27/09/2009 - Para memória futura, uma frase do passado: "Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir" - Churchill Acontece que a verdade, por vezes, demora a vestir e a inverdade é por demais ágil. É preciso saber aplacá-la. Por muito que demore, veste-se. Não há, pois, que desistir. Pelo contrário.
Deixou o Bloco de Esquerda falar à vontade, transmitiu todas as ideias do partido e com isso foi possível verificarmos a transferência de 5% dos votos do BE para os socialistas. Deixou o CDS falar à vontade, transmitiu todas as ideias do partido e com isso foi possível a transferência de 5% de votos do PSD para o CDS! E claro, a comunicação social não permitiu que os portugueses percebessem as ideias do PSD! Houve apenas ruído, casos e mais casos e com isso ninguém percebeu nada!
Desta forma, só posso dizer: Parabéns à comunicação social pela dívida pública atingir os 106% do PIB, parabéns à comunicação social pelo défice atingir os 7% do PIB, parabéns à comunicação social pela dívida do país (estado, famílias e empresas) atingir os 138% do PIB, parabéns à comunicação social pela taxa de desemprego real atingir os 11,5% da população activa, parabéns à comunicação social por dentro de 10 anos as reformas dos portugueses que entretanto a venham a obter atingir 55% do último salário, parabéns à comunicação social pela taxa de crescimento do país continuar a ser a mais baixa da Zona Euro!
Enfim...! Temos o que merecemos!
Quanto aos portugueses, por favor, não se queixem mais!
No rescaldo desta noite quase que dá vontade de me ficar pela teoria de Miguel S. Tavares (dito há momentos na TVI), de que Portugal é um País ingovernável (deduzo que por opção)... Mas não, prefiro subscrever as palavras aqui expressas pelo Drº Pinho Cardão.
Meus caros, estes resultados são particularmente curiosos mas há algo neles que me parece ser ainda mais motivo para preocupação. Da forma que os resultados estão o PS tem forçosamente que negociar ou com o PSD ou com o CDS. O grande problema que existe é que ainda faltam nestas contas os votos da emigração. Se esses 4 forem para o PS abre-se uma porta que será potencialmente explosiva para Portugal: o PS negociar o apoio do BE. Como é evidente o BE não lho dará grátis e quererá trocar o seu apoio pelo apoio do PS a algumas das medidas tontas habituais daquela banda. Eis algo que me parece muito, muito grave.
A terminar: que tipo de sociedade bizarra consegue dar 17,73% do seu voto à extrema-esquerda? Sendo esta composta por dois partidos estranhissimos. Um, um partido comunista ortodoxo sem igual na Europa. Outro, um partido anti-sistema que é caso único na Europa Ocidental ter tamanho suporte ou algo remotamente parecido. Que cultura tão estranha, a cultura Portuguesa...
Não basta dizer que se vai privilegiar a verdade, a competência, o rigor, é preciso praticar. Ora ao longo dos últimos meses abria-se o jornal ou a televisão e era-se confrontado com factos que contrariavam aquelas ideias.
O espantoso foi ver-se gente que se esforça denodadamente por esticar o vencimento até ao final do mês, que não esperava nenhum milagre financeiro do PSD e até vive numa zona de influência socialista, optar por sensibilidade àqueles valores que foram apregoados. São pessoas que trabalham, que incentivam os filhos a estudar porque acreditam que se sobe na vida por mérito, que ainda respeitam a opinião do médico, do juíz ou do professor e, nos momentos críticos da vida, sentem necessidade de se aconselharem. Mas não aceitam ser ludibriados. Esperemos que os dirigentes do PSD tenham consideração e estima por esta boa gente, que tenham capacidade para os ouvir e não desbaratem o seu apoio com corporativismos, autoritarismos e sobrancerias.
É que a classe média é escassa e perdeu valores. E os outros foram capturados pela força gravitacional do PS e vão orbitar à sua volta até ao fim dos tempos.
A não ser que não estejam mais interessados em imprimir um rumo ascendente a este país.
Antes do mais, desejo agradecer as palavras amáveis com que receberam os meus comentários na passada 5.ª feira.
Em particular, saúdo as respostas de Suzana Toscano e de Pinho Cardão, que, naturalmente, tive em boa conta.
Os meus comentários foram efectivamente críticos, mas correctos e feitos com elevação, assim os considero, sem presunção, com sempre intento fazer.
Reconheço e estimo o estilo moderado que na 4.ª República predomina e não era isso que questionava, mas sim a eficácia da luta política empreendida, que pode manter a elegância, sem esquecer a contundência.
E aqui é que eu acho a maior debilidade da 4.ª República, dado que usa com excesso punhos de renda na crítica e na luta políticas que pretende travar.
Mas o estilo pertence a cada um. A sua eficácia, porém, terá de ser por todos avaliada. E esta, a meu ver, é baixa. Mas pode obviamente subir, se houver consciência da sua necessidade.
Como acabamos de ver pelos resultados eleitorais de hoje, o PSD confirmou a sua falta de organização e eficácia políticas, atingindo praticamente a mesma votação percentual de há 4 anos.
Tinha, à partida, boas perspectivas de derrotar o PS e o seu líder especialista em Demagogia e todo o género de trapaças.
Estava este por isso mesmo debilitado, afectado na sua credibilidade, pelo conjunto de trapalhadas de ordem ética, em que se envolvera, além de se apresentar com um passivo de 4 anos de governação medíocre, em quase todas as áreas governativas, com MFLeite repetidamente vincou, sem lograr convencer disso uma parte muito importante do eleitorado.
Isto denota, creio, certa inépcia política de um Partido que teima em não encontrar organização adequada aos combates que tem de enfrentar.
Esquecido da sua base doutrinária, com a conquista de duas maiorias absolutas, a sua elite dirigente, subitamente catapultada a cargos de Gestão em Empresas importantes do Estado e Privadas, aderiu de alma e coração às teses do economicismo puro, desatendendo levianamente as áreas sociais.
Note-se que, nos últimos 15 anos, o PSD não conseguiu estabelecer nenhum tipo de estrutura no mundo do trabalho, persistindo em alimentar essa comprovada ficção chamada TSD, cuja actividade é aí completamente desconhecida.
O PSD continua também, aparentemente, sem querer entender a índole profunda do seu mais directo adversário político, o PS, que há longos anos persegue uma política sistemática de ocupação do aparelho de Estado, das Instituições e das Empresas Públicas ou onde o Estado detém influência significativa e, até nas privadas, em que consegue introduzir elementos seus, em postos relevantes, a troco de auxílio específico, quando se encontra no Governo, nas áreas de onde desencadeia vastos programas de obras públicas, com ou sem os necessários concursos, depois contestados.
Analogamente o PS, lançando súbsídios de toda ordem, vai aumentando uma legião de dependentes que, sob chantagem, lhe retribuem, no momento eleitoral, o seu requerido apoio. ( Cont. )
Ao fim de anos desta política, a presença do PS no Estado e nas Empresas atinge níveis de controlo impressionantes.
Estranhamente, o PSD nunca deu relevância a este facto, raramente o denunciando e nunca o combatendo.
Talvez porque uma sua pequena elite se encontre também nestas mesmas Empresas ou nas Repartições do Estado em postos de elevada importância, a que ascendeu, em tempos recuados de hegemonia política, uns com mérito, outros claramente sem ele, não deu atenção a este fenómeno da construção progressiva de uma imensa rede de gente que aí assegura a influência duradoura, sempre crescente do seu Partido.
No mundo da Comunicação Social, é também impressionante a influência do PS, contando aí com vastas teias de aliados que permanentemente tecem o seu trabalho militante, abafando e anulando todas as matérias noticiosas que possam prejudicar o PS, ao mesmo tempo que ampliam e fazem durar todas aquelas em que pressintam algo de prejudicial ao seu adversário.
Veja-se como o caso da TVI, com o afastamento de Moniz e Moura Guedes, de início considerado uma bomba de alto poder destrutivo para o PS, rapidamente perdeu relevância noticiosa, sendo logo substituído pelo das escutas, melindroso para o PSD, ao mesmo tempo que fragilizava o PR.
E poderia prolongar o rol de acontecimentos de natureza política em que o PS sistematicamente enrola o PSD, sem que este pareça ganhar disso consciência ou pelo menos sem que seja capaz de tirar ilações, prevenindo-se para o futuro.
Causa espanto como um Partido, como o PS, consegue fazer a rábula de ser o principal promotor do modernismo económico, abraçando as fantasiosas teorias do neoliberalismo económico-financeiro e, simultaneamente, apresentar-se como o seu indefectível opositor.
Veja-se como Sócrates passou a verberar, por palavras, os malefícios do recente desregramento financeiro, quando, ainda há pouco, todo ele se entusiasmava com as maravilhas dos negócios fictícios, que pareciam inundar de proventos todos os mercados e bolsas do mundo.
Como é que com tantas fragilidades do Governo Sócrates, pessoais e colectivas, o PS consegue obter, ainda assim, uma nova vitória eleitoral ?
Como se explica que o PSD não tire vantagem praticamente nenhuma da tecnicamente incompetente e eticamente condenável governação de Sócrates ?
Haverá aqui matéria suficiente para o PSD nela reflectir, se verdadeiramente quiser combater o terrível pesadelo que se abateu sobre o País.
Boa noite e ânimo para lutar por melhores dias.
Aproveite-se este novo revés para operar uma profunda remodelação na prática política do PSD ou estaremos a caminho da mexicanização do Regime...
Está aqui uma pessoa muito tranquila a trabalhar, com a companhia de um radio sintonizado na TSF, mais precisamente no programa matinal do Fórum e de repente, começa-se a ouvir, a voz de um participante, que diz:
- "...Precisamos é de um golpe de estado e de mandar prender os políticos, a comecar pelo Mário Soares ..."
Juro que dei um salto na cadeira.
Realmente, ontem Louçã, disse que nada será como dantes. E eu já estou a ver isso ...
Vamos ver se a Barca aguenta, a tumultuosa tempestade que aí vem. O uso de colete de salvação é aconselhável.
Caros comentadores, partilho da vossa desilusão mas deixem-me recordar alguns factos, já que a memória não pode valer só para os últimos 15 dias, como diz o caro Tiago Barbosa. Depois de 6 anos de PS, o PSD foi GOverno 2,5+6 meses atribulados, com um lider que largou tudo de repente e outro que assumiu o poder sem tempo para eleições. Seguiu-se maioria absoluta do PS, mais 4,5, e o PSD entreteve-se a sustituir lideres uns atrás dos outros, dos mais variados naipes e estilos, até Junho de 2008, altura em que a Dra. Manuela foi eleita. O Partido estava desfeito em lutas internas e o PS pujante. Apesar de todas as dificuldades, internas e externas, conseguiu-se: fazer oposição até às eleições europeias, organizar o Partido para estas eleições, escolher um cabeça de lista novo e sem histórico nas lutas internas, ganhar as europeias, preparar as legislativas, fazer baixar as expectativas do PS ao ponto de terem temido seriamente que iam perder, como durante grande parte da campanha as sondagens indicavam empate técnico.Não é por acaso queo Eng.Sócrates agradeceu a "extraordinária vitória" quando perdeu a maioria e mais de vinte deputados. É a primeira vez, que me lembre, que quem está no poder e se recandidata com o mesmo lider tem uma significativa perda de votos, caindo de uma maioria confortável para uma minoria significativa, que precisa de mais de 16 deputados para Governar.Podemos agora falar em erros de campanha, no que poderia ou não ter sido, etc, etc, mas gostava de saber quem, dentro do PSD, poderia ter feito melhor, nas mesmas circunstâncias. E aproveito para homenagear a coragem, a determinação e a imensa dedicação da Dra. Manuela na defesa do que sempre considerou como os valores a defender e as políticas que sempre acreditou que seriam as melhores para Portugal, e em que eu também acredito. A amizade e admiração que tenho por ela só sairam reforçadas neste acto eleitoral.
27/09/2009 - Para memória futura, uma frase do passado: "Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir" - Churchill
ResponderEliminarAcontece que a verdade, por vezes, demora a vestir e a inverdade é por demais ágil. É preciso saber aplacá-la. Por muito que demore, veste-se. Não há, pois, que desistir. Pelo contrário.
E a comunicação social... venceu as eleições!
ResponderEliminarDeixou o Bloco de Esquerda falar à vontade, transmitiu todas as ideias do partido e com isso foi possível verificarmos a transferência de 5% dos votos do BE para os socialistas. Deixou o CDS falar à vontade, transmitiu todas as ideias do partido e com isso foi possível a transferência de
5% de votos do PSD para o CDS! E claro, a comunicação social não permitiu que os portugueses percebessem as ideias do PSD! Houve apenas ruído, casos e mais casos e com isso ninguém percebeu nada!
Desta forma, só posso dizer: Parabéns à comunicação social pela dívida pública atingir os 106% do PIB, parabéns à comunicação social pelo défice atingir os 7% do PIB, parabéns à comunicação social pela dívida do país (estado, famílias e empresas) atingir os 138% do PIB, parabéns à comunicação social pela taxa de desemprego real atingir os 11,5% da população activa, parabéns à comunicação social por dentro de 10 anos as reformas dos portugueses que entretanto a venham a obter atingir 55% do último salário, parabéns à comunicação social pela taxa de crescimento do país continuar a ser a mais baixa da Zona Euro!
Enfim...! Temos o que merecemos!
Quanto aos portugueses, por favor, não se queixem mais!
No rescaldo desta noite quase que dá vontade de me ficar pela teoria de Miguel S. Tavares (dito há momentos na TVI), de que Portugal é um País ingovernável (deduzo que por opção)...
ResponderEliminarMas não, prefiro subscrever as palavras aqui expressas pelo Drº Pinho Cardão.
A vitória socialista,
ResponderEliminarmas menos expressiva,
premeia a ideia simplista,
da política repressiva.
O PSD sai derrotado
neste acto eleitoral,
tendo desbaratado
esta crise estrutural.
O PP foi um vencedor
pela força da liderança,
o seu líder é merecedor
de um voto de esperança.
O Bloco mais representado
nos lugares do Parlamento,
tem um ganho fundamentado
por tanto descontentamento.
O PCP é resistente
pela vontade popular,
com a crise latente
de um país a deambular.
A vida continua...
ResponderEliminar63,4% não quiseram o programa do PS
ResponderEliminarAntónio Alvim
A soberania popular
ResponderEliminarditou estes resultados,
o regime a deambular
por valores maltratados.
A simplicidade textual
de ideias e de verdades,
fica uma vitória virtual
para bem das liberdades.
Agora sim, e a vida continua…
Como é que é possível?!
ResponderEliminarDepois destes últimos 4 anos!
Parece que só contam os últimos 15 dias... A memória do povo é mesmo curta!!!
Meus caros, estes resultados são particularmente curiosos mas há algo neles que me parece ser ainda mais motivo para preocupação. Da forma que os resultados estão o PS tem forçosamente que negociar ou com o PSD ou com o CDS. O grande problema que existe é que ainda faltam nestas contas os votos da emigração. Se esses 4 forem para o PS abre-se uma porta que será potencialmente explosiva para Portugal: o PS negociar o apoio do BE. Como é evidente o BE não lho dará grátis e quererá trocar o seu apoio pelo apoio do PS a algumas das medidas tontas habituais daquela banda. Eis algo que me parece muito, muito grave.
ResponderEliminarA terminar: que tipo de sociedade bizarra consegue dar 17,73% do seu voto à extrema-esquerda? Sendo esta composta por dois partidos estranhissimos. Um, um partido comunista ortodoxo sem igual na Europa. Outro, um partido anti-sistema que é caso único na Europa Ocidental ter tamanho suporte ou algo remotamente parecido. Que cultura tão estranha, a cultura Portuguesa...
Não basta dizer que se vai privilegiar a verdade, a competência, o rigor, é preciso praticar. Ora ao longo dos últimos meses abria-se o jornal ou a televisão e era-se confrontado com factos que contrariavam aquelas ideias.
ResponderEliminarO espantoso foi ver-se gente que se esforça denodadamente por esticar o vencimento até ao final do mês, que não esperava nenhum milagre financeiro do PSD e até vive numa zona de influência socialista, optar por sensibilidade àqueles valores que foram apregoados.
São pessoas que trabalham, que incentivam os filhos a estudar porque acreditam que se sobe na vida por mérito, que ainda respeitam a opinião do médico, do juíz ou do professor e, nos momentos críticos da vida, sentem necessidade de se aconselharem. Mas não aceitam ser ludibriados.
Esperemos que os dirigentes do PSD tenham consideração e estima por esta boa gente, que tenham capacidade para os ouvir e não desbaratem o seu apoio com corporativismos, autoritarismos e sobrancerias.
É que a classe média é escassa e perdeu valores.
E os outros foram capturados pela força gravitacional do PS e vão orbitar à sua volta até ao fim dos tempos.
A não ser que não estejam mais interessados em imprimir um rumo ascendente a este país.
Agora calar-me-ei.
Caros Amigos e Confrades da 4.ª República,
ResponderEliminarAntes do mais, desejo agradecer as palavras amáveis com que receberam os meus comentários na passada 5.ª feira.
Em particular, saúdo as respostas de Suzana Toscano e de Pinho Cardão, que, naturalmente, tive em boa conta.
Os meus comentários foram efectivamente críticos, mas correctos e feitos com elevação, assim os considero, sem presunção, com sempre intento fazer.
Reconheço e estimo o estilo moderado que na 4.ª República predomina e não era isso que questionava, mas sim a eficácia da luta política empreendida, que pode manter a elegância, sem esquecer a contundência.
E aqui é que eu acho a maior debilidade da 4.ª República, dado que usa com excesso punhos de renda na crítica e na luta políticas que pretende travar.
Mas o estilo pertence a cada um. A sua eficácia, porém, terá de ser por todos avaliada. E esta, a meu ver, é baixa. Mas pode obviamente subir, se houver consciência da sua necessidade.
Como acabamos de ver pelos resultados eleitorais de hoje, o PSD confirmou a sua falta de organização e eficácia políticas, atingindo praticamente a mesma votação percentual de há 4 anos.
Tinha, à partida, boas perspectivas de derrotar o PS e o seu líder especialista em Demagogia e todo o género de trapaças.
Estava este por isso mesmo debilitado, afectado na sua credibilidade, pelo conjunto de trapalhadas de ordem ética, em que se envolvera, além de se apresentar com um passivo de 4 anos de governação medíocre, em quase todas as áreas governativas, com MFLeite repetidamente vincou, sem lograr convencer disso uma parte muito importante do eleitorado.
Isto denota, creio, certa inépcia política de um Partido que teima em não encontrar organização adequada aos combates que tem de enfrentar.
Esquecido da sua base doutrinária, com a conquista de duas maiorias absolutas, a sua elite dirigente, subitamente catapultada a cargos de Gestão em Empresas importantes do Estado e Privadas, aderiu de alma e coração às teses do economicismo puro, desatendendo levianamente as áreas sociais.
Note-se que, nos últimos 15 anos, o PSD não conseguiu estabelecer nenhum tipo de estrutura no mundo do trabalho, persistindo em alimentar essa comprovada ficção chamada TSD, cuja actividade é aí completamente desconhecida.
O PSD continua também, aparentemente, sem querer entender a índole profunda do seu mais directo adversário político, o PS, que há longos anos persegue uma política sistemática de ocupação do aparelho de Estado, das Instituições e das Empresas Públicas ou onde o Estado detém influência significativa e, até nas privadas, em que consegue introduzir elementos seus, em postos relevantes, a troco de auxílio específico, quando se encontra no Governo, nas áreas de onde desencadeia vastos programas de obras públicas, com ou sem os necessários concursos, depois contestados.
Analogamente o PS, lançando súbsídios de toda ordem, vai aumentando uma legião de dependentes que, sob chantagem, lhe retribuem, no momento eleitoral, o seu requerido apoio. ( Cont. )
Cont.
ResponderEliminarAo fim de anos desta política, a presença do PS no Estado e nas Empresas atinge níveis de controlo impressionantes.
Estranhamente, o PSD nunca deu relevância a este facto, raramente o denunciando e nunca o combatendo.
Talvez porque uma sua pequena elite se encontre também nestas mesmas Empresas ou nas Repartições do Estado em postos de elevada importância, a que ascendeu, em tempos recuados de hegemonia política, uns com mérito, outros claramente sem ele, não deu atenção a este fenómeno da construção progressiva de uma imensa rede de gente que aí assegura a influência duradoura, sempre crescente do seu Partido.
No mundo da Comunicação Social, é também impressionante a influência do PS, contando aí com vastas teias de aliados que permanentemente tecem o seu trabalho militante, abafando e anulando todas as matérias noticiosas que possam prejudicar o PS, ao mesmo tempo que ampliam e fazem durar todas aquelas em que pressintam algo de prejudicial ao seu adversário.
Veja-se como o caso da TVI, com o afastamento de Moniz e Moura Guedes, de início considerado uma bomba de alto poder destrutivo para o PS, rapidamente perdeu relevância noticiosa, sendo logo substituído pelo das escutas, melindroso para o PSD, ao mesmo tempo que fragilizava o PR.
E poderia prolongar o rol de acontecimentos de natureza política em que o PS sistematicamente enrola o PSD, sem que este pareça ganhar disso consciência ou pelo menos sem que seja capaz de tirar ilações, prevenindo-se para o futuro.
Causa espanto como um Partido, como o PS, consegue fazer a rábula de ser o principal promotor do modernismo económico, abraçando as fantasiosas teorias do neoliberalismo económico-financeiro e, simultaneamente, apresentar-se como o seu indefectível opositor.
Veja-se como Sócrates passou a verberar, por palavras, os malefícios do recente desregramento financeiro, quando, ainda há pouco, todo ele se entusiasmava com as maravilhas dos negócios fictícios, que pareciam inundar de proventos todos os mercados e bolsas do mundo.
Como é que com tantas fragilidades do Governo Sócrates, pessoais e colectivas, o PS consegue obter, ainda assim, uma nova vitória eleitoral ?
Como se explica que o PSD não tire vantagem praticamente nenhuma da tecnicamente incompetente e eticamente condenável governação de Sócrates ?
Haverá aqui matéria suficiente para o PSD nela reflectir, se verdadeiramente quiser combater o terrível pesadelo que se abateu sobre o País.
Boa noite e ânimo para lutar por melhores dias.
Aproveite-se este novo revés para operar uma profunda remodelação na prática política do PSD ou estaremos a caminho da mexicanização do Regime...
Está aqui uma pessoa muito tranquila a trabalhar, com a companhia de um radio sintonizado na TSF, mais precisamente no programa matinal do Fórum e de repente, começa-se a ouvir, a voz de um participante, que diz:
ResponderEliminar- "...Precisamos é de um golpe de estado e de mandar prender os políticos, a comecar pelo Mário Soares ..."
Juro que dei um salto na cadeira.
Realmente, ontem Louçã, disse que nada será como dantes. E eu já estou a ver isso ...
Vamos ver se a Barca aguenta, a tumultuosa tempestade que aí vem.
O uso de colete de salvação é aconselhável.
Bom Dia.
Acho graça toda esta conversa. Até parece que o PSD é substancialmente diferente do PS.
ResponderEliminarMuito tinha a perder
ResponderEliminarQuem no poder se abriga!...
Aos outros resta sofrer,
Por falta de mão amiga!...(Comunicação Social)
Um povo de masoquistas
E de muito ignorante
Elegeu os Socialistas
P’ra um massacre constante!...
Novamente sob a canga
Dum ditador repetente,
Iremos ficar de tanga,
Sem que o País vá em frente!...
Neste país de “bananas”,
Que apreciam os trafulhas,
Ajudam-se os sacanas
A que não pareçam pulhas!...
Parabéns ao embusteiro!
Que, enganando, ganhou!...
É a prova, por inteiro,
De que o crime compensou!...
Inovar seria ver uma coligação PSD+CDS+BE(a esquerda rica, que diz defender as politicas sociais e o meio ambiente), porque não...
E tive eu que pagar para votar....
Acontece aos emigrantes.
Nuno Martins
Caro Nuno Martins:
ResponderEliminarOs ares de Barcelona criam cá uma veia poético-satírica...
Abraço amigo
Caros Comentadores:
Não ficarão sem resposta, mas hoje é impossível...
Caros comentadores, partilho da vossa desilusão mas deixem-me recordar alguns factos, já que a memória não pode valer só para os últimos 15 dias, como diz o caro Tiago Barbosa. Depois de 6 anos de PS, o PSD foi GOverno 2,5+6 meses atribulados, com um lider que largou tudo de repente e outro que assumiu o poder sem tempo para eleições. Seguiu-se maioria absoluta do PS, mais 4,5, e o PSD entreteve-se a sustituir lideres uns atrás dos outros, dos mais variados naipes e estilos, até Junho de 2008, altura em que a Dra. Manuela foi eleita. O Partido estava desfeito em lutas internas e o PS pujante. Apesar de todas as dificuldades, internas e externas, conseguiu-se: fazer oposição até às eleições europeias, organizar o Partido para estas eleições, escolher um cabeça de lista novo e sem histórico nas lutas internas, ganhar as europeias, preparar as legislativas, fazer baixar as expectativas do PS ao ponto de terem temido seriamente que iam perder, como durante grande parte da campanha as sondagens indicavam empate técnico.Não é por acaso queo Eng.Sócrates agradeceu a "extraordinária vitória" quando perdeu a maioria e mais de vinte deputados. É a primeira vez, que me lembre, que quem está no poder e se recandidata com o mesmo lider tem uma significativa perda de votos, caindo de uma maioria confortável para uma minoria significativa, que precisa de mais de 16 deputados para Governar.Podemos agora falar em erros de campanha, no que poderia ou não ter sido, etc, etc, mas gostava de saber quem, dentro do PSD, poderia ter feito melhor, nas mesmas circunstâncias. E aproveito para homenagear a coragem, a determinação e a imensa dedicação da Dra. Manuela na defesa do que sempre considerou como os valores a defender e as políticas que sempre acreditou que seriam as melhores para Portugal, e em que eu também acredito. A amizade e admiração que tenho por ela só sairam reforçadas neste acto eleitoral.
ResponderEliminarMuito bem, cara Suzana!...As palavras necessárias.
ResponderEliminarNo que diz respeito à Dr.a Manuela Ferreira Leite é justíssimo reconhecer tudo o que diz, Suzana.
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