As novas aquisições para a equipa governamental não provocam especial comoção. Das personalidades desconhecidas ou menos conhecidas espera-se que venham a ficar na história por bons motivos, embora algumas pastas se tenham transformado em berloques que o politicamente correcto não consente que desapareçam da orgânica governamental. Mesmo sem conhecimento dos méritos das personalidades, atrevo-me a tecer estes comentários sobre algumas escolhas.
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Ministra da Educação - Isabel Alçada. Um bom nome. A "solução Ana Jorge" encontrada para a educação onde o PM e o PS anseia por pacificação. Poderá, no entanto, ser vítima das expectativas altas com que entra para o governo. Ainda por cima não conta com a frecura do efeito novidade que poderia ter a sua nomeação, face ao pré-anúncio a que as eleições obrigaram. Acabou por ser, aliás, das mais previsíveis designações.
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Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações - António Serrano. Uma escolha preocupante. As referências que dele se tem, colhidas numa ou noutra intervenção pública, apontam para um fervoroso adepto do "quanto mais obras melhor", entendimento que não encontra limite na situação actual do País, em especial face aos níveis de endividamento e à nova derrapagem das contas públicas. Dizem-me que será incapaz de rever as apostas feitas no sector pelo último governo. E se assim for, acentua-se a incógnita sobre como irá lidar o Ministro das Finanças com as suas pulsões despesistas.
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Ministro da Justiça - Alberto Martins. É a prova pessoalizada da completa insensibilidade do PM para a importância da justiça. Ao "Deus-dará", sujeito ao experimentalismo de legisladores sem o mínimo conhecimento dos meandros do sistema e a mais ligeira consciência do que move e de como se movem os chamados "actores judiciários", a administração da justiça é entregue a quem parece não ter o pulso capaz de fazer vibrar a mesa. Mas pode ser que nos surpreenda...
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Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território - Dulce Pássaro. Não estando em causa a competência técnica da nova ministra em algumas áreas ambientais, da qual, aliás, sou testemunha, a sua nomeação torna evidente a absoluta perda de relevância do ministério. É um dos tais que só não é degradado em secretaria de estado, porque pareceria mal. Ninguém melhor que Sócrates sabe quanto é embaraçante para um PM e para um governo, um ministro do ambiente forte. Ou dito de outra forma, de como é cómodo ter no governo um ministro do ambiente obediente e grato pela distinção...
Nenhum comentário sobre a nova ministra da cultura? Pareceu-me uma escolha interessante. Eu acho que também a escolhia.
ResponderEliminarGostava de saber a média-etária daquela composição e ainda se a ASAE não tenciona fechar o "estabelecimento" por servir "produtos" fora de prazo e com o código de barras semi-apagado...
ResponderEliminarhmmm... hmmm...
Caro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarAntónio Serrano, actual administrador do Hospital de évora, vai ser o novo Ministro da Agricultura e Pescas(acho que o nome não é bem esse, mas isso pouco interessa).
À agricultura, contudo, desde que se começou a pagar para não produzir, e depois de Jaime Silva, já nada vale, nem com internamento hospitalar lá vai.
O Ministro das Obras Públicas é António Mendonça, um defensor dos grandes investimentos públicos, subscritor do Manifesto dos 51 e, ao que dizem jornais de hoje, pouco preocupado com a questão da dívida externa.
Assim, lá iremos de investimento em investimento até à derrocada final.
Não tenho qualquer esperança na nova Ministra da Educação, estou em crer que o lobby das "ciências" da educação continuará a reinar alegremente neste sector!
ResponderEliminarNo entanto, para o meu colégio são óptimas notícias, porque desta forma é garantido que a "escola" pública continuará na sua longa e lenta agonia e como tal a fila de candidatos, apesar da crise, aumentará! Aumentará ainda a lista de "professores" da escola pública a entregar o seu CV com o objectivo de voltarem a ser... professores!
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