terça-feira, 29 de setembro de 2009

Consolidação orçamental para 2010...Como entender ?!

1. Notícia de relevo nesta data é a declaração que terá sido proferida esta manhã pelo Gov/BdeP sugerindo, recomendando ou ordenando (não percebi bem) que a consolidação orçamental seja adiada para 2010.
2. Um cidadão minimamente atento, não poderá deixar de abrir a boca de espanto ao ler esta notícia: mas então não ouvimos argumentar, “ad nauseam” nestes últimos tempos, que um dos grandes feitos do governo cessante foi precisamente o saneamento das contas públicas, a consolidação orçamental, depois do descalabro em que essas contas teriam sido deixadas pelo Governo PSD-CDS/PP no início de 2005?
3. Como compatibilizar esse proclamado sucesso com a proposta do Gov/BdeP de deixar a consolidação para 2010? Vamos consolidar, a partir de 2010, contas públicas que estão "mais do que" consolidadas graças ao trabalho do governo cessante? Como entender este paradoxo aparentemente insanável?
4. Se o Gov/BdeP tivesse referido apenas a necessidade de redução do défice orçamental, agravado por efeito de factores de ordem conjuntural, da recessão forte que atingiu a economia, ainda se poderia compreender - mas sem por em causa a consolidação orçamental tão arduamente adquirida...
5. Mas se a sugestão/recomendação é no sentido de estabelecer o objectivo de consolidação orçamental, isso só pode ser entendido como negação clara do que nos tem sido explicado pelo marketing oficial, “ad nauseam”!
6. Conclusão, ou o Gov/BdeP não fala verdade – será útil perceber porquê e com que consequências – ou então andamos este tempo todo a ouvir histórias de uma façanha governativa que simplesmente não existiu...como tem sido de resto abundantemente sustentado pelo nosso ilustre confrade Pinho Cardão...
7. Como vamos sair deste paradoxo? Será ou não necessário um trabalho árduo de consolidação orçamental e não apenas de redução do défice, neste último caso beneficiando do funcionamento quase mecânico dos estabilizadores automáticos accionados pela recuperação económica? 8.Alguém estará disponível para explicar?Será que o próximo debate orçamental poderá esclarecer este paradoxo?

8 comentários:

  1. O Gov do BoP deve estar à espera de um convite do primeiro-ministro eleito para verificar os verdadeiros valores do défice deixados pelo primeiro-ministro cessante. Afinal, este governo também tem direito a uma pesada herança como outro governo qualquer.

    ResponderEliminar
  2. Anónimo19:42

    Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  3. Caro Tonibler,

    Sempre inspirado meu Amigo! Olhe que esse convite acabará por chegar e o cozinheiro dos défices voltará a arranjar um belo petisco orçamental!

    Caro voz a 0 db,

    Não andará muito longe da verdade em relação à efectiva dimensão do défice...bastará destapar alguns alçapões de despesa e aí surgirá ele, em seu esplendor!
    Mas falta um ponto importante: então a tão apregoada consolidação orçamental que ainda ontem un nosso comantador gabava como uma das grandes reformas estruturais destes últimos anos?
    Não existiu, simplesmente não existiu como sugere hoje a afamado Gov/BdeP?
    A tal grande reforma não terá passado de operação de propaganda?
    Em que ficamos?

    ResponderEliminar
  4. Ora pretendem consolidar,
    ora pretendem o oposto,
    não estamos para brindar
    com o doente indisposto.

    O paradoxo insanável
    da verdade orçamental,
    é a conclusão assinável
    com objectividade mental.

    E já agora...

    O desastre colectivo
    da política socialista,
    tem um sinal efectivo
    por ser tão irrealista.

    O crescimento é brutal
    do nosso endividamento,
    o descalabro orçamental
    tolherá o desenvolvimento.

    ResponderEliminar
  5. Caro Tavares Moreira,

    Em matéria de consolidação orçamental, a consolidação deve ter sido qualquer coisa do estilo, juntar as despesas todas, em folhas soltas, e colar uma a uma até ficar um maço bem consolidado.

    Fora de brincadeiras, julgo que Constâncio está para a consolidação das contas públicas como Portugal para o D. Sebastião. Este ano é que ele vai aparecer...

    Enquanto não houver um jornal,ou uma fonte credível que analise e explicite as contas para os portugueses de forma simples e real, estes vão continuando a ser enganados por malabarismos trimestrais!

    ResponderEliminar
  6. Caro Manuel Brás,

    Sua poesia ilumina este Blog, estruturando ideias num formato simples mas com imensa força criativa!

    Caro André,

    A comparação com D. Sebastião é excessivamente favorável ao personagem em causa...uma manhã de nevoeiro não pode ser comparada a anos de pesadelo!
    Mas sua imagem dos papeis colados, como sinal de consolidação, teve mesmo graça!

    ResponderEliminar
  7. Anónimo18:48

    Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  8. Anónimo01:30

    Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar