sábado, 3 de outubro de 2009

Campanha autárquica V


Hoje à tarde desloquei-me a um pequeno e belo povoado. Ao chegar junto do estabelecimento que faz de café, de mercearia, de taberna, de perfumaria, e muito mais, fui, de imediato, interpelado por um senhor mais velho do que eu que me disse: - O senhor já tratou da minha sogra há muitos anos. Disse-me o nome e, curiosamente, recordei-me da senhora. Já devia ter falecido – pensei eu -, porque quando a via já era muito idosa e na altura era muito mais novo. Mas não. Ainda era viva e ia fazer 100 anos. Tinha alguma dificuldade em caminhar mas ainda enfiava a agulha sem óculos. – Deixe estar senhor doutor que daqui a pouco vai vê-la. E assim foi. Na altura em que a rapaziada se metia por uma quelha, o genro, ao longe, acenou-me com a mão dando a indicação de que a Ana, estaria por perto. Pus-me a pensar, enquanto galgava a curta distância, como é que consegui recordar o seu nome, já que é uma das minhas maiores dificuldades, desde todo o sempre. Mas consegui saber a razão, ou pelo menos agrada-me que seja. Já vi e contactei com muitas pessoas ao longo da vida, mas nunca encontrei alguém tão alegre e reinadia como a Ana, sempre com um belo sorriso nos lábios. Será que é um fator de longevidade? E por que não? Ao chegar ao cruzamento olho para a esquerda e vejo uma velhinha, agarrada a uma bengala, a caminhar com alguma dificuldade. Apesar de terem passados muitos anos foi fácil reconhecer o seu inconfundível e amoroso sorriso. Aproximei-me e estanquei à sua frente. Ana para e olha para mim, depois da minha saudação a que prontamente respondeu. Perguntei-lhe: - Sabe quem eu sou? – Titubeia, perscruta-me com o seu olhar inquiridor, no qual se podia ver um esforço curioso para descobrir. Foi quando me disse: - Não é o senhor doutor? Sou. O doutor Massano! A alegria extravasou através de um abraço e de dois sonoros beijos. O riso era contagiante. – Por aqui! Sabe, eu tenho dificuldade em andar. Veio ver o nosso povo? - Vim com a rapaziada da campanha. – Da campanha? – Sim. Nesse momento, ao fundo da rua, apareceram alguns membros da equipa com as bandeiras e o carro de som. – Ah! PSD! O senhor doutor é do PSD? – Sou! Deu-me um grande abraço seguido do levantar do braço fazendo com os dedos o V e entoando: PSD! PSD! Sempre com um belo sorriso. Nem queria acreditar. Perguntei-lhe se ia votar no próximo domingo. – Vou sim senhor. E não preciso de óculos para por a cruzinha no PSD! E ainda por cima o senhor doutor também é! Mais uma gargalhada solta e quente que me soube particularmente bem...
Vale a pena fazer campanhas.

6 comentários:

  1. Várias pistas para a longevidade: o sorriso, o ter sido tratada por si e...votar PSD! Que tenha ainda muitos anos de vida!

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  2. Numa quelha, viu a velha,
    A que vai fazer cem anos
    Chama-se Ana a bela velha
    Tratada pelo Dr. Massano

    Vai votar PSD aquela velha que vê
    Não se enganará com a cruz
    Com os dedo fará o "V"
    Vai ser uma apoiante de "truz"

    Vamos caro Manuel Brás, dê-me réplica.
    ;)
    Um corridinho Algarvio, se possivel, ou... algo ao jeito do Poeta Aleixo.
    ;))

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  3. Caro Professor Massano Cardoso
    Vale a pena conhecer pessoas, recordar e ser recordado pelas boas razões!
    Sempre pensei que a alegria de viver é um factor de longevidade...

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  4. Caro Professor Massano Cardoso:
    Episódios como este merecem o devido registo, sem dúvida.
    No seguimento do que a Dra. Margarida diz, a alegria de viver -que um sorriso denuncia-, é com certeza um factor de longevidade, mas é também um factor que cativa. Por isso, só para recordar o que atrás escreveu: “Smile today & always”...

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  5. Anónimo09:58

    Fabuloso!
    Simplesmente fabuloso!

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  6. Anónimo11:41

    Meu caro Professor,
    Experiências como as que nos tem relatado valem bem o esforço da campanha. A boa gente quase sempre sabe reconhecer os bons candidatos às suas autarquias. Nestas eleições trata-se, afinal, de escolher os homens e mulheres bons de cada terra. E isso é feito com grande naturalidade, sem dramas ou dúvidas pelas pessoas de qualquer idade ou condição, que conhecem bem os candidatos e sabem que não falham na aposta.
    Uma boa campanha e proveitosa colheita do que anda a semear, meu caro Amigo.

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