1. Debatemos ontem as virtualidades de um cenário de coligação governamental pós-eleitoral PS-BE, analisando alguns dos seus aspectos mais relevantes, nomeadamente o da formação de parte do governo.
2. A rapidez dos acontecimentos e a alucinante oscilação dos resultados das sondagens (...) conduz-nos hoje à consideração de outro cenário, este com mais potencial, de uma coligação governamental PS/CDS-PP.
3. Este diferente cenário, comparado ao que ontem analisamos, tem a seu favor dois elementos: (i) a existência de precedente histórico, com actores distintos mas de óptimos resultados e (ii) uma receptividade bem maior, seguramente, por parte da classe empresarial.
4. É claro que este cenário continua a sofrer da fragilidade natural do anterior: vai contra a previsão do 4R o que, convenhamos, diminui em muito a sua verosimilhança...mas isso não deve constituir impedimento à sua análise com igual empenho metodológico!
5. Olhando às potencialidades desta solução, encontramos nela a mesma capacidade de aceleração e de animação da vida política que ontem vislumbramos numa coligação PS-BE. Porventura com um pouco mais de urbanidade, é certo – sem o problema das gravatas, por exemplo – mas em todo o caso emprestando forte aceleração e dinamismo ao calendário político.
6, Vislumbra-se uma dificuldade, superável com algum jeito todavia: não é imaginável a continuação do muito criticado mas talentoso ministro da Agricultura, a quem o CDS/PP dedica uma ternura muito particular...isso pode resolver-se, parece-me, restituindo o Senhor à sua origem comunitária, com uma passagem em executiva...
7. Não teríamos certamente a fricção com a classe empresarial, os militares talvez ficassem mais felizes...mas o que iria dizer a ala mais “radical” do PS, que advoga uma aliança com o BE? Bem vistas as coisas, o que essa ala mais radical disser inicialmente não contará muito desde que os seus apaniguados encontrem outro tipo de satisfações...
8. Na perspectiva de um governo que enfrenta uma conjuntura económica ainda muito difícil e que continuará bem difícil nos tempos mais próximos, que terá de apresentar um discurso que encoraje os investidores...esta solução pode até ser bastante mais atractiva que a anterior.
9. Não temos falado do PSD...mas que se tranquilizem as tropas do PSD com o nosso prognóstico, que continua de pé. Estes exercícios que ontem e hoje realizamos são metodologicamente justificados à luz dos indicadores proporcionados pelas sondagens...mas sondagens são uma coisa, resultados são outra, que até pode ser muito diferente como bem sabemos...
com o BE parece que vai ser difícil, Caro Dr. Tavares Moreira.....segundo o Prof. Fernando Rosas – “o verbo não é coligar o verbo é derrotar”.
ResponderEliminarhttp://www.rostos.pt/inicio2.asp?cronica=81516&mostra=2
Já o CDS, com a paixão de Paulo Portas pelo Poder, valerá tudo certamente....
Já agora deixo este video:
http://www.youtube.com/watch?v=_vuZlAsR8VY
:-)
Os meus cumprimentos.
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarO seu post é interessante mas gostava de "discordar" do seu título, porque os cenários que tem "esmiuçado" são o que eu considero os "cenários de rico". Nestes cenários contamos que temos o dinheiro ao fim do mês, independentemente das nossas acções, actividades e outros..
Ora se pensarmos que, dentro de dois anos, os cenários são de pobre, isto é, não sabemos o que vamos ter no final do mês, nem se vamos receber no final... a questão de coligação, não coligação e outros, tem que ser vista noutra perspectiva.
Nesta perspectiva, "de pobre", talvez uma coligaçao a dois saiba a pouco, com todos pode ser- quase-impossível e sem companhia, pode ser a solução mais remuneradora.
Pena é que não se tenha sequer discutido este cenário de "pobre".
Cumprimentos
joão
Cara Pezinhos, convenhamos que F. Rosas não é grande especialista na geração de formulas verbais...
ResponderEliminarE o seu próprio nome, Rosas, deixa algum perfume de suspeita quanto à genuidade da fórmula...
Caro João,
Engraçada, bem engraçada a sua ideia dos "cenários de rico"...confesso que nunca me lembraria de tal!
Quanto ao prazo de dois anos que sugere para introduzir o factor tempo nesta análise, eu chamar-lhe-ia, com sua permissão, um "cenário de luxo"!
Para mim, os cenários que avancei serão, na linha metodológica assumida, cenários para 6 meses,se for um ano já será excepcional optimismo...
Uma coligação com todos seria, convenhamos, uma caldeirada intragável...talvez daqui a 2 anos como prolegómono de um toque de finados...
Ao certo, ao certo, o que temos são as previsões adiantadas pelo Tavares Moreira no 4r, e que se mantêm firmes, e...os resultados de domingo próximo.Aguardemos, pois.
ResponderEliminarNotável, a sugestão de video da cara Pezinhos!
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