O telejornal da TVI 24 deu notícia de um estudo realizado por um grupo de médicos de oncologia, coordenado pelo Dr. António Araújo, onde se conclui por um claro sub financiamento do tratamento de doenças oncológicas em Portugal. Segundo esse estudo, temos o mais baixo nível de gastos da Europa no tratamento desta doença e muito atrás do que é gasto com as doenças cardio vasculares, com cuja dimensão e impacto social se compararam.
A iniciativa do estudo foi explicada com as pressões a que estão sujeitos os médicos para evitarem prescrever os tratamentos mais dispendiosos ao ponto de “lhes causar problemas de consciência” e “a incompreensão dos doentes e das famílias”, segundo o coordenador do estudo, que adiantou que a política do medicamento definida pelos Governo e aplicada através dos Administradores Hospitalares não tem tido em conta a realidade da doença oncológica, por falta de estudo dessa realidade. O representante dos Administradores Hospitalares reconheceu que “por vezes é atrasada” a compra dos medicamentos mais actuais e eficazes, por razões de disponibilidade financeira. O Dr. António Araújo sublinhou que o principal problema reside na forma errada como se gerem os recursos escassos, uma vez que são orientados para outras doenças que têm um impacto social e pessoal menos grave do que o cancro.
Estava a ouvir o manifesto constrangimento do médico, a segurar as palavras para não ser demasiado veemente, e a conversa enrolada do Administrador e a perguntar-me que recursos financeiros terão já sido mobilizados no âmbito da Gripe A, que agora afinal não exige tantas análises de despiste, nem tantas escolas fechadas ao primeiro espirro, nem tantas leituras em directo dos boletins de saúde, nem tantas ambulâncias especilamente equipadas, nem tantos planos de contingência, nem, nem, nem.
A iniciativa do estudo foi explicada com as pressões a que estão sujeitos os médicos para evitarem prescrever os tratamentos mais dispendiosos ao ponto de “lhes causar problemas de consciência” e “a incompreensão dos doentes e das famílias”, segundo o coordenador do estudo, que adiantou que a política do medicamento definida pelos Governo e aplicada através dos Administradores Hospitalares não tem tido em conta a realidade da doença oncológica, por falta de estudo dessa realidade. O representante dos Administradores Hospitalares reconheceu que “por vezes é atrasada” a compra dos medicamentos mais actuais e eficazes, por razões de disponibilidade financeira. O Dr. António Araújo sublinhou que o principal problema reside na forma errada como se gerem os recursos escassos, uma vez que são orientados para outras doenças que têm um impacto social e pessoal menos grave do que o cancro.
Estava a ouvir o manifesto constrangimento do médico, a segurar as palavras para não ser demasiado veemente, e a conversa enrolada do Administrador e a perguntar-me que recursos financeiros terão já sido mobilizados no âmbito da Gripe A, que agora afinal não exige tantas análises de despiste, nem tantas escolas fechadas ao primeiro espirro, nem tantas leituras em directo dos boletins de saúde, nem tantas ambulâncias especilamente equipadas, nem tantos planos de contingência, nem, nem, nem.
Uma realidade que merecer ser denunciada. Testemunho de uma lamentável incongruência por parte dos responsáveis pela saúde. Em primeiro lugar, privilegiam a sua imagem, em segundo, tratam os doentes, nem todos, infelizmente...
ResponderEliminarImpressionante. Vale bem a pena pagar impostos nesta porcaria deste país.
ResponderEliminarSuzana
ResponderEliminarJá não basta continuarmos a ter pessoas que morrem nas filas de espera por uma cirurgia oncológica. Também temos quem deixe de viver porque está em filas de espera para fazer tratamentos essenciais, como é o caso da quimioterapia, e porque não tem acesso aos medicamentos mais eficazes. Tudo porque o SNS funciona mal e porque se instalou uma visão economicista da saúde em que é preciso poupar dinheiro sem cuidar de, em primeiro lugar, colocar a vida das pessoas à frente de tudo e de, em segundo lugar, fazer uma gestão cuidada dos recursos.
Uma situação que merecia ser denunciada todos os dias. O problema é que os doentes, embora sendo muitos, não têm capacidade reivindicativa.
O estranho, é não existir uma "consciência" que destribua a receita de acordo com as necessidades e que, se o problema-base reside na exiguidade de verbas, não sejam algumas áreas da saúde consideradas de 1ª importância e lhe sejam atribuidas, consequentemente as verbas necessárias.
ResponderEliminarVolto a "bater na mesma tecla", porque não canalizar as verbas provenientes dos jogos da Santa Casa, para os serviços de saúde, em lugar de para os grandes clubes desportivos?
O desporto, pode perfeitamente continuar a sua acção sem essas quantias que suponho avultadas e que resolveriam uma parte significativa de problemas na saúde.