentos que tem, é muito pouco, como aliás começa a ser timbre dos psd's.

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  2. Caro Dr. Tavares Moreira, na minha "leitura" do que é, ou será a intenção de voto para as legislativas no nosso país, tenho em conta "pesos" diferentes, que serão, penso eu os que determinarão as percentagens de votos e votantes.
    Em primeiro lugar e face à enorme expectativa geral que se sente, serão determinantes as campanhas que forem feitas, os discursos que serão proferidos, os programas que forem apresentados. Mais do que nunca, talvez, este serão a meu ver, aspectos determinantes.
    Sabemos com segurança que toda a gente deseja a mudança de governo e desta vez, não será necessário acentuar essa tónica. Aquilo que a meu ver todos esperam conhecer ansiosamente é o programa eleitoral e aquilo que os candidatos irão dizer. Não aquilo que irão apontar-se mutuamente, mas sim aquilo que se irão propor fazer.
    Se o PSD apresentar uma campanha forte neste aspecto, uma campanha directa ao eleitor, se for ao encontro das preocupações e descontentamentos de todos, então estou convicto que a sua previsão para o PSD, será francamente superior. Se pelo contrário, a campanha do PSD se apresentar fraca, se os aspectos mais "quentes" que afectam a nossa sociedade, forem evitados, ou tocados pela rama, então temo que a precentagem que será obtida pelo PSD, possa ser mais baixa que aquela prevista neste post.
    Numa outra optica, se a campanha do PSD não for bem direccionada, bem gerida e bem apresentada e, como prevejo nesse caso a precentagem que lhe couber seja inferior à que prevê, então duas situações ocorrerão: Se o PS (que possui uns bons cromos ao serviço, diga-se em abono da verdade) conseguir fazer uma campanha fortemente demagógica, mas tão demagógica que se faça acreditar, irá conseguir "arrebanhar" uma boa parte dos votos que o PSD não conseguir ganhar. Se o PS não conseguir encontrar a fórmula capaz de voltar a iludir o eleitorado, então os votos perdidos pelo PSD e pelo PS, reverterão em boa parte para o "partido" da abestenção - PA e para o Bloco sobretudo.
    Esta é a forma como equaciono esta questão.

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  4. Caro Bartolomeu,

    Não menosprezo sua penetrante teorização da determinação final das opções dos eleitores, mas como compreenderá para apresentar agora este prognóstico não posso ficar à espera desses próximos desenvolvimentos...
    Terá reparado que no POST lembro que o mais seguro seria apresentar este prognóstico no próprio dia 27,à noite, com conhecimento dos resultados...mas isso seria manifesta falta de desportivismo e não quero ser acusado de tal!

    Caro Paulo,

    Boa malha a sua, em resposta ao "sofredor" joãoh...
    Quanto ao resto permita-me reiterar, "mutatis mutandis", o comentário que dirigi ao nosso amigo Bartolomeu.
    Mas também admito que os factores que refere possam não ser tão decisivos assim...

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  5. Se o PSD concorresse unido na sua diversidade, se não tivesse afastado quem não pertence à «claque» da líder, se o PSD se apresentasse com um programa forte em vez de lugares comuns, conseguiria com certeza congraçar, além da sua área política, ainda todos os que estão fartos do actual governo.
    Nas actuais circunstâncias... não sei. Vai haver imensa abstenção e talvez até uma certa fuga de protesto para o bloco.

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  6. Caro Joaoh,

    pergunta se existiu melhor governo! Acho que todos (ou quase) os governos pós-25 de Abril foram melhores que este, e mesmo alguns do ante-25 de Abril. E não sou só eu a ter esta opinião.

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  7. Caro Dr. Tavares Moreira, apresentar este prognóstico, depois de conhecidos os resultados, seria reeditar a célebre frase do célebre treinador de futebol. Mas não foi isso que quis dizer no meu comentário. Aquilo que referi concretamente é que, é mais certo e fiável fazer assentar uma previsão na auscultação da vontade popular, do que nos resultados das europeias, ou nas razões de Keynes.
    E... aquilo que eu sinto porque oiço com atenção as opiniões dos cidadãos comuns, aqueles que quando não sensibilizados determinam as percentagens do Partido da Abstenção, ou o contrário. É que, existe uma vontade latente de mudança de politica no nosso país e, essa vontade pode ao desabrochar, transformar-se numa imensa onda, ou até num tsunami. ou... não chegar a desabrochar sequer. Aquilo porque todos esperam e que ditará o tamanho da onda, é ouvir a palavra de quem lhes restaure a confiança e lhes garanta que tudo fará seriamente para que neste país acabem a corrupção, a insegurança, a perseguição a determinados sectores do funcionalísmo público, as várias instablidades na educação, na saúde, na justiça. Aquilo que todos esperamos é ouvir palavras verdadeiras, coerentes que traduzam um propósito de governação equilibrada e verdadeiramente direccionada para a sociedade e não somente para os grandes grupos económicos e as classes profissionais proeminentes.
    É importante que os politicos privem com o povo, caro Dr. Tavares Moreira, para que possam aferir das vontades, conhecer as capacidades e saber no fim, como potenciá-las em prol da prosperança de todos.
    Quando vim viver para o campo, surpreendeu-me o facto de os vizinhos sempre que me viam, insistirem para que bebesse um copo de vinho na sua adega. Cheguei a comentar com a minha nulher: será que tenho cara de bêbado?
    Percebi mais tarde que estávam a oferecer-me aquilo que de mais valioso possuem. Avinha requer muito trabalho durante o ano. é a escava, a cava, a poda, a empa, a monda, a espoldra, a esparra, as várias curas, a vindima, a acarta para o lagar, o desengaço, a pisa, a colocação no pipo e por fim, se tudo tiver corrido de acordo com a sorte, abre-se o pipo e prova-se o vinho.
    Perguntará o caro Dr. T. Moreira, porque carga de água terei ido buscar o exemplo da vinha e do vinho, para ilustrar o meu "prognóstico"?!
    É que... se o vinho saír de boa cor, de bom paladar, límpido e aromático, então quem o cultivou fez um trabalho igualmente límpido , apaladado e bem-cheiroso, se pelo contrário, o vinho, ao abrir do pipo, se apresentar de sabor azedo, de cor turva, ou de odor desagradável...não haverá quem o queira beber.

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  9. Caro commonsense,

    Fuga de votos para os...blocos e não apenas para o bloco, devo admitir.
    Creio que terá reparado que a soma dos dois principais partidos neste prognóstico é relativamente baixa (65%, na melhor hipótese, 57% na pior) com abstenção a 45%...nas europeias não chegou a 60%, mas com abstenção próxima de 65% salvo erro.

    Caro Bartolomeu,

    Sou confesso admirador da sua prosa sincera, de coração aberto, fortemente ancorada nas verdades telúricas e na cultura da autenticidade...
    Mas volto a lembrar-lhee que este exercício não é mais do que um prognóstico...se quiser ter a gentileza de nos dar a conhecer o seu ficaremos muito felizes e a 27 de Setembro poderemos então coteja-los e ver quem melhor soube "auscultar" o Povo...!

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  10. Lamento imenso desaponta-lo, caro Dr. Tavares Moreira, mas não me sinto particularmente motivado para o adventismo, sem que possua os sinais necessários para formar opinião.
    Pessoalmente gostaria de ver decorrer por parte de todos os partidos, uma campanha eleitoral que assente nos princípios de verdade, uma verdade ideológica e coerente. Pessoalmente, penso que o PSD reúne melhores condições para apresentar uma campanha "limpa" e convincente e defender o programa que entende ser o melhor para governar.
    Falta conhecer e, iremos ter essa oportunidade, se a Drª. Manuela Ferreira Leite, irá usar a fórmula correcta e conseguir mobilizar as vontades.
    Se assim for, as minhas previsões apontam para uma percentagem de votos bem mais "simpática" para o PSD. Algo muito próximo dos 40 a 45%.

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  11. Por mim, os resultados podem ser desde já publicados no Diário da República, que os prognósticos do meu amigo, via 4R, têm revelado uma clareza total da realidade futura.

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  12. Caro Bartolomeu,

    Cá fica o seu apontamento, quase-prognóstico, de um PSD próximo ou mesmo acima de 40%...desde que cumpridas determinadas condições que enuncia.
    Vejamos se o eleitorado lhe dá razão...

    caro Pinho Cardão,

    Obrigado pelo cumprimento e até aceito que este prognóstico seja desde já publicado em DR como resultado da votação...atenta a facilidade e inusitada frequência com que actualmente são enviadas para o DR rectificações/erratas de diplomas publicados!

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  13. Caro Tavares Moreria

    Só hoje vi o seu post, daí o atraso em "ajudar" ao comentário.
    As suas previsões são muito próximas das que partilho.
    As diferenças residem no que será o "score" do PSD. Acho que o intervalo é entre 33-36% e não o que o meu amigo aponta. Porque entro em linha de conta com o resultado dos debates.
    Acho que a abstenção será menor do que a que aponta, entre 35-37%. (Li apenas as gordas de uma notícia que apontava para que existiriam +/- 7% de eleitores a mais nos cadernos, pelo que haveria que "reactualizar" os resultados das últimas 2/3 eleições).
    No resto estou de acordo. A única grande surpresa será o BE com 13/15% e um CDS com menos de 8.5%
    Em qualquer dos casos, vamos ter um acordo PSD/PS em Outubro,(não se trata de coligação) mas sem que o mesmo seja co-patrocinado pelo o inefável PM em funções.
    Cumprimentos
    joão

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  14. Muito bem caro João, registo seu arrojado contributo para este tema "quente-morno" da antecipação dos resultados das legislativas...
    Entendo sua lógica de raciocínio mas mantenho as previsões que apontei - e se o meu Amigo acabar por ter razão não ficarei triste, com certeza!
    Quanto ao pós-eleições considero ainda prematura a definição de cenários de colaboração...
    Parece-me aliás um tema bem mais complexo do que o simples prognóstico dos resultados, por muito arriscado que este seja...

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  15. Caro Tavares Moreira

    Apenas para acrescentar que a minha última parte tem que ver com uma "pesquisa" que realizei em meados de Agosto e que indicava que o incumbente e incontornável PM, tinha um limiar da defenestração que se situava em ter menos de 30% dos votos expressos nas próximas eleições.
    Com as suas e minhas previsões, o PM não dura até à meia noite de 27/09/09.
    Cumprimentos
    joão

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  16. Atenção, meu Caro, que na minha previsão os incumbentes podem chegar a 31%...
    Possibilidade adrede considerada, ao que parece, para colocar o incumbente-mor a coberto de uma tão infausta consequência que o horóscopo político de meu Amigo lhe consigna...

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